O Amazonas vive sua maior enchente em 119 anos. Mas a cheia —que afeta mais de 450.000 pessoas— não é a única crise que atinge o Estado. Meses após as cenas de falta de oxigênio nos hospitais de Manaus e região, em plena segunda onda da pandemia, provocarem perplexidade no Brasil, o Amazonas vive agora uma nova alta de infecções pela covid-19 e uma onda de violência que provocou um lockdown involuntário e fez com que as autoridades pedissem a ajuda à Força Nacional. Há ainda a crise econômica. O auxílio-enchente de 300 reais, prometido pelo Governo do Estado, deve alcançar menos de um terço da população prejudicada pelas cheias. "A Defesa Civil veio vai fazer um mês. Viram a situação, marcaram a casa, fizeram nossa inscrição para receber auxílio, mas até agora nada”, conta Leyna Paula da Costa Rego, de 35 anos, que está desempregada desde o início da pandemia em 2020. Como boa parte das comunidades alagadas em Manaus é controlada pelo tráfico de drogas, até mesmo para fazer a ajuda com doação de alimentos chegar é preciso estar acompanhado de alguém da comunidade. O Amazonas vive uma era de extremos, como detalha a reportagem de Steffanie Schimidt que abre esta edição. O fim de semana foi novamente marcado por protestos, desta vez, de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Milhares de motos barulhentas realizaram um ato simbólico na cidade de São Paulo, cujo mote foi o negacionismo da crise sanitária e o tom eleitoral por 2022, relatam Carla Jiménez e Talita Bedinelli. Acossado pela CPI da Pandemia, o mandatário ressaltou novamente que pediu um estudo ao Ministério da Saúde sobre a possibilidade de que pessoas imunizadas ou que já tenham tido covid-19 não precisem mais usar máscaras. A manifestação, entretanto, chega num momento em que os senadores avançam nas investigações sobre a atuação do gabinete paralelo que aconselha Bolsonaro e sobre a responsabilidade do presidente no atraso da campanha de vacinação no Brasil. E ainda nesta edição, o colunista Xico Sá e o repórter Diogo Magri avaliam a estreia da seleção brasileira nesta que é a mais polêmica Copa América já realizada. "Nem mesmo a gravidade da peste provocada pelo coronavírus comoveu até agora os atletas e a comissão técnica da equipe. Mesmo na singela cartinha publicada no story do Instagram dos boleiros, não houve a menor sensibilidade para defender a vacina ou o SUS, por exemplo. Nada. Uma omissão histórica bem superior à vergonha moral do 7x1 para a Alemanha na Copa de 2014", avalia o colunista. E ainda, Sinéad O’Connor lança uma biografia em que esmiúça sua vida instável e as consequências sobre a sua carreia musical. | |||||
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