terça-feira, 14 de junho de 2022

Vazamento de conversa pela Casa Branca irrita Bolsonaro

 O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ontem que tenha pedido ajuda ao governo americano para vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. “Olha, não existe isso daí. Houve uma reunião bilateral. O que nós tratamos ali é reservado. Cada um pode falar o que bem entender”, disse ele, em entrevista à CBN Recife (íntegra). Relatos passados à agência Bloomberg por fontes americanas que estiveram na reunião dão conta de que Bolsonaro argumentou que a eleição de Lula “contrariaria interesses americanos”. A informação foi confirmada pelo colunista Jamil Chade com diplomatas brasileiros. Biden, em todas as versões da história, desconversou. (UOL)

Valdo Cruz: “O vazamento de informações de bastidores do encontro de Bolsonaro e Biden irritou a equipe do brasileiro. Assessores de Bolsonaro dizem que o presidente não confirma as informações e reclamam que conversa reservada deveria ter sido mantida em sigilo. O objetivo da equipe do presidente americano seria desgastar a imagem do brasileiro, criticado por suas declarações contra as urnas eletrônicas e sua política ambiental.” (g1)

Meio em vídeo. O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o momento em que se encontrou olho no olho com o americano Joe Biden e pediu ajuda nas eleições por aqui, contra Lula. Crime de alta traição. Mas, olha, essa notícia quer dizer muito mais. Confira o comentário de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

O vazamento da conversa com Biden não foi o único motivo de irritação para Bolsonaro ontem. A mais recente pesquisa BTG/FSB mostra Lula na liderança com 44%, apenas um ponto atrás da soma dos adversários: Bolsonaro, com 32%; Ciro Gomes (PDT), com 9%; Simone Tebet (MDB), com 2%; e André Janones (Avante) e                  Felipe D’Ávila (Novo), ambos com 1%. Num eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 54% a 36%. (Poder360)

Então... O Planalto de hoje observa a Casa Branca de ontem. Mas, nos EUA, a tentativa de interromper a homologação das eleições mediante um levante trumpista pode terminar mal para o ex-presidente. Os aliados e conselheiros mais próximos de Donald Trump o alertaram de que ele havia perdido a eleição de 2020, que as denúncias de fraude eram falsas e que tentativas de mudar o resultado não prosperariam, mas foram ignorados. Essa foi a tônica do segundo dia de audiências públicas da comissão parlamentar que investiga a invasão do Capitólio em janeiro do ano passado. Em depoimento, o ex-procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça) William P. Barr descreveu pelo menos três reuniões nas quais Trump o criticou por não usar a estrutura da instituição a seu favor. Os deputados na comissão estão tratando o episódio como tentativa de golpe de Estado e os testemunhos até o momento sugerem que o levante foi incitado propositalmente pelo ex-presidente. (Washington Post)




Criticadas por serem “100% petistas”, as diretrizes para o programa de governo da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem sofrer a primeira mudança para acenar a policiais, hoje um público cativo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na nova versão, a “valorização profissional dos policiais” passa a ser um dos nortes da política de segurança pública. Uma reunião com partidos aliados deve enfatizar no texto a pauta ambiental e eliminar a revogação completa da reforma trabalhista, substituída pela ideia de “revogar marcos regressivos” somente. (Globo)

Terceiro colocado nas pesquisas, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) inaugurou ontem as sabatinas do podcast O Assunto prometendo fazer reformas generalizadas, “uma reconstitucionalização do país”, nos primeiros seis meses de governo, em troca de desistir de uma eventual reeleição. Ele também defendeu um projeto de renda mínima contra a fome. Veja os principais trechos da entrevista concedida à jornalista Renata Lo Prete. (g1)




Criada em 1995 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CDEMP) pode acabar no próximo dia 28, revela Marcelo Godoy. Seu presidente, o advogado bolsonarista Marco Vinícius Pereira de Carvalho, convocou para esse dia uma reunião na qual pretende aprovar um relatório final e encerrar os trabalhos, mesmo com o baixo número de corpos localizados. O Grupo de Trabalho Memória e Verdade, da Procuradoria da República, apresentou parecer contrário ao encerramento. (Estadão)

Enquanto isso... No Chile, quase 50 anos após o golpe que iniciou a sangrenta ditadura de Augusto Pinochet, o presidente Gabriel Boric anunciou um esforço do Ministério da Justiça para localizar os corpos de 1.162 pessoas que ainda estão desaparecidos. (Globo)




Pressionado pelo PSDB a desistir da candidatura ao Planalto, o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou ontem que estava deixando a vida pública e retornando à iniciativa privada. “Deixo com senso de dever cumprido. Pelos meus erros, peço desculpas. Pelos meus acertos, cumpri minha obrigação”, escreveu no Twitter. (CNN Brasil)

Derrotado por Doria nas prévias tucanas, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite lançou ontem a pré-candidatura para voltar ao Palácio Piratini, descumprindo sua promessa de não tentar se reeleger. “Eu mudei de opinião, mas não de princípios”, disse Leite, que renunciou ao cargo em março visando a eleição presidencial, diante da resistência do PSDB a Doria, mas acabou desistindo da disputa. De acordo com Leite, concorrer ao cargo fora do governo torna a disputa justa. (Folha)




A Polícia Federal e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) negaram ontem que tivessem encontrado os corpos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde o dia 5 no Vale do Javari (AM). A informação teria sido passada à família de Phillips por um funcionário da embaixada brasileira em Londres. A imprensa procurou o funcionário, mas não obteve resposta. Neste fim de semana, mergulhadores dos bombeiros encontraram objetos pessoais deles escondidos em uma mochila e uma lona amarradas a uma árvore. A perícia está analisando vestígios de sangue na lona, e o resultado deve sair ainda esta semana. (g1)

Investigadores que atuam no caso dizem serem cada vez mais fortes os indícios de envolvimento de pescadores ilegais no desaparecimento. (Folha)

Para o ex-presidente da Funai, Sydney Possuelo, Araújo e Phillips “sofreram uma emboscada”. Em entrevista ao Roda Viva (íntegra), ele acusou o governo de atraso no início das buscas. “As forças que atuam ali fizeram um corpo mole inicial e depois, na medida em que a questão tomou uma forma nacional e internacional, aí o Estado entrou com um pouco mais de vigor”, disse. (Poder360)

Nenhum comentário:

Postar um comentário