terça-feira, 15 de junho de 2021

Primeiro, ignorou — Agora, Bolsonaro corre atrás da Pfizer

 Após passar o segundo semestre de 2020 ignorando as ofertas de vacinas da Pfizer, o presidente Jair Bolsonaro participou ontem de uma reunião virtual com o presidente da farmacêutica para a América Latina, Carlos Murillo. O objetivo foi tentar “antecipar ao máximo as doses contratadas”. A Pfizer tem compromisso de entregar 100 milhões de doses até setembro. Mas o governo, agora, quer que elas cheguem antes. (G1)

Enquanto isso... A CPI da Pandemia tem em mãos uma troca de e-mails mostrando o forte empenho do governo em obter cloroquina no exterior, mesmo depois de o medicamento ser descartado por autoridades sanitárias internacionais no tratamento da Covid. A ação contrasta com o pouco caso na aquisição de vacinas. (Estadão)

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) disse que vai pedir ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que passem a ser considerados investigados os ex-ministros da Saúde Eduardo Pazuello e das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. (UOL)

Em mais uma polêmica, Aziz informou que a comissão vai rejeitar o pedido do empresário bolsonarista Carlos Wizard para prestar depoimento por vídeo conferência. Segundo seus advogados, Wizard, suspeito de integrar o “gabinete paralelo”, está nos EUA “acompanhando tratamento médico de familiar”. (G1)

Mas a CPI sofreu um duplo revés ontem. O ministro do STF Kássio Nunes Marques suspendeu as quebras dos sigilos de Élcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, e Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Mais cedo, o ministro Luiz Roberto Barroso tomou decisão igual beneficiando outros dois servidores do ministério. (Poder360)

Só que o governo também teve más notícias. Segundo Bela Megale, o TCU criou uma comissão “linha duríssima” para investigar o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, afastado na semana passada. Ele é suspeito de ter elaborado e inserido no sistema da Corte um relatório com dados distorcidos insinuando haver supernotificação de mortes por Covid-19. (Globo)




A decisão do Twitter de suspender contas de “comportamento suspeito”, potencialmente robôs, fez o presidente Jair Bolsonaro perder 10.888 seguidores nas últimas 24 horas. Ele não foi único nome da direita afetado. Seu filho Eduardo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e diversos outros conservadores de destaque acusaram o golpe e reclamaram da Big Tech. (Poder360)




A Executiva Nacional do Democratas decidiu ontem, por unanimidade, expulsar o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ). O deputado havia rompido com o presidente do partido, ACM Neto, e se declarado abandonado pela legenda durante a própria sucessão na Câmara. Maia já havia recorrido à Justiça Eleitoral para se desfiliar sem perder o mandato. Ontem, ele reagiu dizendo que sua expulsão era “o presidente Torquemada Neto usando seu poder para proibir críticas à sua gestão”, numa referência ao inquisidor espanhol. (Folha)

Quem também está de mudança é a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Ela anunciou ontem ter pedido ao TSE sua desfiliação justificada do PSL, acusando o partido de manter a “escória bolsonarista” e ter virado “a representação do que há de pior na política”. (UOL)




O deputado Domingos Neto (PSD-CE), relator-geral do Orçamento de 2020, participou na semana passada da entrega de 31 tratores a 28 municípios de seu estado. Tudo bem, não fosse por alguns detalhes. O maquinário foi comprado com verbas do chamado “orçamento secreto”, distribuídas a critério do próprio deputado. A maioria dos prefeitos beneficiados era de seu partido. A parte do leão, R$ 110 milhões, foi para Tauá, governado pela mãe de Domingos Neto. (Estadão)




Em que pesem as posições do novo premiê israelense, Naftali Bennet, o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, comemorou o fim dos 12 anos no poder de Benjamin Netanyahu, que classificou como “um dos piores períodos na história do conflito israelense-palestino”. Ele não estava sozinho. Multidões de israelenses celebraram nas ruas a vitória da ampla coalizão que encerrou o “reinado” do ex-premiê. Embora Bennet seja um ultraconservador, seu gabinete inclui liberais, militantes LGBTQ+ e até representantes dos árabes israelenses. (UOL)

Meio em vídeo. O que os Estados Unidos, Israel e Hungria têm em comum? Em todos esses lugares, grupos dos mais diversos perceberam que para salvar a democracia, gente muito diferente tem de conversar. Por algum motivo, no Brasil achamos que somos diferentes. Veja o Ponto de Partida no YouTube.




Numa vitória do presidente americano Joe Biden, a Otan classificou como “desafios que devem ser enfrentados” as pretensões militares da China. Assim como a Rússia, o regime de Pequim está no centro da ofensiva de Biden contra governos autoritários. (Estadão)

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