A semana começa com mais um capítulo de desgaste para o Governo Bolsonaro, que aceitou que o Brasil seja sede da Copa América, um campeonato de proporções continentais, quando o país já vê uma nova escalada de contágios da covid-19, que já vitimou mais de 460.000 brasileiros e caminha para a terceira onda. O tema dividiu governadores, provocou reações dos senadores da CPI da Pandemia e chegou ao Supremo. Após repercussão negativa, o Governo Bolsonaro diz, agora, que o torneio no Brasil não está confirmado e que ainda negocia com a CBF: "Não está certo". “É evidente que a Copa América pode impulsionar a terceira onda, é inaceitável do ponto de vista da saúde pública”, analisa Bruno Gualano, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP. Gualano coordena, desde o ano passado, um grupo de estudo que busca dimensionar os impactos que o futebol tem na crise sanitária brasileira e os achados da pesquisa mostram que a contaminação é próxima a dos profissionais de saúde. Ele critica o anúncio de vacinação dos atletas, sem tempo prévio para que a proteção seja efetiva. “É uma medida simbólica, que passa uma falsa sensação de segurança. Resume como as prioridades são o futebol, o bar, o shopping, e não as UTIs ou os remédios para intubação.” Nesta edição, Rosana Pinheiro-Machado, professora de desenvolvimento internacional da Universidade de Bath, no Reino Unido, estreia como colunista do EL PAÍS e analisa os protestos anti-Bolsonaro de sábado: "Muitas pessoas que não colocaram o nariz para fora de casa nos últimos meses sentiram que precisavam apoiar o ato para dizer que, apesar de tudo, estamos politicamente vivos", escreve ela, que também aponta o erro de considerar o atual presidente um adversário fácil em 2021. "Os bolsonaristas possuem hegemonia na disputa das redes e virão com seus métodos mais sujos no ano eleitoral. Também sabemos que setores da mídia tradicional, na hora H, se encolhem desde que o pacto Paulo Guedes permaneça", aponta. Quase três quilos de peso e cerca de 900 páginas num formato de 24,5 x 30 cm, parecido com o dos livros de arte que repousam sobre as mesas de algumas salas. O preço: 100 euros (637 reais). A capa, branca e com o título e os créditos em letras pretas, parece mais com a de uma tese de doutorado que com a de uma das novidades da temporada. Não é um livro que tenha sido publicado para vender maciçamente, nem sequer para facilitar sua leitura. A edição crítica de Mein Kampf (Minha luta) em francês é um volume atípico —e não apenas por seu conteúdo. Com um rico conjunto de notas, o livro pretende ser a forma mais recomendada de ler Adolf Hitler em 2021. “É uma fonte fundamental para a história do século XX: permite entender não apenas o personagem Hitler e o político Hitler, mas também, e sobretudo, a política bárbara e criminosa que ele levou a cabo a partir de 1933", dizem os historiadores, que dedicaram 10 anos à edição, como mostra a reportagem do correspondente em Paris, Marc Bassets. | |||||||||
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