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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Preso mais um suspeito pelo desaparecimento de Bruno e Dom


 A Polícia Federal prendeu ontem Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como ‘Dos Santos’, segundo suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, no último dia 5. Ele é irmão de Amarildo da Costa de Oliveira, o ‘Pelado’, que já está preso em Atalaia do Norte (AM). Em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF informou que Amarildo teria ameaçado o indigenista e que uma testemunha apontava a participação de uma segunda pessoa no desaparecimento. No domingo, mergulhadores dos bombeiros encontraram uma mochila e uma lona com objetos pessoais de Araújo e Phillips amarrados em uma árvore num igapó perto da casa de Amarildo. (g1)

Ontem, o embaixador do Brasil em Londres, Fred Arruda, pediu desculpas à família de Dom Phillips pela informação errada de que os corpos dele e de Bruno Araújo haviam sido encontrados. Segundo ele, a equipe da embaixada interpretou incorretamente informações dos responsáveis pelas investigações. (Guardian)

Para ler com calma. Ao longo dos governos Temer e Bolsonaro, a União abandonou projetos no Vale do Javari, em particular o assentamento rural e o plano de manejo sustentável do peixe pirarucu. O fim deste teria estimulado a caça e a pesca ilegais na região, que, segundo uma linha de investigação, estariam por trás do desaparecimento de Araújo e Phillips. (Folha)

O ministro Alexandre de Moraes foi eleito ontem para presidir o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de acordo com o sistema de rodízio da Corte. Ele assumirá o cargo em agosto, tendo Ricardo Lewandowski como vice. Alvo constante de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), Moraes disse em seu discurso que não tolerará a ação de milicias digitais contra a democracia. (UOL)

Moraes vem intensificando as conversas com militares, com quem tem bom trânsito, a fim de aparar arestas que existem entre as Forças Armadas e o atual presidente do TSE, Edison Fachin. A partir desse diálogo, ele tem dito a colegas na Justiça Eleitoral e no STF não haver possibilidade de os militares embarcarem numa ruptura institucional caso Bolsonaro perca as eleições de outubro. (CNN Brasil)




O Centrão quer tirar do Supremo Tribunal Federal (STF) a última palavra sobre questões constitucionais. Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo grupo prevê que o Congresso possa usar decretos legislativos para revogar decisões não unânimes da Corte. Um dos alvos, por exemplo, é a criminalização da homofobia, tema-chave da bancada evangélica, decida pelo Supremo por oito votos. Na prática, bastaria que um dos ministros indicados por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, divergisse para que um acórdão pudesse ser revogado pelo Legislativo. (Estadão)

Igor Gadelha: “Por enquanto, a oposição na Câmara não está preocupada com a PEC que permite revisão pelo Congresso de decisões do STF com divergências. Isso porque a aposta é que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não irá comprar essa briga com a Corte.” (Metrópoles)

E por falar em STF... O ministro Luís Roberto Barroso apresentou queixa-crime por calúnia contra o pastor e ex-senador Magno Malta. Durante um congresso de conservadores no fim de semana, Malta, que chegou a ser cotado como vice de Jair Bolsonaro em 2018, disse que Barroso “batia em mulher” e tinha “dois processos na Lei Maria da Penha”. Relator da ação, o ministro Alexandre de Moraes deu 15 dias para que o político se explique. (Poder360)

Enquanto isso... A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que o Supremo declare extinta a pena de 8 anos e 9 meses imposta ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele foi condenado por pregar o fechamento da Corte e atos de violência contra os ministros, mas recebeu um indulto do presidente Bolsonaro no dia seguinte. (g1)

Painel: “Em que pese o pedido da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, Alexandre de Moraes indicou a interlocutores que não tem a menor pressa em aplicar o indulto concedido por Bolsonaro a Silveira. Ele sinalizou a interlocutores entender que só poderá revogar a pena e seus efeitos após o trânsito em julgado da ação penal, ou seja, depois de vencidas todas as etapas. E isso pode demorar.” (Folha)

Aparentemente pacificada, a escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) já não é tão pacífica assim. Entre elogios ao colega da Academia Militar, o presidente deixou claro que ainda há um movimento forte para emplacar a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS), até o momento candidata ao Senado. A favor dela estaria o apelo ao eleitorado feminino, foco de rejeição a Bolsonaro. Entre os principais presidenciáveis, o único ainda sem qualquer indício de vice é Ciro Gomes (PDT), que pretende usar a vaga para negociar apoios a sua candidatura. Enquanto isso, o PSDB deve indicar o senador Tasso Jereissati (CE) para compor a chapa com Simone Tebet (MDB-MS), e o ex-presidente Lula (PT) já sacramentou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB). (Globo)

Após ter a mudança de domicílio eleitoral para São Paulo negada pelo TRE paulista, o ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) disse ontem que pretende “circular pelo Paraná” para decidir, junto a eleitores, a qual cargo deve se candidatar. Ele afirmou ainda que a mulher, Rosângela, pode representá-lo em São Paulo, já que a transferência de domicílio dela não foi questionada. (UOL)

Mas o PT, autor da ação que impediu Moro de concorrer na eleição paulista, quer barrá-lo no Paraná também. O partido vai entrar com uma ação no TRE-PR, alegando que o ex-juiz da Lava-Jato filiou-se ao União Brasil em São Paulo e que sua transferência para seu estado de origem se deu após o prazo da Justiça Eleitoral. Os advogados de Moro dizem que a decisão da Justiça Eleitoral paulista não afeta sua condição de filiado, e que ele pode votar e ser votado no Paraná. (Globo)

terça-feira, 14 de junho de 2022

Vazamento de conversa pela Casa Branca irrita Bolsonaro

 O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ontem que tenha pedido ajuda ao governo americano para vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. “Olha, não existe isso daí. Houve uma reunião bilateral. O que nós tratamos ali é reservado. Cada um pode falar o que bem entender”, disse ele, em entrevista à CBN Recife (íntegra). Relatos passados à agência Bloomberg por fontes americanas que estiveram na reunião dão conta de que Bolsonaro argumentou que a eleição de Lula “contrariaria interesses americanos”. A informação foi confirmada pelo colunista Jamil Chade com diplomatas brasileiros. Biden, em todas as versões da história, desconversou. (UOL)

Valdo Cruz: “O vazamento de informações de bastidores do encontro de Bolsonaro e Biden irritou a equipe do brasileiro. Assessores de Bolsonaro dizem que o presidente não confirma as informações e reclamam que conversa reservada deveria ter sido mantida em sigilo. O objetivo da equipe do presidente americano seria desgastar a imagem do brasileiro, criticado por suas declarações contra as urnas eletrônicas e sua política ambiental.” (g1)

Meio em vídeo. O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o momento em que se encontrou olho no olho com o americano Joe Biden e pediu ajuda nas eleições por aqui, contra Lula. Crime de alta traição. Mas, olha, essa notícia quer dizer muito mais. Confira o comentário de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

O vazamento da conversa com Biden não foi o único motivo de irritação para Bolsonaro ontem. A mais recente pesquisa BTG/FSB mostra Lula na liderança com 44%, apenas um ponto atrás da soma dos adversários: Bolsonaro, com 32%; Ciro Gomes (PDT), com 9%; Simone Tebet (MDB), com 2%; e André Janones (Avante) e                  Felipe D’Ávila (Novo), ambos com 1%. Num eventual segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 54% a 36%. (Poder360)

Então... O Planalto de hoje observa a Casa Branca de ontem. Mas, nos EUA, a tentativa de interromper a homologação das eleições mediante um levante trumpista pode terminar mal para o ex-presidente. Os aliados e conselheiros mais próximos de Donald Trump o alertaram de que ele havia perdido a eleição de 2020, que as denúncias de fraude eram falsas e que tentativas de mudar o resultado não prosperariam, mas foram ignorados. Essa foi a tônica do segundo dia de audiências públicas da comissão parlamentar que investiga a invasão do Capitólio em janeiro do ano passado. Em depoimento, o ex-procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça) William P. Barr descreveu pelo menos três reuniões nas quais Trump o criticou por não usar a estrutura da instituição a seu favor. Os deputados na comissão estão tratando o episódio como tentativa de golpe de Estado e os testemunhos até o momento sugerem que o levante foi incitado propositalmente pelo ex-presidente. (Washington Post)




Criticadas por serem “100% petistas”, as diretrizes para o programa de governo da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem sofrer a primeira mudança para acenar a policiais, hoje um público cativo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Na nova versão, a “valorização profissional dos policiais” passa a ser um dos nortes da política de segurança pública. Uma reunião com partidos aliados deve enfatizar no texto a pauta ambiental e eliminar a revogação completa da reforma trabalhista, substituída pela ideia de “revogar marcos regressivos” somente. (Globo)

Terceiro colocado nas pesquisas, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) inaugurou ontem as sabatinas do podcast O Assunto prometendo fazer reformas generalizadas, “uma reconstitucionalização do país”, nos primeiros seis meses de governo, em troca de desistir de uma eventual reeleição. Ele também defendeu um projeto de renda mínima contra a fome. Veja os principais trechos da entrevista concedida à jornalista Renata Lo Prete. (g1)




Criada em 1995 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CDEMP) pode acabar no próximo dia 28, revela Marcelo Godoy. Seu presidente, o advogado bolsonarista Marco Vinícius Pereira de Carvalho, convocou para esse dia uma reunião na qual pretende aprovar um relatório final e encerrar os trabalhos, mesmo com o baixo número de corpos localizados. O Grupo de Trabalho Memória e Verdade, da Procuradoria da República, apresentou parecer contrário ao encerramento. (Estadão)

Enquanto isso... No Chile, quase 50 anos após o golpe que iniciou a sangrenta ditadura de Augusto Pinochet, o presidente Gabriel Boric anunciou um esforço do Ministério da Justiça para localizar os corpos de 1.162 pessoas que ainda estão desaparecidos. (Globo)




Pressionado pelo PSDB a desistir da candidatura ao Planalto, o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou ontem que estava deixando a vida pública e retornando à iniciativa privada. “Deixo com senso de dever cumprido. Pelos meus erros, peço desculpas. Pelos meus acertos, cumpri minha obrigação”, escreveu no Twitter. (CNN Brasil)

Derrotado por Doria nas prévias tucanas, o ex-governador gaúcho Eduardo Leite lançou ontem a pré-candidatura para voltar ao Palácio Piratini, descumprindo sua promessa de não tentar se reeleger. “Eu mudei de opinião, mas não de princípios”, disse Leite, que renunciou ao cargo em março visando a eleição presidencial, diante da resistência do PSDB a Doria, mas acabou desistindo da disputa. De acordo com Leite, concorrer ao cargo fora do governo torna a disputa justa. (Folha)




A Polícia Federal e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) negaram ontem que tivessem encontrado os corpos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde o dia 5 no Vale do Javari (AM). A informação teria sido passada à família de Phillips por um funcionário da embaixada brasileira em Londres. A imprensa procurou o funcionário, mas não obteve resposta. Neste fim de semana, mergulhadores dos bombeiros encontraram objetos pessoais deles escondidos em uma mochila e uma lona amarradas a uma árvore. A perícia está analisando vestígios de sangue na lona, e o resultado deve sair ainda esta semana. (g1)

Investigadores que atuam no caso dizem serem cada vez mais fortes os indícios de envolvimento de pescadores ilegais no desaparecimento. (Folha)

Para o ex-presidente da Funai, Sydney Possuelo, Araújo e Phillips “sofreram uma emboscada”. Em entrevista ao Roda Viva (íntegra), ele acusou o governo de atraso no início das buscas. “As forças que atuam ali fizeram um corpo mole inicial e depois, na medida em que a questão tomou uma forma nacional e internacional, aí o Estado entrou com um pouco mais de vigor”, disse. (Poder360)

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Bolsonaro pediu interferência dos EUA na eleição, diz Bloomberg

 O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou um encontro reservado com o colega americano Joe Biden durante a Cúpula das Américas para pedir ajuda de Washington em sua reeleição, disseram fontes da diplomacia americana à agência Bloomberg. Para tentar convencer Biden, o brasileiro alegou que seu adversário e líder nas pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seria um perigo para os interesses americanos no Brasil. Segundo essas fontes, Biden, que teria ressaltado a importância de preservar a integridade do processo eleitoral brasileiro, desconversou diante do pedido. Na semana passada, ao questionar o sistema eleitoral brasileiro em entrevista a uma TV, Bolsonaro voltou a falar em fraudes nas eleições americanas de 2020, nas quais seu aliado Donald Trump perdeu para Biden. (Bloomberg)

Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) usou as redes para criticar enfaticamente o suposto apelo de Bolsonaro a Biden. “Em qualquer lugar do mundo, pedir a intervenção de uma nação estrangeira em assuntos internos é crime de alta traição à pátria!”, escreveu em seu perfil no Twitter. (Correio Braziliense)

Jamil Chade: “Constrangimento e vergonha. Foi dessa forma que o Itamaraty e alguns dos principais diplomatas brasileiros receberam os relatos de que Bolsonaro teria solicitado ajuda de Biden nas eleições. O gesto foi visto como uma ‘afronta’ à soberania nacional e viola até mesmo os princípios de independência. O constrangimento foi ainda maior depois que a reação do governo americano foi, ao ouvir o pedido, de simplesmente mudar de assunto.” (UOL)

Ainda nos EUA, Bolsonaro participou no sábado de um evento numa igreja evangélica brasileira em Orlando, na Flórida. Em seu discurso, ele criticou o aborto e a “ideologia de gênero” e voltou a desafiar as leis, agora as da biologia. “Somos pessoas normais, podemos até viver sem oxigênio, mas jamais sem liberdade”, afirmou. (Metrópoles)

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A Polícia Federal informou por nota que foram encontrados ontem um cartão de saúde em nome do indigenista Bruno Araújo e outros objetos dele e do jornalista inglês Dom Phillips. Os dois desapareceram na manhã do dia 5 quando iam de barco da comunidade Ribeirinha São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari (AM). Segundo a PF, além do cartão, foram encontrados calçados e roupas dos dois e uma mochila com objetos pessoais de Phillips. Mergulhadores dos bombeiros acharam a mochila, que continha ainda um laptop, numa área de igapó, amarrada a uma árvore próximo à casa de Amarildo Costa de Oliveira, que está preso, suspeito de participação no desaparecimento do repórter e do indigenista. (g1)

“Hoje, é quase certeza absoluta de que eles não estão mais entre nós”, disse Lúcia Farias Sampaio, sogra de Dom Phillips, durante uma manifestação ontem no Rio cobrando a solução do desaparecimento. “Minha filha está lá em Salvador, sofrendo como uma louca. A vida deles desabou, porque tinham sonhos que foram por água abaixo”, afirmou. (CNN Brasil)

Para ler com calma. O repórter Vinícius Sassine refez o percurso de Araújo e Phillips antes de desaparecerem. Onde estiveram, com quem falaram e o que fizeram antes de partirem para Atalaia do Norte, aonde nunca chegaram. (Folha)

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um levantamento (íntegra) mostrando que acolheu inteiramente seis sugestões feitas pelas Forças Armadas e parcialmente outras quatro. Feito por ordem do presidente da Corte, ministro Edison Fachin, o levantamento é uma resposta ao ofício do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, reclamando que os militares “não se sentiam devidamente prestigiados” na Comissão de Transparência das Eleições (TCE). Entre as sugestões inteiramente atendidas estão a diferenciação entre “auditoria” e “fiscalização” e a atuação de empresas de auditoria contratadas por partidos. A única sugestão rejeitada foi a divulgação das listas de abstenções, o que, segundo o TSE, violaria a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. (Poder360)




Ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar afirma que procuradores da Lava-Jato o pressionaram a envolver o ex-presidente Lula (PT) em sua delação premiada. Segundo Mônica Bergamo, a entrevista dele está no documentário Amigo Secreto (trailer), de Maria Augusta Ramos, que estreia esta semana. Alencar diz que os investigadores indagavam sobre “o irmão do Lula, o filho do Lula, não sei o que do Lula, as palestras do Lula” e só aceitaram o acordo após o ex-presidente ser citado. Seu depoimento foi considerado fundamental para as condenações de Lula, depois anuladas pelo STF. (Folha)




Um grupo de 20 senadores americanos — 10 republicanos e 10 democratas — anunciou ontem um acordo para rever leis de controle de armas, diante da reação aos recentes massacres no país. Os pontos apresentados, porém, estão longe de promoverem mudanças profundas. Entre outros itens estão o veto à venda de armas a pessoas consideradas pela Justiça um perigo para elas próprias e os outros e o acesso a fichas criminais juvenis e registros de saúde mental para menores de 21 anos que queiram comprar armas. O anúncio aconteceu um dia depois de protestos em todo o país exigirem leis mais duras para a venda de armas de fogo. (Washington Post)

Bolsonaro em dia de ira ataca STF e imprensa

 A decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (UB-PR) provocou no presidente Jair Bolsonaro (PL) um ataque de fúria intenso até para seus padrões. Ele participou ontem do lançamento do programa “Brasil pela vida e pela família”, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mas praticamente ignorou o tema em seu discurso. Em vez disso, atacou a fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edison Fachin, de que a eleição é assunto das “forças desarmadas”. “Eu que sou chefe das Forças Armadas. Nós não vamos fazer o papel de idiotas. Eu tenho a obrigação de agir”, afirmou. Bolsonaro reclamou muito da condenação de Francischini, cassado por disseminar notícias falsas contra as urnas eletrônicas, conduta que o presidente repete continuamente. No Dia Nacional da Liberdade e Imprensa, Bolsonaro acusou veículos jornalísticos de serem “fábricas de fake news” e sugeriu seu fechamento. Bolsonaro insinuou ainda que não cumpriria ordens do STF. (UOL)

Pois é... A Segunda Turma do STF, por 3 votos a 2, derrubou a liminar do ministro Kassio Nunes Marques que suspendia a cassação pelo plenário do TSE de Fernando Francischini. Em 2018, ele divulgou em uma live notícias falsas sobre fraudes em urnas eletrônicas. Um recurso contra a decisão de Nunes Marques estava pautado para votação ontem no Plenário Virtual do Supremo, mas o ministro André Mendonça — assim como Marques, indicado ao cargo por Bolsonaro — interrompeu a votação em apenas um minuto com pedido de vista. Na Segunda Turma, ele votou contra a cassação, mas os dois foram vencidos por Gilmar Mendes, Edison Fachin e Ricardo Lewandowski. (g1)

O destempero de Bolsonaro respingou até em seu antecessor no Planalto. Em entrevista ao SBT, ele acusou o ministro do STF Alexandre de Moraes de ter descumprido os acordos de cessar-fogo firmados em setembro do ano passado sob as bênçãos do ex-presidente Michel Temer (MDB). Temer, porém, negou a existência de um pacto e afirmou que as “conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia. Não houve condicionantes e nem deveria haver, pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro”. (CNN Brasil)

Enquanto isso... A Justiça de São Paulo condenou Bolsonaro a pagar indenização de R$ 100 mil por danos morais a jornalistas. A ação, movida pelo sindicato paulista da categoria, ressalta que o presidente fez “175 ataques” a profissionais da imprensa, além de praticar assédio moral e ofender repórteres. O dinheiro irá para o Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos. Bolsonaro pode recorrer. (Poder360)




O TRE de São Paulo negou, por 4 votos a 2, a transferência de domicílio eleitoral do ex-ministro Sérgio Moro (União Brasil) de Curitiba para a capital paulista, numa ação movida pelo PT. Com isso, Moro, grande aposta do partido para puxar votos na eleição à Câmara, fica impedido de se candidatar no maior colégio eleitoral do país. Embora caiba recurso ao TSE, Gerson Camarotti revela que o ex-ministro não pretende levar a briga adiante. Em vez disso, ele se lançaria a senador pelo Paraná. No Twitter, Moro se disse surpreso com a decisão do TRE. “Nas ruas, sinto o apoio de gente que, como eu, orgulha-se do resultado da Lava Jato e não desistiu de lutar pelo Brasil. Anunciarei em breve meus próximos passos. Mas é certo que não desistirei do Brasil”, escreveu. (g1)




A Polícia Militar do Amazonas anunciou ontem a prisão de um suspeito do desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista e funcionário da Funai Bruno Araújo. Os dois sumiram na manhã de domingo no Vale do Javari, no Amazonas. Identificado apenas como “Pelado”, o suspeito foi interrogado na noite de ontem, mas ainda não há informações sobre o que ele disse à polícia. (Globo)

Segundo vigilantes indígenas que atuam na região, a segunda maior Terra Indígena do país, e estão fazendo buscas desde domingo, Phillips e Araújo foram vítimas de uma emboscada, supostamente encomendada por traficantes de drogas. (Amazônia Real)

ONGs e entidades jornalísticas e ambientalistas de todo o mundo cobraram do governo brasileiro explicações e uma solução para o desaparecimento da dupla. As famílias também pediram pressa. Em nota, a companheira e dois irmãos de Araújo disseram ainda terem esperanças de que tenha ocorrido algum acidente com o barco. Alessandra Sampaio, mulher de Phillips, gravou um vídeo apelando para que as autoridades intensifiquem as buscas. (g1)

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) jogou a responsabilidade pelo desaparecimento nos desaparecidos. Segundo ele, Araújo e Phillips fizeram uma “aventura não recomendável” numa região “completamente selvagem”. Ressaltou, porém, que “as Forças Armadas estão trabalhando com muito afinco” para encontrá-los. (Metrópoles)




Meio em vídeo. Essa semana no Conversas com o Meio, Manuela DÆ’Ávila explica por que não vai ser candidata este ano e como é, pessoalmente, fazer política em meio à violência do bolsonarismo. (YouTube)




A Nova República não foi capaz de colocar no mapa brasileiro um partido de direita com base popular, um adversário orgânico para o PT. Por um tempo, acidentalmente, o PSDB ocupou este papel — mas era um curinga. Os tucanos não eram dados à oposição aguerrida, seus líderes não mobilizavam multidões e, ora, sequer estavam à vontade neste papel de ser ‘de direita’. Foi a ausência de um partido assim que gerou o antipetismo. Sem emoção positiva por uma legenda, alguns eleitores se definiram pelo que não queriam. No vácuo, argumenta Pedro Doria na edição de hoje do Meio Político, Jair Bolsonaro sequestrou e dominou esse espaço. No caminho para curar-se, a democracia brasileira precisará de um partido popular de direita. Uma sigla que possa organizar este grupo de eleitores no entorno da disputa eleitoral, longe do golpismo. 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

STM sabia de torturas no regime militar, mostra áudio

 

Os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) durante a ditadura (1964-1985) tinham conhecimento da prática de torturas. Se ainda restava alguma dúvida, ela se desfez com a divulgação ontem por Miriam Leitão de gravações feitas em sessões da corte nos últimos dez anos do regime (ouça e leia as transcrições). O material foi copiado e analisado desde 2017 pelo historiador Carlos Fico, da UFRJ. Numa das gravações, feita em 1977, o general Rodrigo Octávio Jordão Ramos relata o caso de Nádia Lúcia do Nascimento, que sofreu um aborto decorrente dos maus tratos quando esteve presa no Doi-Codi. No ano seguinte, o general Augusto Fragoso disse ter passado por outras crises militares “em 30, 32 e 35” sem ver acusações tão graves. Havia entre os ministros quem duvidasse das acusações, especialmente quando envolviam militares e não policiais. Nas sessões secretas, também gravadas, o ministros faziam piadas com os relatos de torturas, conta Carlos Fico. (Globo)

A Comissão de Direitos Humanos do Senado vai pedir acesso às gravações do STM. “A partir da divulgação desses dados sensíveis, a CDH do Senado vai promover uma devassa, uma rigorosa investigação sobre esses arquivos. Precisamos passar o Brasil a limpo. Urgentemente”, disse o presidente da comissão, Humberto Costa (PT-PE). (Extra)

E por falar... Morreu na sexta-feira, aos 97 anos, o general Newton Cruz, que chefiou o Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o regime militar e, segundo a Comissão Nacional da Verdade, cometeu graves violações de direitos humanos. Ele chegou a ser julgado e absolvido pelo assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten e a mulher dele, em 1983. Famoso pela truculência, especialmente com a imprensa, tentou a política após passar para a reserva, mas nunca foi eleito para os cargos que disputou. (Poder360)




A dificuldade de o PT conciliar militância com alianças ficou clara mais uma vez. Na noite de quinta-feira, o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), foi vaiado num encontro de sindicalistas com o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) em São Paulo. A hostilidade fez com que ele cancelasse o ato em que seu partido formalizaria o apoio à candidatura de Lula, marcado para o dia 3 de maio. Apesar disso, Paulinho descartou a possibilidade a apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não significaria um rompimento do apoio ao Lula, mas gostaríamos de discutir agora em outras condições. O que pensa o PT de uma aliança mais ampla, além de parte da esquerda que o PT juntou até agora”, disse o deputado. (CNN Brasil)

Há insatisfação também dentro do PT, mas com a equipe responsável pelas inserções de Lula na TV, como conta Malu Gaspar. Classificando o material como “oportunidade perdida”, dirigentes do partido reclamam que o ex-presidente parece sem emoção e com um discurso que não é facilmente compreensível para o eleitorado mais pobre. Já há quem fale em trocar a agência contratada para o trabalho. (Globo)

Meio em vídeo. A comunicação eleitoral mudou, ela é feita de clipes com alguns segundos que reforçam os preconceitos que as pessoas já têm ou definem suas identidades. No momento em que Bolsonaro cresce, o PT está se comunicando como se estivesse em 2010. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)




Inconformado com a decisão do Whatsapp de só liberar para o Brasil uma ferramenta de disparo em massa de mensagens após as eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou o ministro da Comunicações, Fabio Faria, marcasse uma reunião com representantes do aplicativo. O adiamento do serviço “Comunidades”, que permite grupos com milhares de participantes, foi resultado de um acordo com o TSE para evitar a disseminação de notícias falsas durante a campanha eleitoral. Para Bolsonaro, o pacto é “inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido”. (Metrópoles)




O pastor Arilton Moura, suspeito de cobrar propina para liberação de verbas do MEC, esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que antes havia estabelecido sigilo sobre os registros. Seis das visitas aconteceram depois de o MEC comunicar à Controladoria-Geral da União (CGU) um pedido de apuração sobre suspeitas de propina na pasta. A Casa Civil apagou de sua conta no Flickr fotos de encontros entre Moura e o ministro Ciro Nogueira. Gilmar Santos, outro pastor suspeito de favorecimento, foi ao palácio dez vezes, sempre acompanhando o colega. (g1)




A Rússia ameaçou ontem eliminar todas as forças ucranianas que ainda combatem na cidade portuária de Mariupol. Mais cedo, as tropas que resistem à invasão rejeitaram um ultimato russo para depor as armas. Segundo um dos assessores do prefeito, os militares da Rússia pretendem fechar a cidade e instituir um sistema de passes para entrada e saída. Situada entre as províncias rebeldes do Donbas e a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, Mariupol é crucial para a estratégia de Moscou. (CNN)

No fim de semana, a marinha russa confirmou o afundamento do cruzador Moskva, o mais importante navio de sua frota no Mar Negro. A Ucrânia afirma ter atingido a embarcação com um míssil, enquanto Moscou alega que o navio afundou devido a um incêndio a bordo, sem especificar as causas. (BBC)




Em campanha para o segundo turno das eleições presidenciais na França, a ultradireitista Marine Le Pen foi acusada de peculato pela agência antifraudes da União Europeia. Ela e outros integrantes de seu partido, o Reagrupamento Nacional, teriam desviado 620 mil euros (R$ 3,1 milhões) para a legenda quando integravam o Parlamento Europeu. Advogados da candidata dizem que as acusações são antigas e foram resgatadas para prejudicá-la politicamente. (Guardian)

quinta-feira, 14 de abril de 2022

PoderData põe Bolsonaro a 5 pontos de Lula

 

A saída de cena do ex-ministro Sérgio Moro (UB) deu um novo impulso à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Segundo pesquisa divulgada ontem pelo PoderData, a diferença entre ele e o ex-presidente Lula caiu para apenas cinco pontos: 40% para o petista e 35% para o atual mandatário na simulação de primeiro turno. Bem distante aparecem Ciro Gomes (PDT), com 5%; João Doria (PSDB) e André Janones (Avante), com 3% cada; Simone Tebet (MDB), com 2%; e José Maria Eymael (DC), com 1%. O levantamento indica também que Lula e Bolsonaro estão em empate técnico na preferência dos homens, das pessoas até 44 anos, dos moradores das regiões Sul e Sudeste e de quem tem ensino médio e superior. Lula lidera com folga entre as mulheres, pessoas acima de 45 anos, ensino fundamental e renda até dois salários-mínimos e moradores do Nordeste. Bolsonaro está na frente no Centro Oeste e no Norte e entre quem ganha acima de dois salários-mínimos.  (Poder360)

Outra má notícia para Lula veio das redes sociais. Embora esteja empacado em um dígito nas pesquisas, Ciro Gomes ultrapassou o petista em número de seguidores no YouTube. O ex-governador chegou a 411 mil, enquanto o ex-presidente tem 410 mil. (Poder360)

Pesquisas à parte, o diretório nacional do PT aprovou ontem a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. A formalização, porém, só vai acontecer em julho, nas convenções partidárias. A aprovação Alckmin teve de 68 votos a favor e 16 contra, embora 13 destes apoiassem a aliança com o PSB. (g1)

E o PT pretende divulgar uma carta pregando a revogação da reforma trabalhista. Na mesma reunião que aprovou Alckmin, o diretório nacional do partido falou incialmente em “revisão”, mas decidiu-se por um termo mais duro, com apoio de todas as correntes petistas e do próprio Lula. (Folha)

Malu Gaspar: “Considerando o histórico de eleições passadas, era razoável prever que Bolsonaro fosse subir nas pesquisas à medida que seu pacote de bondades começasse a irrigar a economia. FH, Lula e Dilma adotaram estratégias parecidas e conseguiram o segundo mandato. Mas a inflação recorde e a queda na renda da população são obstáculos difíceis de transpor. Claro que ainda faltam seis meses até a eleição — na política, uma eternidade. Mas o quadro geral não recomenda descansar.” (Globo)




O Gabinete de Segurança Institucional colocou sob sigilo as informações sobre encontros do presidente Jair Bolsonaro (PL) com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles são suspeitos de montar um “gabinete paralelo” no MEC para facilitar a liberação de verbas em troca de propina. Em conversa gravada com prefeitos, o ex-ministro Milton Ribeiro disse ter partido de Bolsonaro a ordem para priorizar “amigos de Gilmar” no repasse de recursos. Ao negar acesso à informação, o CGI alegou que sua divulgação poderia colocar em risco a vida do presidente e de seus familiares. (Globo)

Após a blindagem pela CGI, Bolsonaro debochou em redes sociais. Questionado no Twitter sobre o motivo para “assuntos espinhosos ou polêmicos” ficarem em sigilo por um século, o presidente respondeu: “Em 100 anos saberá.” (Metrópoles)




O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu ontem uma investigação sobre suspeita de superfaturamento na compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. A suspeita é de que tenha havido sobrepreço de até 143% em relação ao que é cobrado no mercado. O Ministério da Defesa disse que o medicamento não será usado para tratar disfunção erétil, e sim hipertensão arterial pulmonar (HAP). Entretanto, a dose recomendada nesse caso, 20mg, é diferente dos compridos adquiridos pelos militares, de 25mg e 50mg. Além disso, a doença atinge apenas um em cada 250 mil brasileiros e é mais comum em mulheres que em homens. (g1)

Além de Viagra e próteses penianas, as Forças Armadas reservaram R$ 546 mil entre 2018 e 2020 para a compra de Botox, uma toxina usada para disfarçar o envelhecimento da pele. Segundo Guilherme Amado, o Exército diz que o material não será usado para fins estéticos, e sim no tratamento de diversas outras doenças, como enxaqueca crônica e doença de Parkinson. (Metrópoles)




A polícia de Nova York prendeu ontem Frank R. James, de 62 anos, suspeito de soltar bombas de fumaça e ferir a tiros dez pessoas numa composição do metrô na manhã de terça-feira. O nome dele já havia sido divulgado como “pessoa de interesse” no caso quando a polícia descobriu que ele havia alugado uma van supostamente usada pelo atirador. “Nós o pegamos”, disse, em entrevista coletiva, o prefeito Eric Adams. Além dos 10 baleados, pelo menos 13 pessoas ficaram feridas no tumulto ou inalaram fumaça das bombas. James, que já fora preso pelo menos 11 vezes por delitos menores, pode pegar prisão perpétua. Ainda não se sabe o motivo dos ataques. (New York Times)

Vídeos de uma câmera em outra estação mostram James embarcando no metrô pouco antes do crime. Além de levar uma mochila e uma mala, ele vestia uma roupa de operário e usava uma máscara especial, a mesma indumentária do atirador, segundo testemunhas. (g1)




Estados Unidos e União Europeia se comprometeram ontem a enviar para a Ucrânia uma ajuda de US$ 1,344 bilhões (R$ 6 bilhões), dos quais US$ 800 milhões sairiam de Washington e US$ 544 milhões de Bruxelas. O dinheiro deve ser usado prioritariamente para compra de armas e material médico. (CNN)