Nas manchetes dos principais jornais brasileiros nesta sexta-feira, a notícia é a decisão do Exército de livrar a cara do General Eduardo Pazuello, após participar de ato político ao lado de Bolsonaro há duas semanas. Folha destaca: Após pressão direta de Bolsonaro, Exército livra Pazuello de punição. No Estadão: Exército livra Pazuello de punição e cria desgaste entre oficiais. O Globo: Sob pressão de Bolsonaro, Exército livra Pazuello e põe disciplina em risco. Os principais colunistas de jornais falam abordam aspectos do agravamento da crise institucional, com Bolsonaro colocando a política dentro dos quartéis. Todos são unânimes na crítica ao Comando do Exército. Fala-se em anarquia, submissão e vergonha. Bernardo Mello Franco: Bolsonaro esvazia comandante e põe Exército de joelhos. Vera Magalhães: Precedente aberto a Pazuello é de extrema gravidade. Malu Gaspar: O capitão dobrou os generais. O próximo passo é transformar o Exército em milícia. Lauro Jardim: Decisão de não punir Pazuello é vitória de Bolsonaro e da indisciplina. Merval Pereira explica o que motivou o Exército a livrar a cara de Pazuello: "A quebra da disciplina e hierarquia só aconteceu porque os militares estão convencidos de que apenas Bolsonaro pode derrotar o PT e Lula na eleição do ano que vem, e quiseram dar respaldo político a ele". Bruno Boghossian é menos direto: "Sem punição a Pazuello, militares deixam de ser instituição de Estado para servir ao presidente". Marcelo Godoy aponta a gravidade: "Presidente está mais uma vez afrontando o estabelecimento militar; da última vez que o fez, há 30 anos, acabou defenestrado". Até políticos moderados, como Gilberto Kassab, presidente do PSD, mostram desconforto com a iniciativa do comandante do Exército, General Paulo Sérgio, de passar pano para Pazuello. O mesmo do ministro do STF, Marco Aurélio Mello: "Fiquei perplexo". No Estadão, o ex-ministro Raul Jungmann é direto: "É hora de reagir, antes que seja tarde". O ex-ministro Celso Amorim afirma que decisão do Exército é "altamente preocupante para as instituições". O agravamento da crise política brasileira escapa do radar das revistas semanais, com exceção da Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, que traz reportagem sobre a decisão do Exército de não punir Pazuello e críticas de Aloizio Mercadante à inciativa. Na capa da semanal, os protestos do último final de semana, colocando pressão da sociedade sobre o presidente. O povo para a rua. "Diante da atuação criminosa do presidente na gestão da pandemia, organizações da sociedade civil promovem atos massivos contra Bolsonaro em mais de 200 cidades brasileiras. No dia 19 de junho tem mais. É chegada a hora de dizer: Basta de mortes!", destaca na capa. A Focus ainda traz uma entrevista com o comediante Fábio Porchat criticando Bolsonaro e alerta para a crise energética que o país vive e pode resultar em novos blecautes. A crise no setor de energia é assunto de capa da revista Carta Capital: Só falta o apagão. "No Brasil da pandemia, do desemprego e da fome, outra crise energética desponta no horizonte", diz a revista, que ainda destaca a realização da Copa América no Brasil – "Escárnio" – e traz nova denúncia contra o ministro Ricardo Salles, que teria encontros suspeitos com empresário condenado na Bahia. Já a revista IstoÉ investe na linha de investigação da CPI da Covid: Governo paralelo. "Bolsonaro loteou o poder entre filhos e aliados, criando uma administração das sombras. Estruturas ocultas passaram a dar as cartas no Ministério da Saúde, no Itamaraty e na Secretaria de Comunicação, entre outros setores. Uma fatia do Orçamento foi executada secretamente para interferir no Congresso. O objetivo do presidente é driblar o controle da sociedade e perpetuar seu grupo no Planalto", diz a revista. E a Veja traz denúncia pesada contra o juiz federal Marcelo Bretas, acusado de atuar fora da lei na Justiça do Rio. Diz a manchete de capa Vaza jato II. "Em delação aceita pela Procuradoria Geral da República, o juiz Marcelo Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados, combinar estratégias com o Ministério Público, pressionar investigados e até de influenciar uma eleição política. Provas incluem um áudio de suas conversas", reporta. BRASIL NA GRINGA A revista inglesa The Economist traz ampla reportagem, com caderno especial de 10 páginas e capa na edição da América Latina, para a gravidade da crise brasileira – sanitária, econômica e social. A década sombria do Brasil. A revista coloca o Cristo Redentor com máscara de oxigênio e diz que "será difícil mudar curso do Brasil" com Bolsonaro. O relatório especial da revista britânica sobre o país aponta ainda estagnação econômica e "ruína ambiental" e conclui que retomada depende de derrotar atual presidente nas eleições de 2022. Também defende que o sistema político que ajudou Bolsonaro a conquistar o cargo precisa de uma reforma profunda. A revista afirma que a "prioridade mais urgente" deve ser a mudança presidencial pelo voto, sem apontar um possível sucessor. O texto também diz que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontado à frente de Bolsonaro em pesquisas recentes, "deveria oferecer soluções, não saudades", e criticou também aspectos de gestões petistas ao longo da série de reportagens. O americano New York Times noticia que o Facebook planeja acabar com a abordagem sem intervenção das postagens de políticos. A rede social, sob pressão desde que barrou o ex-presidente Donald Trump, não dará mais automaticamente um tratamento especial aos líderes mundiais. "No ano passado, o Twitter começou a fazer cumprir suas regras com mais força, removendo vários tweets de líderes mundiais, como o presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, por espalhar desinformação sobre o coronavírus", destaca. O inglês The Guardian traz ensaio fotográfico sobre a Amazônia: vida e morte na floresta tropical. "A 10ª edição do prêmio Carmignac de fotojornalismo foi dedicada à Amazônia e às questões relacionadas ao seu desmatamento. O fotojornalista Tommaso Protti, acompanhado pelo jornalista Sam Cowie, viajou milhares de quilômetros pela Amazônia brasileira", informa. "Da região oriental do Maranhão à região ocidental de Rondônia, passando pelos estados do Pará e Amazonas, eles retrataram a vida moderna na Amazônia brasileira, onde crises sociais e humanitárias se sobrepõem à destruição da floresta tropical". INTERNACIONAL New York Times destaca em manchete de primeira página que o presidente Joe Biden decidiu restringir o plano de infraestrutura, mas ainda existem obstáculos para o acordo bipartidário. Ele ofereceu novas concessões nesta semana, incluindo abandonar o plano para reverter alguns dos cortes de impostos de 2017, enquanto tenta ganhar o apoio dos republicanos do Senado. Washington Post também dá o tema em manchete, apontando que Biden sugere uma concessão fiscal. "Depois que o Partido Republicano se opôs à proposta de aumentar as alíquotas de impostos corporativos para 28%, Biden os pressionou por uma posição sobre o piso de 15% do imposto", reporta. Na Europa, Le Monde e Libération – este último em manchete – destacam a ofensiva de Joe Biden para cobrar impostos de multinacionais. "O imposto mínimo global é prioridade das finanças do G7 em Londres", diz o primeiro. "Este projeto tributário, apoiado pelas grandes potências europeias, foi revivido pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. É uma prioridade na agenda da reunião de ministros das finanças do G7, que começa nesta sexta-feira", aponta o Monde. Libération vai na mesma linha: "O novo governo americano defende no G7 a partir desta sexta-feira, em Londres, o estabelecimento em escala internacional de uma alíquota mínima de imposto para empresas de muito grande porte. Um avanço surpreendente frente às estratégias de otimização tributária". No Guardian, reportagem com chamada de capa diz que a subsidiária irlandesa da Microsoft pagou zero de imposto corporativo sobre £220 bilhões de lucro. "A Microsoft Round Island One é 'residente fiscal' nas Bermudas, sem funcionários, exceto diretores", destaca o jornal. O lucro gerado pela Microsoft Round Island One no ano passado é igual a quase três quartos do produto interno bruto da Irlanda – embora a empresa não tenha funcionários. |
AS MANCHETES DO DIA |
Focus Brasil: O povo para a rua. Diante da atuação criminosa do presidente na gestão da pandemia, organizações da sociedade civil promovem atos massivos contra Bolsonaro Carta Capital: Só falta o apagão. No Brasil da pandemia, do desemprego e da fome, outra crise energética desponta no horizonte IstoÉ: Governo paralelo. Bolsonaro loteou o poder entre filhos e aliados, criando uma administração das sombras. Estruturas ocultas passaram a dar as cartas no Ministério da Saúde, no Itamaraty e na Secretaria de Comunicação, entre outros setores. Uma fatia do Orçamento foi executada secretamente para interferir no Congresso. O objetivo do presidente é driblar o controle da sociedade e perpetuar seu grupo no Planalto Veja: Vaza jato II. Em delação aceita pela Procuradoria Geral da República, o juiz Marcelo Bretas é acusado de negociar penas, orientar advogados, combinar estratégias com o Ministério Público, pressionar investigados e até de influenciar uma eleição política. Provas incluem um áudio de suas conversas Folha: Após pressão direta de Bolsonaro, Exército livra Pazuello de punição Estadão: Exército livra Pazuello de punição e cria desgaste entre oficiais O Globo: Sob pressão de Bolsonaro, Exército livra Pazuello e põe disciplina em risco Valor: Home office só é possível para 17,8% dos trabalhadores El País (Brasil): Copa América no Brasil se torna trunfo político e cortina de fumaça para Bolsonaro BBC Brasil: Brasil e outros 51 países encomendaram vacinas antes da aprovação de 'Anvisas' UOL: Taxa de cobertura vacinal despenca e abre brecha para novos surtos no país G1: Anvisa analisa hoje pedidos de importação das vacinas Covaxin e Sputnik V R7: Covid-19: Anvisa decide nesta sexta-feira sobre a importação das vacinas Sputnik V e Covaxin Luis Nassif: "As instituições funcionam": Exército decide não punir Pazuello Tijolaço: Bolsonaro quer Exército para golpe contra o voto Brasil 247: Após assumir o comando total do Exército, Bolsonaro diz que CPI não vai derrubá-lo DCM: "É hora de reagir, antes que seja tarde", diz ex-ministro da Defesa Rede Brasil Atual: Brasil se aproxima das 470 mil mortes por covid-19, aponta Conass Brasil de Fato: Comando do Exército não tem informações sobre oficiais punidos por atuação política Ópera Mundi: Capitalismo não é um sistema que cai por conta própria, diz Vijay Prashad Poder 360: CPI: tratamentos distintos a médicas acentuam contraste entre depoimentos New York Times: Biden restringe plano para reconstruir infraestrutura Washington Post: Biden sugere uma concessão fiscal WSJ: Ação da AMC equilibra ganho recente após rede alertar investidores Financial Times: Taxa de contratação atinge alta de 23 anos, já que o aumento dos serviços amplia as esperanças de crescimento The Guardian: Nº 10 restringe as fronteiras e as regras de viagem conforme as variantes geram novo alarme The Times: Britânicos correm para cancelar feriados em meio ao caos das viagens Le Monde: Israel. Coalizão histórica contra Netanyahu Libération: Ele ataca as multinacionais. Joe, o taxador El País: Londres golpeia o turismo ao excluir a Espanha de sua lista verde El Mundo: "Ministra, permita-nos revisar o documento: turismo em perigo" Clarín: Deputados e senadores se dão aumento de 40% e mudam a ponta do teto salarial Página 12: O Estado ao resgate Granma: O Partido tem que trabalhar para que não haja problema sem solução Diário de Notícias: Mais contágios afastam Lisboa de Nova fase de abertura e até pode recuar Público: Covid leva grupos privados de saúde a fechar 2020 com resultados negativos The Moscow Times: Visando Navalny, Putin proíbe candidatos eleitorais ligados a extremistas Frankfurter Allgemeine Zeitung: Pranchas que salvam o mundo Sueddeutsch Zeitung: Cardeal Marx oferece ao Papa sua renúncia Global Times: Partido Comunista emerge mais forte, mais firme na aspiração original através da névoa da década de 1980 Diário do Povo: Xi chama a SCO para expandir as trocas de pessoa para pessoa |
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