terça-feira, 1 de junho de 2021

Deu na Imprensa - 01/06/2021

 

As manchetes desta terça-feira, 1º de Junho, convergem para a nova manobra diversionista de Bolsonaro: colocar o Brasil como sede da Copa América, após a Argentina se recusar a receber a competição por causa da pandemia. O assunto também ganha repercussão – negativa – na imprensa estrangeira, com jornais influentes, como o Financial Times reportando a conveniência de ceder estádios de futebol numa nação em que o vírus da Covid-19 está acelerando e tornando a pandemia mais letal e perigosa

A outra notícia importante não está nos jornais, mas nos onlines: PIB cresce 1,2% no 1º trimestre e volta ao patamar pré-pandemia. Paulo Guedes vai bater bumbo e reforçar a estratégia de que o Brasil está de volta aos trilhos, tentando esconder a tragédia social que se abateu sobre o país nos últimos anos, desde o Golpe de 2016: a pobreza cresceu e a desigualdade disparou aos níveis de 30 anos atrás.

O tom das manchetes dos impressos mostra uma reação negativa da mídia corporativa à iniciativa do governo de garantir a maior competição do futebol latino americano no país. FolhaCom UTIs cheias, Bolsonaro negocia receber Copa AméricaEstadãoConmebol anuncia Copa América no País; caso pode ir à JustiçaO GloboCom alerta de terceira onda, Bolsonaro aceita Copa América. E a edição brasileira do El PaísApós repercussão negativa, Governo Bolsonaro agora diz que Copa América no Brasil "não é certa". Reportagem do Valor destacou que a oposição vai ao STF para tentar impedir realização do torneioPT fez petição a Ricardo Lewandowski. 

Só o jornal Valor destoa na cobertura, refletindo as expectativas do mercado financeiro na economia: Otimismo domina bolsa apesar de risco elétrico. O descolamento sobre o cenário econômico real – desemprego em massa e aumento da desigualdade – contrasta com o tom ufanista do jornal, com diversas reportagens positivas sobre o desempenho da economia nacional, com queda da dívida brutaPaulo Guedes surge vendendo crescimento – "bem acima das previsões iniciais". Ministro diz que notícias são "animadoras" nos primeiros meses do ano. 

O fato, contudo, é que a crise hídrica é de fato uma ameaça real. Para o secretário da Fazenda, Bruno Funchal, impacto do problema na retomada não pode ser ignorado. Funchal disse não haver dúvida de que quanto mais acelerado o país estiver no processo de vacinação, melhor será o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) neste e no próximo ano. 

A partir de texto da BBCFolha reforça que seca histórica traz risco de inflação e racionamento de energia. Governo emitiu alerta de emergência hídrica até setembro para cinco estados. Curioso é que, segundo o Valoro governo vai recorrer a Pedro Parente para resolver crise hídrica. Ex-ministro da Casa Civil, Parente foi o principal gestor da crise no grande apagão enfrentado pelo governo Fernando Henrique.

Sobre a política, jornais destacam – Folha à frente – que a esquerda calcula riscos de novos atos contra Bolsonaro na pandemia e faz esforço por unidade no calendário, enquanto o presidente minimiza os atos de sábado contra o seu governo: "faltou maconha para manifestantes". Bolsonaristas preparam novos atos, mas dizem não ser resposta a manifestações da esquerdaO Globo reporta que Lula e Ciro Gomes adotam cautela sobre presença em manifestações durante pandemiaPT e PDT planejam, porém, ajudar na mobilização de novos protestos.

Globo e Estadão tentam se reposicionar depois da omissão de domingo, quando minimizaram os atos convocados pelas esquerdas contra o governo – destaque hoje no New York Times. Em editorial, Estadão diz que as manifestações contra Bolsonaro foram muito significativas"Não é trivial ir às ruas para expressar descontentamento com o governo em meio à pandemia", opina. 

Jornal Nacional, da Rede Globo, deu ontem cobertura correta de 4 minutos sobre as manifestações contra Bolsonaro, que tiveram repercussão no Congresso"Governistas tentaram minimizar o impacto, enquanto senadores de oposição avaliam que as pessoas escolheram se arriscar para mostrar a insatisfação com o governo Bolsonaro na condução da pandemia, principalmente na compra e fornecimento de vacinas", disse o telejornal.

No ValorMaria Cristina Fernandes alerta sobre o risco de Bolsonaro capitalizar os protestos e fala da insubordinação da PM de Pernambuco, que partiu para cima dos manifestantes num estado governado por um partido de esquerda. "A faísca no palheiro da Polícia Militar de Pernambuco é a combustão que o presidente da República precisa para embaralhar as cartas que hoje lhe são desfavoráveis na apuração, pelo Exército, das transgressões do general Pazuello", lembra. "Baderna não é colocar um general de Exército num palanque de um presidente que nem partido tem, é um governador não ter comando de sua polícia. Mentira? Com certeza, mas a oposição ainda tem que se mostrar capaz de rebatê-la"Leia a íntegra do artigo ao final deste briefing

Jornais noticiam que a Polícia Militar de Goiás prendeu um professor que se recusou a retirar adesivo 'Bolsonaro genocida' de carro. Em gravação, policial lê trecho da Lei de Segurança Nacional; governo de Goiás diz que fato foi 'lamentável' e afastou PM. O professor é um dirigente do PT: Arquidones Bites, que é secretário de movimentos populares.

Ainda na política, CPI retoma hoje os depoimentos e quer esclarecer reuniões da médica Nise Yamaguchi com Bolsonaro e o decreto para mudar bula da cloroquina. Defensora do medicamento sem comprovação científica, ela presta depoimento à comissão nesta terça. No Estadão, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM) diz que já 'há prova suficiente para indiciamento' de Bolsonaro.

BRASIL NA GRINGA

New York Times noticia a onda de protestos que eclodiu no Brasil no sábado contra o governo. À medida que aumenta o número de vírus, as divisões políticas do Brasil se espalham pelas ruas"À medida que aumenta o número de vírus, as divisões políticas do Brasil se espalham pelas ruas", escrevem os correspondentes Ernesto Londoño e Flávia Milhorance"Os oponentes do presidente Jair Bolsonaro montaram os maiores protestos desde o início da pandemia, sugerindo nova volatilidade antes das eleições do próximo ano" .

Wall Street Journal relata que a vacina chinesa reduz em 95% as mortes de Covid-19 em cidade brasileira. A experiência do Brasil de vacinar uma cidade inteira com a vacina chinesa CoronaVac reduziu as mortes de Covid-19 em 95%, disse o centro de pesquisa público que organizou o estudo. O experimento foi feito em Serrana, no interior de São Paulo. 

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung também publica reportagem sobre a Pequena cidade vacinada no Brasil"Ao contrário da maioria dos brasileiros, os moradores de Serrana podem respirar aliviados: a cidade quase nunca é infectada pelo vírus corona. A razão para isso não é um milagre, mas uma vacinação em massa".

Financial Times noticia que o Brasil sediará o torneio de futebol da Copa América, mesmo atingido pela Covid"Decisão de acolher concurso evitado por Argentina e Colômbia atrai escárnio e desprezo", informa o jornal britânico. "O Brasil se apresentou na segunda-feira para sediar o torneio de futebol da Copa América, apesar de sofrer uma das piores crises de coronavírus do mundo e enfrentar uma iminente terceira onda da doença. O anúncio foi feito após a desistência dos co-anfitriões anteriores Argentina e Colômbia. Buenos Aires citou um número crescente de casos Covid-19 e Bogotá apontou os protestos que afetam a Colômbia. A competição – que já foi adiada uma vez no ano passado – deve começar nas próximas  semanas".

O argentino Clarín dá manchete de primeira página para o assunto, apontando que a polêmica em torno da Copa América em meio à pandemia se mudou para o Brasil, depois do não da Argentina. Forte polêmica e dúvidas no Brasil com a Copa América depois que a Conmebol anunciou aquele país como sede. Um ministro disse que o torneio "não tem seguro". Jair Bolsonaro já teria sido favorável à Confederação Brasileira de Futebol, mas a decisão do governo será conhecida nesta terça-feira. Vários estados se opõem à hospedagem de partidas.

Página 12 destaca Copa América: agora autoridades brasileiras questionam organização"As autoridades brasileiras levantaram duas condições sine qua non para a realização do torneio: que todos os campi sejam vacinados e que os estádios fiquem sem público. Bolsonaro proibiu estrangeiros de entrar no país por tempo indeterminado", informa o jornal. "Nada está fechado ainda", disse o chefe de gabinete de Jair Bolsonaro.

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung noticia que a JBS, a maior empresa de carnes do mundo, foi alvo de um ataque de hacker. A JBS USA foi alvo de um "ataque cibernético organizado" que atingiu alguns servidores dos sistemas de TI da América do Norte e Austrália, anunciou a empresa. Clientes e fornecedores devem esperar atrasos.

INTERNACIONAL

New York Times destaca em manchete de primeira página que republicanos prometem reviver projeto de lei do Texas que restringe direitos de voto. Democratas mataram um projeto de lei patrocinado pelo Partido Republicano que tornaria mais difícil votar. O presidente Biden chamou a proposta de "um ataque à democracia". Espera-se agora que os legisladores republicanos reformulem o projeto em uma sessão legislativa especial, onde seria favorável à sua aprovação. 

Washington Post também traz o assunto no destaque principal do dia: Depois de derrotar o projeto de votação restritiva, os democratas do Texas enviam mensagem em voz alta: 'Precisamos que o Congresso faça a sua parte'.

Jornais europeus continuam a repercutir o escândalo de espionagem envolvendo a NSA dos Estados Unidos e o governo da Dinamarca. O português Diário de Notícias destaca que Snowden liga escândalo da espionagem na Europa a Biden"Emmanuel Macron e Angela Merkel em sintonia com o denunciante: querem saber todas as informações sobre a cooperação entre dinamarqueses e norte-americanos na escuta aos aliados. Snowden responsabiliza presidente norte-americano", informa.

Em editorial, o chinês Global Times diz que o escândalo de espionagem dos EUA na Europa não deve ser minimizado. O texto é duro: "Não há igualdade e respeito mútuo no Ocidente. A liderança dos EUA em seus aliados não é conduzida de acordo com as regras, mas é cheia de coerção e compulsão. Não é fácil ser um aliado dos EUA. Não apenas sua soberania é infiltrada, mas eles são monitorados por Washington a qualquer momento. Esta é a fria realidade sob a aparência enganosa de unidade entre os Estados Unidos e a Europa", aponta.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Com UTIs cheias, Bolsonaro negocia receber Copa América  

Estadão: Conmebol anuncia Copa América no País; caso pode ir à Justiça  

O Globo: Com alerta de terceira onda, Bolsonaro aceita Copa América

Valor: Otimismo domina bolsa apesar de risco elétrico

El País (Brasil): Após repercussão negativa, Governo Bolsonaro agora diz que Copa América no Brasil "não é certa"

BBC Brasil: 'Insanidade': Copa América no Brasil pode agravar terceira onda e 'caldeirão' de variantes

UOL: Copa América é risco de transformar Brasil em bomba-relógio para 3ª onda

G1:  Alternativas à carne bovina, frango, porco e ovo também ficam mais caros

R7: Governo libera saque do auxílio emergencial para 2,1 milhões de beneficiários nascidos em fevereiro

Luis Nassif: Xadrez do início do fim da direita no Brasil

Tijolaço: Acordos internacionais – armadilhas para o futuro governo brasileiro

Brasil 247: "Tenho certeza de que Fux vai pautar a suspeição de Moro. Ele não vai me frustrar", diz Marco Aurélio

DCM: Marco Aurélio quer votar suspeição de Moro antes da aposentadoria

Rede Brasil Atual: Para Boaventura, será preciso se manter nas ruas para garantir 'eleições livres' em 2022

Brasil de Fato: Copa América: estados reagem e ministro diz que evento não está confirmado no Brasil

Ópera Mundi: França e Alemanha pedem explicações aos EUA sobre espionagem da NSA

Fórum: Presidente da CPI diz que há provas para indiciamento e que cloroquina está "diretamente" ligada a Bolsonaro

Poder 360: Grupo de 30 a 59 anos passa a ser maioria nas internações em UTI por covid

Vi o Mundo: Dirigente do PT é preso em Goiás por se recusar a retirar do carro adesivo 'Fora Bolsonaro genocida'; vídeos

New York Times: Uma nova mostra sobre limites de votação emerge no Texas

Washington Post: Após a paralisação, apelos à ação

WSJ: Política de Três Crianças da China visa rejuvenescer a população idosa

Financial Times: A reformulação do Ey Europe desperta temores sobre a divisão dos danos do Wirecard

The Guardian: Cientistas exigem repensar em 21 de junho para bloqueio

The Times: Dias letivos mais longos para ajudar as crianças a se recuperar

Le Monde: Mali: o golpe que muda a situação da França

Libération: Mein Kampf relançado. Palavras para o pior

El País: Marrocos alimenta a crise ao igualar a Catalunha ao Saara

El Mundo: Sánchez se nega a discutir os indultos com o PSOE e com os barões

Clarín: A polêmica pela Copa América na pandemia se mudou para o Brasil

Página 12: O pecado da carne

Granma: Exigem o fim do bloqueio a Cuba em todas as línguas

Diário de Notícias: Santos populares. Porto já tem regras, Lisboa à espera de Medina

Público: Advogados vão processar o MAI por causa do sistema de vistos do SEF

The Moscow Times: Sete em cada 10 russos apóiam a revivificação do trabalho prisional 'Gulag'

Frankfurter Allgemeine Zeitung: China anuncia política de três filhos

Süddeutsche Zeitung: O apoio à Ucrânia está muito atrasado

Global Times: China permite que casais tenham 3 filhos, passo para levar a uma fertilidade-amigável

Diário do Povo: Xi enfatiza a melhoria da capacidade de comunicação internacional da China

Nesta segunda-feira o Brasil registrou 874 mortes por Covid-19, elevando o total a 462.966.

A Pfizer pediu ontem à Anvisa autorização para incluir na bula de sua vacina contra Covid-19 indicação para maiores de 12 anos, como já acontece nos EUA. No Brasil, a recomendação é para maiores de 16 anos. (G1)

O laboratório americano informou ainda que vai entregar 2,4 milhões de doses de sua vacina na segunda semana de junho. (UOL)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ultrapassou o Instituto Butantan como maior fornecedor de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Com a entrega de um novo lote nesta segunda, a fundação chegou a 47,6 milhões de doses, contra 47,2 do instituto. (Folha)

E hoje a Fiocruz assina, em Brasília, o contrato para transferência de tecnologia que lhe permitirá produzir no Brasil o insumo farmacêutico ativo (IFA) da vacina de Oxford/AstraZeneca, diminuindo a dependência de material importado. (Estadão)

Graças à vacinação em massa, o número de casos graves de Covid-19 no Xingu vem caindo. Incluídos no grupo prioritário, cerca de 84% dos indígenas da região já foram imunizados. (UOL)

Porém... No resto do país, o ritmo da vacinação em maio foi 16,5% menor do que em abril, devido a atrasos na produção e distribuição de vacinas. (Veja)

Nesta segunda-feira o Brasil registrou 874 mortes por Covid-19, elevando o total a 462.966. A média móvel em sete dias foi de 1.849 óbitos, a quarta alta seguida. Em relação aos 14 dias anteriores, houve redução de 5%, o que indica estabilidade. (G1)

Pois quem ligou o alerta foram os médicos em Manaus devido à morte de um homem por mucormicose, o chamado “fungo preto”, que atingiu milhares de pacientes com Covid-19 na Índia. O paciente, porém, havia testado negativo para Covid. (Globo)

Entenda o que é a mucormicose e a relação dela com a Covid-19. (G1)




Antes de ser preso em junho de 2019 com 39kg de cocaína no avião presidencial, o sargento da FAB Manuel Silva Rodrigues traficou drogas em pelo menos sete voos oficiais. O relatório da PF com essa informação diz ainda que o esquema continuou a funcionar mesmo depois da prisão de Rodrigues na Espanha. (UOL)




O ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou, via Twitter, que as provas do Enem 2021, tanto impressas quanto digitais, vão acontecer nos dias 21 e 28 de novembro. (Poder360)




Morreu em Natal, aos 81 anos, o locutor esportivo Januário de Oliveira, famoso por bordões como “é disso que o povo gosta” e “cruel, muito cruel”. Ele estava internado desde o dia 11 tratando um quadro de pneumonia e sofreu uma parada cardíaca. (Globo Esporte)

Bolsonaro aceita Copa América, recua após indignação das redes

 Foi num tom celebratório que a Confederação Sul-Americana de Futebol, a Conmebol, anunciou ontem, no final da manhã, que a Copa América ocorreria no Brasil. Àquela altura, primeiro Colômbia, depois Argentina, haviam se recusado a sediar a competição por cuidados com a crise da Covid. A notícia pegou a todos de surpresa. “Quero agradecer muy especialmente ao presidente Jair Bolsonaro por receber o torneio”, publicou no Twitter o líder da entidade, Alejandro Domínguez. Nas redes e sites da imprensa, a notícia foi recebida com ampla indignação. E, dada a reação, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, sinalizou recuo. Afirmou que a realização da competição ainda não está certa e que o governo faz algumas exigências, como estádios sem torcida e todos os jogadores vacinados. Os jogos estão previstos para acontecerem entre 13 de junho e 10 de julho. (Globo)

O Brasil é o segundo país com mais mortes e terceiro com mais casos da doença. (Johns Hopkins University)

A notícia repercutiu muito mal também entre os governadores, especialmente por conta do agravamento da Covid-19, com ocupação crescente de UTIs. Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul já avisaram que não sediarão jogos, enquanto São Paulo e Bahia disseram que podem receber partidas desde que em estádios vazios. E o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) avisou que vai ao STF contra o evento. (Estadão)

Aliados estão pressionando o governador João Doria (PSDB) para que rejeite os jogos em São Paulo, mesmo sem torcida. Eles alertam para a possível repercussão negativa do torneio no Brasil e para o número crescente de casos de Covid. O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, é um dos críticos. (Folha)

Já o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que não perde uma oportunidade de se alinhar ao Planalto, disse ser “futebolisticamente favorável” à realização da final da na capital, mas vai discutir com o prefeito Eduardo Paes (DEM). (CNN Brasil)

Enquanto isso... O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer convocar o presidente da CBF, Rogério Caboclo, para explicar os motivos de a entidade ter se oferecido para sediar o torneio. (Poder360)

Igor Gielow: “Jair Bolsonaro se mostra pouco supersticioso com sua intempestiva e populista decisão de abraçar a Copa América deixada na sarjeta pela crise política colombiana e pela pandemia na Argentina. Afinal de contas, mal se passaram 48 horas desde que dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo enfim decidiram ir à rua contra Bolsonaro, mesmo arriscando aglomerações e perder a superioridade moral ao falar sobre estímulo a contágio. Do ponto de vista político, Bolsonaro dobra a aposta na provocação contra seus opositores.” (Folha)

Só para lembrar... Na última sexta-feira o boletim semanal da Fundação Oswaldo Cruz alertou para o agravamento da pandemia no Brasil “nas próximas semanas”. A Copa América começa em 13 dias. (Estadão)

Da Cepa América ao mascote Cloroquito, os memes não poderiam faltar. (Globo)




A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por suspeita de favorecer o comércio ilegal de madeira. O pedido foi baseado na denúncia do ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, afastado após fazer acusações contra o ministro. (Estadão)




O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, tem até o dia 7 para decidir o que fazer com o também general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que violou as regras da corporação ao participar de um ato político com Jair Bolsonaro. Integrantes do Alto Comando acham que Nogueira vai chamar o ex-ministro a se explicar pessoalmente, o que já é desabonador e poderia aplicar uma punição em caráter reservado. Bolsonaro não aceita qualquer castigo ao ex-ministro. (Estadão)

Então... Segundo Lauro Jardim, não há general de quatro estrelas que veja chance de Pazuello passar incólume. (Globo)

O presidente, aliás, anunciou que vai fazer outro passeio de moto, desta vez em São Paulo, no próximo dia 12. Falando a apoiadores, ironizou as manifestações em mais de 200 cidades no sábado. “Tinha uma pelada, outras mulheres cabeludas pintando, não tinha ninguém.” (UOL)




A convenção nacional do Patriota, realizada ontem, teve bate-boca e pode acabar no TSE. Tudo porque o presidente do partido, Adilson Barroso, anunciou de surpresa a filiação do senador Flávio Bolsonaro (RJ), sinalizando que o presidente da República também deve se filiar para concorrer à reeleição. Segundo integrantes da legenda, Barroso impôs mudanças no estatuto à revelia dos demais filiados. Eles negam serem contra a entrada do clã Bolsonaro, mas querem que o TSE anule a convenção e as mudanças. (Globo)




Meio em vídeo. Foram grandes as manifestações de sábado. Bem grandes. Mas por enquanto nada sugere impeachment. Os motivos são muitos — mas dá para reduzir em três jogos políticos em curso neste momento. Não bastasse, ao topar de sopetão realizar a Copa América, Bolsonaro pode ter dado um tiro no pé. Quer entender? Confira o Ponto de Partida no YouTube.

Como ler Hitler em 2021

 

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Volume, de 900 páginas, com um rico conjunto de notas, textos explicativos e nova tradução, foi publicado na França após dez anos de preparação

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Mandatário intensifica ainda mais a estratégia de minimizar manifestações de opositores e manobras para desviar o foco de debates

“Copa América no Brasil é inaceitável e pode impulsionar a 3ª onda”, diz pesquisador

 


A semana começa com mais um capítulo de desgaste para o Governo Bolsonaro, que aceitou que o Brasil seja sede da Copa América, um campeonato de proporções continentais, quando o país já vê uma nova escalada de contágios da covid-19, que já vitimou mais de 460.000 brasileiros e caminha para a terceira onda. O tema dividiu governadores, provocou reações dos senadores da CPI da Pandemia e chegou ao Supremo. Após repercussão negativa, o Governo Bolsonaro diz, agora, que o torneio no Brasil não está confirmado e que ainda negocia com a CBF: "Não está certo". “É evidente que a Copa América pode impulsionar a terceira onda, é inaceitável do ponto de vista da saúde pública”, analisa Bruno Gualano, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP. Gualano coordena, desde o ano passado, um grupo de estudo que busca dimensionar os impactos que o futebol tem na crise sanitária brasileira e os achados da pesquisa mostram que a contaminação é próxima a dos profissionais de saúde. Ele critica o anúncio de vacinação dos atletas, sem tempo prévio para que a proteção seja efetiva. “É uma medida simbólica, que passa uma falsa sensação de segurança. Resume como as prioridades são o futebol, o bar, o shopping, e não as UTIs ou os remédios para intubação.”

Nesta edição, Rosana Pinheiro-Machado, professora de desenvolvimento internacional da Universidade de Bath, no Reino Unido, estreia como colunista do EL PAÍS e analisa os protestos anti-Bolsonaro de sábado: "Muitas pessoas que não colocaram o nariz para fora de casa nos últimos meses sentiram que precisavam apoiar o ato para dizer que, apesar de tudo, estamos politicamente vivos", escreve ela, que também aponta o erro de considerar o atual presidente um adversário fácil em 2021. "Os bolsonaristas possuem hegemonia na disputa das redes e virão com seus métodos mais sujos no ano eleitoral. Também sabemos que setores da mídia tradicional, na hora H, se encolhem desde que o pacto Paulo Guedes permaneça", aponta.

Quase três quilos de peso e cerca de 900 páginas num formato de 24,5 x 30 cm, parecido com o dos livros de arte que repousam sobre as mesas de algumas salas. O preço: 100 euros (637 reais). A capa, branca e com o título e os créditos em letras pretas, parece mais com a de uma tese de doutorado que com a de uma das novidades da temporada. Não é um livro que tenha sido publicado para vender maciçamente, nem sequer para facilitar sua leitura. A edição crítica de Mein Kampf (Minha luta) em francês é um volume atípico —e não apenas por seu conteúdo. Com um rico conjunto de notas, o livro pretende ser a forma mais recomendada de ler Adolf Hitler em 2021. “É uma fonte fundamental para a história do século XX: permite entender não apenas o personagem Hitler e o político Hitler, mas também, e sobretudo, a política bárbara e criminosa que ele levou a cabo a partir de 1933", dizem os historiadores, que dedicaram 10 anos à edição, como mostra a reportagem do correspondente em Paris, Marc Bassets.


Após repercussão negativa, Governo diz que torneio no Brasil “não é certo”
Após repercussão negativa, Governo diz que torneio no Brasil “não é certo”
Ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, foi o único a se pronunciar. Tema divide governadores e chega ao Supremo
“Copa América no país é inaceitável e pode impulsionar nova onda”
Especialista chama a atenção para os riscos de organizar um torneio continental em momento de nova piora da pandemia no país