O Ministério Público Federal pediu uma investigação criminal sobre a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde, intermediado pela empresa Precisa Medicamentos. Segundo a procuradora Luciana Loureiro, a falta de correções no contrato, o alto preço das vacinas e o fato de sócios da Precisa estarem envolvidos em outras investigações na Saúde são indícios de crime. O governo aceitou pagar R$ 80,7 por dose, enquanto a vacina da AstraZeneca custa, em média, R$ 19,87. A importação do imunizante foi possibilitada por emenda do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Ele é investigado por irregularidades quando foi ministro da Saúde, no governo Temer, envolvendo a Global, empresa que tem sócios em comum com a Precisa. (Globo)
Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa recorreu ao STF contra a quebra de seus sigilos, determinada pela CPI da Pandemia. Ele quer ingressar numa ação já julgada pelo ministro Nunes Marques mantendo os sigilos do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco. Maximiano deveria prestar depoimento à CPI hoje, mas alegou estar em quarentena após uma viagem à Índia. (CNN Brasil)
Documentos em poder da CPI mostram que o preço cobrado pela Precisa por dose era 1.000% maior que o anunciado seis meses antes pelo fabricante indiano. Os senadores questionam também o aumento de 20% no preço das vacinas da Pfizer entre a negociação no ano passado e a assinatura do contrato. (Estadão)
Mas o foco da CPI ontem foi o depoimento do deputado Osmar Terra (MDB-RS), suposto integrante do “gabinete paralelo”. Ele admitiu aconselhar o presidente Jair Bolsonaro, insistiu no discurso negacionista e, claro, mentiu. (UOL)
Confira as 11 falsidades ditas por Terra à comissão. (G1)
Enquanto isso... Apesar das recentes declarações de mágoa por ser excluído das reuniões ministeriais, o vice-presidente Hamilton Mourão poupou Bolsonaro de críticas mais duras durante entrevista a Roberto D’Ávilla, na GloboNews. O general, por exemplo, afirmou que o maior erro do governo durante a pandemia foi não ter feito “uma campanha de esclarecimento firme”, mas disse que não coloca “nas costas do presidente” tudo o que tem acontecido durante a pandemia. (G1)
Há pouco mais de um mês, por ordem do ministro do STF Alexandre Moraes, o delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni comandou a operação Akuanduba, que teve como alvo principal o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ontem, Perazzoni foi afastado da chefia da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF. É o segundo delegado federal a cair após uma ação contra o ministro. Em abril, o então superintendente da PF no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, perdeu o cargo depois de enviar ao STF uma notícia-crime contra Salles por interceder em favor de madeireiros. (UOL)
Aliás... Salles recebeu ontem um afago público do chefe. Durante cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro deu parabéns ao ministro e lamentou a forma como ele é tratado “por alguns poucos desse outro Poder”. (Globo)
Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, a antropóloga Isabela Kalil, professora da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, explica como são usadas teorias conspiratórias para manipulação. Como as realidades paralelas guiam o governo de Jair Bolsonaro e influenciam políticas públicas? Como elas são criadas? Quais as consequências que podem gerar para a democracia? Confira no YouTube.
O governador do Maranhão, Flávio Dino, e o deputado federal Marcelo Freixo (RJ) assinaram ontem as fichas de filiação ao PSB, pelo qual devem concorrer no ano que vem, respectivamente, ao Senado e ao governo do Estado do Rio. Dino deixou o PCdoB e Freixo saiu do PSOL, mas a separação foi amigável, pois o partido o liberou para se desfiliar sem perder o mandato. (Poder360)
Apesar da filiação de dois aliados próximos de Lula, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse à Coluna do Estadão que o PSB não pode descartar conversas “com o PDT, com Ciro Gomes”. (Estadão)
O deputado Alexandre Leite (DEM-SP) recomendou ao Conselho de Ética da Câmara que o também deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) tenha o mandato suspenso por quatro meses. Leite é relator no caso em que Silveira gravou e divulgou uma reunião privada da liderança de seu partido. Em outro caso, o do vídeo com ataques ao STF e defesa do AI-5, o relator, Fernando Rodolfo (PL-PE), pediu a suspensão do mandato de Silveira por seis meses. (CNN Brasil)
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