MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

O noticiário na imprensa nacional se desdobra em dois temas preponderantes nas manchetes: novas descobertas de gestão criminosa do governo na pandemia e crise de energia, com governo adotando medidas para incentivar uso da energia fora do pico. Vem do Globo o principal alerta: Com sobretaxa maior, conta de luz vai subir de novo. O tema quente do dia brilha no Estadão: E-mails mostram mais atenção à cloroquina do que a vacinas.

Folha destaca na manchete principal os esforços do governo para adoção de um programa de deslocamento do consumo de energia nos horários de pico com início em julho. A proposta incluirá consumidores residenciais, além da indústria. O Ministério de Minas e Energia se reuniu com grandes consumidores para discutir as bases do plano. A ideia é oferecer algum incentivo na conta de luz, como descontos na tarifa ou créditos futuros. "O modelo ainda está em discussão e exigirá arranjos técnicos e jurídicos para ser implementado", diz o ministro Bento Albuquerque.

Na política, a revelação do Estadão de que a troca de e-mails entre a diplomacia brasileira e a chancelaria indiana e representantes de farmacêuticas do país asiático mostra a agilidade com que o governo Bolsonaro buscou adquirir hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19, medicamento sem eficácia comprovada contra a doença. Algumas mensagens foram respondidas em 15 minutos, à noite e até em fins de semana. O esforço se contrapõe à postura em relação às vacinas. No caso da Pfizer, o governo demorou mais de dois meses para responder.

Ainda na política, Folha relata que oposição busca se diferenciar de motociata e amplia convocações para protestos neste sábado, 19. Líderes minimizam ato pró-presidente e rechaçam disputa sobre qual lado mobiliza mais. Puxada por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos, a mobilização que pede impeachment, vacinas contra a Covid-19 e auxílio emergencial de R$ 600 manteve o discurso da convocação anterior, de 29 de maio, e rejeitou comparações com as iniciativas bolsonaristas.

O jornal ainda registra que o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil para investigar Jackson Vilar e organizadores da motociata de Bolsonaro. Com base em reportagens e imagens do evento, o MP aponta que Bolsonaro e seus apoiadores deixaram de cumprir normas sanitárias, sobretudo o uso de máscara, procedimento classificado pelo promotor de Justiça Arthur Pinto Filho como "o mínimo civilizatório em tempos pandêmicos".

Notícia importante que está nos jornais e vale repercutir hoje é o alerta de que a pandemia aumentou a desigualdade de renda para nível recorde, diminuiu o rendimento médio do trabalho e deixou os brasileiros mais infelizes e com mais sentimentos negativos em comparação com a média global. É o que diz estudo de Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social).

ELEIÇÕES 2022

Monica Bergamo informa na Folha que PT quer que Boulos retire candidatura ao governo em troca de apoio à Prefeitura de SP em 2024. "Lideranças do partido já sondaram o PSOL sobre a possibilidade de ele sair candidato a deputado federal no próximo ano", reporta. "Uma parte das lideranças do PT de São Paulo já sondou o PSOL sobre um novo desenho para que os dois partidos firmem aliança em 2022: Guilherme Boulos desiste da candidatura ao governo de São Paulo no próximo ano, apoia Fernando Haddad, sai candidato a deputado federal e recebe o apoio dos petistas para se candidatar a prefeito dois anos depois, em 2024".

Em entrevista à Folha, a cientista social Esther Solano diz que eleitor decepcionado com Bolsonaro desconfia da oposição. Avanço da vacinação e recuperação da economia podem levar desiludidos a se reaproximar do presidente – alerta. A aposta de Solano é que a preocupação com o futuro da economia e o desemprego será o fator mais importante para a definição do voto nas próximas eleições presidenciais, se a vacinação da maioria da população for concluída até o fim deste ano, como se prevê, e não houver nova onda de contágio.

Jornais noticiam que o DEM expulsou o deputado Rodrigo Maia da legenda. Ele chamou o presidente do partido de 'Torquemada Neto'. "Ex-presidente da Câmara e ACM Neto romperam na reta final da eleição para a presidência da Casa, em meio à aproximação da sigla com o governo Bolsonaro", diz o jornal. No Globo, Malu Gaspar informa que Maia se ofereceu para ajudar Lula em 2022. Ele e Lula tiveram uma conversa fechada no Palácio da Cidade, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, da qual também participaram o prefeito, Eduardo Paes (PSD), e a presidente do PT Gleisi Hoffman. "Na conversa de 20 minutos com Lula, Maia disse que poderia ajudar a fazer a interlocução de sua campanha com políticos e setores da sociedade que hoje rejeitam o PT", escreve.

FAKE NEWS

Folha informa que grupos e canais políticos no Telegram tiveram crescimento explosivo no Brasil desde 2020, e o aplicativo deve ser um dos principais veículos de desinformação na eleição de 2022, alertam especialistas e o TSE. Estudo da UFMG mapeou os principais grupos e canais de discussão política no aplicativo: 92,5% dos usuários que seguem temas políticos estão em grupos e canais bolsonaristas (com um total de 1,443 milhão de membros), 1% em grupos e canais de esquerda (principalmente de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidenciável Ciro Gomes, com 15.956 membros) e 6,5% em grupos e canais indefinidos (100.199).

ELETROBRÁS

O Globo noticia que o governo ainda não conseguiu fechar acordo para votar no Senado a medida provisória que permite a privatização da Eletrobras. Sem entendimento entre os parlamentares sobre o conteúdo da proposta, a votação inicialmente prevista para esta semana pode não ocorrer, na avaliação de fontes que acompanham o assunto. A MP precisa ser votada até o dia 22, próxima terça-feira, para não perder a validade. Mas pontos incluídos na proposta pela Câmara, além da resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a mudanças na gestão do lago de Furnas têm atrasado a votação. Valor informa que Pacheco pautou para amanhã votação da MP. Presidente do Senado prevê mudanças no texto.

No GGN, Luis Nassif alerta para o desastre que o Legislativo está prestes a cometer, com a privatização da Eletrobrás. "O Congresso está prestes a avalizar uma das operações mais nefastas da história das políticas públicas brasileiras: a privatização da Eletrobras. Pior: na véspera da mais grave crise hídrica dos últimos 90 anos", adverte. "Significará uma explosão sem paralelo nos preços das tarifas. Ainda não caiu a ficha da opinião pública sobre o que essa crise significa". Leia a íntegra ao final deste briefing.

BRASIL NA GRINGA

O argentino Página 12 traz artigo de Gustavo Veiga sobre a intromissão dos Estados Unidos na política interna brasileira. Os Estados Unidos e as derivações de Lava Jato – diz o título do artigo. "Um grupo de 23 parlamentares democratas aguarda resposta do procurador-geral Merrick Garland para saber como a principal potência mundial se intrometeu na questão interna brasileira", aponta. Leia a íntegra ao final deste briefing.

Ainda no Página 12, o correspondente Dario Pignotti aponta que Bolsonaro encontrou uma estética Mussolina. "O presidente de extrema direita defende publicamente a força como instrumento de exercício do poder e incentiva a coerção política por meio de 'milícias' vigilantes", denuncia. "Palavra de Chico Buarque. O cantor brasileiro considera que seu país está 'com um pé no fascismo' como consequência da política sistemática do presidente, Jair Bolsonaro, destinada a corroer a democracia", escreve. "O ex-capitão venceu as eleições de 2018 cavalgando uma campanha lembrada pela defesa da 'tortura e dizendo que era preciso matar pelo menos 30 mil pessoas'. Desde sua chegada ao governo em 2019, ele não parou de se esforçar para estabelecer um modelo semelhante ao regime que prevaleceu entre 1964 e 1985".

Washington Post publica artigo de Fausto Salvadori denunciando a onda racista de encarceramento em massa no Brasil. "Em um país que por tanto tempo mentiu para si mesmo ao afirmar que é uma 'democracia racial', posso dizer que a polícia raramente me abordou na rua, mas meu genro diz que a certa altura, ele foi abordado 20 vezes em um único ano", alerta. "Esta situação representa uma ameaça letal real para os negros: eles constituem 56% dos brasileiros, mas respondem por 79% dos mortos pela polícia. Também existe o medo de ser detido; 67% da população carcerária é negra".

INTERNACIONAL

New York Times destaca como assunto principal nesta quarta-feira, 15, que Joe Biden tem oportunidade de mudar a política em relação a Israel, por conta da saída de Benjamin Netanyahu. Mudança em Israel oferece a Biden uma chance de melhores laços – diz a manchete. A saída de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro é um alívio para os democratas, mas o Irã e os palestinos podem testar as relações de Biden com um frágil novo governo israelense.

Já o Washington Post foca na primeira página a vitória política de Biden em obter apoio do G7 para pressionar a China. OTAN amplia o foco para a China, uma vitória de Biden em sua primeira viagem à destruída aliança – destaca. "Os líderes da OTAN concordaram na segunda-feira em direcionar sua aliança para uma postura mais confrontadora em relação à China, uma mudança histórica enquanto o presidente Biden buscava impulsionar e reorientar a organização após as erupções e conflitos que marcaram a era Trump", relata.

Em editorial, o chinês Global Times reage: Os países da OTAN não deveriam ser explorados politicamente por Washington. "Esta cúpula da OTAN pode ser vista como um ponto-chave na atitude dos EUA e da Europa em relação à China na área de segurança. Washington levantou a cortina para uma campanha de mobilização política para usar o bloco da OTAN para realizar uma competição estratégica com a China", diz editorial. "A OTAN não está de mãos dadas com os EUA na questão da China. A China não deve permitir que os EUA fortaleçam a tendência anti-China no Ocidente por meio da OTAN. Precisamos fazer mais esforços para acabar com o plano dos EUA".

O inglês Financial Times destaca na primeira página que a Otan alerta que ambições militares da China ameaçam a ordem global. "Pequim chama o comunicado da aliança de 'calúnia' e 'um erro de avaliação da situação internacional' – informa o diário britânico. "A força da declaração mostrou até que ponto as relações entre o Ocidente e Pequim se deterioraram nos 18 meses desde a última reunião dos países da Otan. Então, a aliança transatlântica emitiu uma declaração cautelosa sobre as 'oportunidades e desafios' apresentados pela China", reportam Michael Peel e Lauren Fedor.

Wall Street Journal noticia – com destaque na primeira página – que o presidente da Nicarágua desafia os EUA em dura repressão à oposição. "Daniel Ortega, que disputa o quarto mandato consecutivo como presidente, lançou uma ampla campanha de repressão antes das eleições de novembro, de acordo com analistas, ativistas de direitos humanos e governos ocidentais", relata. "Nos últimos dias, a polícia espancou um candidato à presidência da oposição antes de colocá-lo na prisão. Outro candidato à oposição foi preso pouco depois de filmar um vídeo dizendo adeus à família, caso ele também fosse detido. Um terceiro líder da oposição proeminente foi fotografado pela polícia depois que invadiram sua casa para prendê-lo. Na foto, ele parecia assustado ao lado de um comandante de polícia acusado pelos EUA de violações dos direitos humanos".

Financial Times traz um perfil do novo presidente do Peru, Pedro Castillo. O chapéu e o lápis: quem é o presidente do Peru que está à espera? – diz o título. "Pedro Castillo reagrupou os pobres e aterrorizou os ricos com sua retórica de reforma econômica de esquerda", aponta. "Grande parte da confusão em torno de Castillo decorre de sua mudança na política durante a campanha. Em um minuto ele era um batedor de carteira radical, determinado a nacionalizar empresas e rasgar a constituição do Peru de 1993; no próximo, ele estava tentando acalmar a elite aterrorizada do país que eles não tinham nada a temer dele. Ninguém sabe o que esperar". O francês Le Monde destaca que Keiko Fujimori insiste em se recusar a reconhecer resultados presidenciais. "Com 99,9% da contagem, Pedro Castillo lidera com uma vantagem curta de 48.000 votos", relata.

Jornais ingleses trazem o alerta do primeiro-ministro Boris Johnson sobre a necessidade de todos aprenderem aa conviver com Covid. Ele estendeu o bloqueio por mais quatro semanas e acelera as doses de vacinação. Johnson disse que a Grã-Bretanha deve aprender a conviver com o coronavírus, pois adiou o fim das restrições da Covid-19 em quatro semanas e insistiu que 19 de julho seria a nova "data de término".

O primeiro-ministro adiou o desbloqueio por um mês. Guardian e Times informam que Johnson sinalizou que "não tolerará" uma nova suspensão para o fim das restrições ao coronavírus após anunciar o atraso. O Guardian sugere que o PM provavelmente enfrentará críticas significativas dos parlamentares conservadores, citando um que acusou o governo de mudar os marcos da baliza. O Times diz que há uma preocupação "crescente" no gabinete e nas bancadas conservadoras de que a rápida disseminação da variante Delta poderia forçar o atraso a durar mais de um mês.

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Incentivo a uso de luz fora do pico deve ter início em julho

Estadão: E-mails mostram mais atenção à cloroquina do que a vacinas

O Globo: Com sobretaxa maior, conta de luz vai subir de novo

Valor: Leilão de saneamento local pode gerar obras de R$ 3,6 bi

El País (Brasil): Professoras driblam apagão educativo para dar novo sentido à escola pública

BBC Brasil: CPI da Covid: Manaus apelou a ministério por azitromicina e ivermectina durante crise de oxigênio

UOL: Governo soube de escassez de oxigênio um mês antes de crise no AM

G1: Número de investigados pela CPI da Covid pode chegar a 10, diz Renan

R7: Governo federal antecipa pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial

Luis Nassif: Eletrobras e crise hídrica, as 3 pragas do Egito a caminho

Tijolaço: Manter sigilo sobre Pazuello humilha o Exército