Foi por pouco, muito pouco. Apenas um voto deu fim aos 12 anos de mandato de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, o mais longo na história do país. O resultado da votação no Knesset (o Parlamento israelense) foi 60 a 59 com uma abstenção, o que levou ao poder uma colcha de retalhos formada por partidos de todas as tendências. Com apoio de partidos de esquerda e de agremiações árabes, a cadeira de premiê vai ser ocupada pelo ultradireitista Naftali Bennet. Pelo arranjo, ele ficará 18 meses no cargo e revezará com o moderado Yair Lapid, idealizador da coalizão. Apesar da margem estreitíssima no Parlamento, espera-se que o novo governo ponha fim à instabilidade política em Israel, que teve quatro eleições gerais em dois anos. (UOL)
Netanyahu é o segundo aliado que Jair Bolsonaro vê apeado do poder em poucos meses — o primeiro foi Donald Trump nos EUA. O Brasil, porém, quer manter estreitos os laços com Israel, e, segundo o Itamaraty, Bolsonaro pretende telefonar para Bennet para cumprimenta-lo. (CNN Brasil)
Filho de imigrantes americanos e milionário do setor de tecnologia, Naftali Bennet iniciou a carreira política à sombra de Netanyahu no tradicional partido direitista Likud, que deixou em 2007 para assumir posições cada vez mais radicais. Seu partido Yamina defende o ultraliberalismo econômico e é contrário a qualquer negociação que envolva a criação de um Estado palestino. (Folha)
O presidente Jair Bolsonaro repetiu em São Paulo neste sábado o desfile de motos com apoiadores que fez no Rio, inclusive na falta de máscaras. Com um governo local menos simpático, porém, a infração pesou no bolso. Ele, seu filho Zero Três, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), três ministros e mais cinco deputados foram multados em R$ 552,71 cada um por desrespeito a um decreto estadual que obriga o uso da proteção. Ao final da motocada, Bolsonaro discursou e, mais uma vez, criticou máscaras e isolamento social, defendendo tratamento comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. (G1)
Pouco depois do evento, as redes bolsonaristas espalharam que, segundo o Livro Guinness dos Recordes, a manifestação reuniu 1,3 milhão de motos. Era, como de hábito, mentira. (Estadão)
Falando em pandemia, a oposição vai acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que apure o desvio para publicidade institucional do governo de R$ 52 milhões destinados ao combate à Covid-19. O dinheiro deveria ter sido aplicado pela Secretaria de Comunicação do Planalto em campanhas de esclarecimento sobre a doença, mas foi usado em peças publicitárias para enaltecer feitos do governo em outras áreas. (Folha)
Batalhando pela recondução à PGR e ainda sonhando com uma improvável vaga no STF, Augusto Aras vem enfrentando um clima de constante mal-estar com o ministro do Supremo Alexandre Moraes. O magistrado se irritou com o pedido de arquivamento feito pelo PGR do inquérito sobre atos antidemocráticos, que atinge diretamente apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Já Aras ainda não engoliu a operação da PF contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, autorizada por Moraes à revelia da PGR. (Globo)
Falando nisso... Fabio Wajngarten, então chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro, defendeu que a Caixa Econômica liberasse verba para “mídia aliada”, segundo diálogos obtidos pela Polícia Federal na investigação de atos antidemocráticos. Em conversa com o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, Wajngarten reclama que a Caixa devia “dinheiro pra BAND, RTV”. O ex-chefe da Secom diz que sua atuação foi técnica e profissional. (Globo)
Pressionado entre esquerda e direita, Ciro Gomes (PDT) escolheu uma estratégia de campanha presidencial que inclui fortes ataques ao ex-presidente Lula, tirando de Jair Bolsonaro (sem partido) o monopólio do antipetismo. Mas a tática está incomodando setores de seu partido, que temem afugentar eleitores de esquerda e prejudicar a montagem de candidaturas locais que contariam com o apoio do PT. As críticas, antes internas, fluem já para fora do partido. (Folha)
Morreu no sábado, aos 80 anos, o ex-vice-presidente Marco Maciel, um dos mais importantes políticos na transição da ditadura para a Nova República. Embora tenha militado na Arena e no PDS, partidos que deram sustentação ao regime militar até 1984, fez parte do grupo que rompeu com o governo Figueiredo e apoiou a eleição de Tancredo Neves. Foi fundador do PFL, hoje DEM, serviu como vice nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Antes, foi governador de Pernambuco, deputado e senador, e era membro da Academia Brasileira de Letras. Maciel sofria do Mal de Alzheimer. O governo federal decretou luto oficial de três dias. (Globo)
Outra perda, agora na economia, foi o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, que morreu ontem, aos 76 anos, devido a complicações da Covid-19. Doutor pela Universidade de Chicago, onde deu aulas para o ministro Paulo Guedes, Langoni presidiu o BC de 1980 a 1983, no governo Figueiredo, o último do regime militar, formando um triunvirato com os ministros da Fazenda e do Planejamento, Ernane Galvêas e Delfim Netto. Auxiliou Guedes na transição dos governos Temer e Bolsonaro e, até adoecer no final do ano passado, era assessor para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), cargo que acumulava com a direção do Centro de Economia Mundial (CEM) da FGV. (Estadão)
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