A quarta-feira mexeu com os nervos do Governo Bolsonaro em Brasília. Um deputado da base bolsonarista disse, na TV, que alertou pessoalmente o presidente sobre possíveis irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde, um contrato na mira da Ministério Público Federal, do Tribunal de Contas da União e, agora, no centro da CPI da Pandemia. Se confirmadas as denúncias, o caso tem o potencial de colar no Planalto a mancha da corrupção. Afonso Benites relata que o Governo reagiu atacando, ameaçando de processo tanto o deputado bolsonarista Luís Miranda (DEM-DF) como seu irmão, o servidor que fez as denúncias. Os irmãos Miranda estarão na sessão da CPI desta sexta, que a oposição espera que seja explosiva. Enquanto Brasília digeria as declarações de Miranda, o Planalto resolveu produzir outra manchete para disputar os holofotes: o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles anunciou seu pedido de demissão. A renúncia ocorre no momento em que o país registra taxas recordes de desmatamento e semanas após a aberturas de duas investigações sobre crimes ambientais contra Salles. Naiara Galarraga Gortázar e Gil Alessi contam que a saída foi celebrada com cautela por ativistas e ONGS ligadas ao meio ambiente. Quem assume a pasta é Joaquim Alvaro Pereira Leite, atual secretário da Amazônia no Ministério e ex-assessor de ruralistas. No mesmo dia em que a pasta do Meio Ambiente mudou de comando, os povos indígenas sofreram uma derrota na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara. Gil Alessi explica que a aprovação do projeto de lei 490/2007—que vai para votação no plenário e depois ao Senado — poderá romper com a proteção dos povos isolados e fragilizará ainda mais os limites das terras de povos indígenas, cobiçadas pelo garimpo e pelo agronegócio. Enquanto no Brasil a frágil proteção ambiental é atacada, no cenário internacional um grupo de juristas se articula para inserir o ecocídio como crime contra o conjunto da humanidade e sobretudo contra o planeta. Guillermo Altares escreve sobre a iniciativa, que se propõe a ser o quinto tipo penal do Estatuto de Roma, que orienta o funcionamento do Tribunal Penal Internacional. Do Rio de Janeiro, Diogo Magri conta como o Brasil venceu a Colômbia, de virada, por 2x1, e garantiu sem nenhum sobressalto a classificação para a próxima fase da Copa América. De novo, nada de entusiasmo pela seleção ou pelo torneio. Na frente do Macaranã, onde o Flamengo jogou pelo Brasileirão, havia mais torcedores do que no Nilton Santos, onde o time comandado por Tite se apresentou. Ainda nesta edição, o fim do longo silêncio de Britney Spears. De Los Angeles, Luis Pablo Beauregard conta que após 13 anos de tutela financeira e pessoal de seu pai, Jamie Spears, Britney prestou um emocionante depoimento em um tribunal nesta quarta-feira. “Não estou feliz. Não posso dormir. Estou irritada e deprimida”, desabafou a cantora. | |||||
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