terça-feira, 22 de junho de 2021

Lira ataca CPI e tira corpo fora de impeachment

 Eleito para a presidência da Câmara sob as bênçãos do Planalto, Arthur Lira (PP-AL), aposta suas fichas contra a CPI da Pandemia no Senado. Para ele, a investigação é “um erro”. “A guerra está no meio. Como é que você vai apurar crime de guerra no meio da guerra?”, indaga. A despeito dos 500 mil mortos, o deputado não vê circunstâncias políticas para um processo de impeachment. (Globo)

A ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber determinou ontem, por liminar, que a CPI da Pandemia não pode convocar governadores para depor. A decisão desarticula a principal linha de ação da minoria governista na comissão, levar a investigação para ações feitas pelos governos estaduais. Em seu despacho, Weber afirmou que se estende aos governadores o direito de não depor atribuído ao presidente da República e que só as Assembleias Legislativas podem investigar os chefes dos Executivos estaduais. A ministra também pediu que o presidente do STF, Luiz Fux, marque uma sessão para o Plenário avaliar sua decisão. (Poder360)

Enquanto isso... Diante da ameaça de condução coercitiva, advogados do empresário bolsonarista Carlos Wizard procuraram o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), para reagendar um depoimento presencial. Wizard é suspeito de ser um dos articuladores e financiadores do chamado “gabinete paralelo”, um grupo que assessorava o presidente Bolsonaro à margem do Ministério da Saúde, estimulando, por exemplo, a ênfase em tratamentos ineficazes. Aziz marcou o novo depoimento para o próximo dia 30. (G1)




O presidente começou a semana de mau humor. Quando a repórter Laurene Santos lhe perguntou sobre ter chegado a Guaratinguetá (SP) sem máscara, ele descarregou. “Estou sem máscara em Guaratinguetá, tá feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa”, disse aos berros. Santos é jornalista da TV Vanguarda, afiliada da Globo na região. “Vocês são uma porcaria de imprensa. Cala a boca. Vocês são uns canalhas”, exclamou. (Poder360)

Então... Na avaliação interna do Planalto, as manifestações de sábado foram expressivas, mas apenas em São Paulo. “Serviu para medir o tamanho do inimigo”, ouviu no palácio o colunista Lauro Jardim. (Globo)

Bolsonaro tem mais motivos para ficar de mau humor. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu a ele 15 dias para apresentar provas de suas constantes alegações de fraudes em eleições com urnas eletrônicas. (CNN Brasil)

E foi com atraso de dois dias que o presidente da República se manifestou sobre os 500 mil mortos por Covid-19. No mesmo evento em que destratou a repórter, ele disse que lamentava “todos os óbitos” e voltou a defender tratamentos ineficazes. (G1)

Vera Magalhães: “Assistimos o presidente escalar dia a dia na afronta às instituições e ao estado democrático de forma a que tendemos a achar que se trata de mais do mesmo. E não se trata. Antes, nessas ocasiões, havia as notas de repúdio. Agora, Arthur Lira é um espectador conivente de Bolsonaro. Na falta de reação à altura das instituições, cabe aos atores políticos perceberem a gravidade do momento e terem inteligência para se preparar para uma já contratada tentativa de ruptura institucional em 2022. Não se trata de alarmismo: Bolsonaro tem avisado que vai tentar todos os dias. Vamos assistir silentes a esse anúncio público e antecipado de tentativa de golpe? E a classe política seguirá tão dividida e sem estratégia a ponto de que Bolsonaro dê todas as cartas da dinâmica e da narrativa do pleito do ano que vem?” (Globo)

Meio em vídeo. Só existe uma maneira de realmente derrotar o bolsonarismo. Tem de ser uma derrota acachapante. Como impor uma derrota assim? Ou um impeachment fulminante ou uma derrota definitiva ainda no primeiro turno, em 2022. Impeachment começa com todo mundo de oposição caminhando junto, independentemente do credo político. Sem união agora, Bolsonaro pode até perder a eleição, mas seu movimento radical continuará vivo e com chances de voltar. Confira o Ponto de Partida no YouTube.




O ex-presidente Lula, seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho e outros cinco acusados foram absolvidos ontem, por falta de provas, num dos processos derivados da operação Zelotes. Lula era acusado de editar uma MP para favorecer montadoras em troca de R$ 6 milhões em doações para o PT, mas o próprio Ministério Público reconheceu que não tinha como comprovar essas alegações. (Metrópoles)




Mais um presidenciável está de olho numa das bases do bolsonarismo, o eleitorado evangélico. Ciro Gomes (PDT) publicou um vídeo em redes sociais com uma Constituição e uma Bíblia dizendo que as duas não são conflitantes. A gravação foi ao ar dias depois do ex-presidente Lula se encontrar com o bispo Manoel Ferreira, líder da Assembleia de Deus, uma das maiores denominações neopentecostais do país. (Estadão)




O protesto de professores e juristas fez com que os organizadores do 3º Encontro Virtual do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito do Brasil (Conpedi) cancelassem um painel sobre combate à corrupção que seria coordenado pelo ex-ministro Sérgio Moro. Segundo os críticos, ao ser considerado um juiz parcial pelo STF, Moro perdeu a qualificação para esse tipo de debate. A presença do ex-ministro teria sido uma exigência do patrocinador do painel, a Apsen Farmacêutica, fabricante de cloroquina, que também foi criticada. A empresa nega a imposição do nome de Moro, que não se pronunciou. (Globo)




A Justiça Federal em São Paulo condenou, em primeira instância, o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto, conhecido durante a ditadura militar como Carlinhos Metralha, pelo sequestro do ex-fuzileiro naval Edgar de Aquino Duarte, desaparecido desde 1971. Augusto recebeu uma pena de dois anos e onze meses de prisão em regime semi-aberto, mas poderá recorrer em liberdade. Segundo o Ministério Público Federal, é a primeira condenação penal por crimes cometidos durante o regime militar. (Estadão)

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