Os países sulamericanos vivem seus infernos particulares, depois dos anos dourados com o boom das comodities, em que lograram fortalecer uma classe média em todo o continente. Hoje, porém, o cenário é outro, escancarado pela pandemia do coronavírus. Há revoltas na Colômbia e no Chile, incerteza eleitoral no Peru, uma democracia ameaçada no Brasil, tensões políticas no Equador e na Bolívia, uma economia em queda livre na Argentina e uma crise crônica na Venezuela. O EL PAÍS faz um relato deste quadro a partir dos pontos mais nevrálgicos da região para explicar como chegamos aqui. “Em 2021 estamos vendo respostas políticas que às vezes não sabemos aonde nos levam”, diz Martín Rama, economista-chefe para América Latina e Caribe do Banco Mundial. No Brasil, os protestos deste final de semana fortaleceram os opositores do Governo Bolsonaro, com sua gestão distópica, que levou a um aprofundamento da pandemia do novo coronavírus. No mesmo sábado, 19 de junho, dia em que manifestações foram marcadas em mais de 400 cidades brasileiras, o país ultrapassou a amarga marca de 500.000 mortos pela covid-19. Afonso Benites, Carla Jiménez e Felipe Betim estiveram em Brasília e na avenida Paulista para medir a temperatura das ruas e contar o que as manifestações já evidenciam. Já a reportagem de Gil Alessi reflete sobre as consequências de ultrapassar meio milhão de vidas perdidas. “Como a história da pandemia será contada no futuro? Como os historiadores irão entender esse momento? Isso vai depender da memória que se guardar", diz o historiador Alexandre Francisco Silva Teixeira, do projeto Memorial da Pandemia, Enquanto isso, no Peru o repórter Juan Diego Quesada ouviu da candidata conservadora Keiko Fujimori que ela irá reconhecer o resultado das urnas nas eleições disputadas palmo a palmo com Pedro Castillo. Fujimori acusa, sem provas, que houve fraude em alguns colégios eleitorais. A diferença entre os dois é de pouco mais de 40.000 votos a favor do adversário de esquerda, número contestado pela rival. Mesmo com uma vitória, o novo presidente do Peru terá pela frente a missão de apaziguar ânimos num país partido ao meio. E ainda nesta edição, a história de Vicky Safra, viúva de Joseph Safra, que acaba de herdar a maior parte da imensa fortuna familiar, transformando-se assim em uma das mulheres mais ricas do mundo. A Forbes atribui a ela um patrimônio de aproximadamente 41 bilhões de reais e administra, junto com dois de seus filhos, ativos financeiros no valor de mais de 538 bilhões de reais. Até mesmo a Grécia, país em que nasceu há 68 anos, a proclama sua cidadã mais rica, uma enorme fortuna à altura dos Onassis.
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