Jornais dão destaque para temas diversos nesta quarta-feira, 9 de junho, passando por investimento de R$ 500 do milionário americano Warren Buffet no Nubank – manchetes do Estadão e Valor – passando pela fuga de cérebros para o exterior salta 40% sob Bolsonaro – conforme a Folha, até chegar à decisão do TCU de investigar servidor que fez relatório usado por Bolsonaro para falar das mortes por Covid no Brasil – destaque do Globo. O jornal carioca também traz a notícia de que em reunião com a embaixada brasileira em Pequim, executivo da SinoVac cobrou fim de ataques à China para não atrasar insumos. Documento do Itamaraty revela que farmacêutica chinesa propôs mudança de postura para relação 'mais fluida' com Brasil. A reunião ocorreu duas semanas após Bolsonaro fazer novos ataques à China, em maio deste ano. Outra notícia quente está no Globo: Página inautêntica administrada no Planalto divulgou mensagens falsas sobre Covid-19 e fez ataques a rivais de Bolsonaro. "Administrado por Tércio Arnaud Tomaz, assessor do presidente, perfil 'Bolsonaronews' disparou mensagens a favor do uso da hidroxicloroquina e que minimizam a gravidade da pandemia", diz o jornal. Eis um caminho fértil para a CPI avançar sobre a responsabilidade do governo pela condução desastrosa da pandemia da Covid. A edição brasileira do El País aborda como tema principal a atuação do ministro da Saúde ontem no Senado – Obstinado a ficar na Saúde, Queiroga expõe na CPI as barreiras impostas por Bolsonaro no combate à covid-19. Ainda sobre a CPI, Folha avalia que Queiroga sai ainda mais enfraquecido de segundo depoimento à CPI. "Ministro defende Bolsonaro, é desautorizado por aliados e admite que não leu bula de vacina", aponta Igor Gielow. "Sua segunda oitiva na CPI da Covid conseguiu ser ainda pior do que a primeira, quando adotou a tática da omissão e da evasão ao ser colocado na chapa quente da comissão no Senado". Ele citou dados falsos sobre infectados no Brasileirão e reuniões com Bolsonaro. O desmentido do TCU não levou o presidente a qualquer tipo de constrangimento. Bolsonaro agora diz que errou, mas insiste em supernotificação de mortes pelo coronavírus. "A tabela quem fez fui eu, não foi o TCU", disse o presidente. Mais uma vez, porém, ele não apresentou nenhuma prova que embase a afirmação —ao mencionar indícios, citou apenas "vídeos no WhatsApp". Segundo os jornais, o TCU vê caso grave e pode afastar autor de documento citado por Bolsonaro com distorção sobre Covid. Material era análise pessoal de servidor, diz tribunal. O ministro-corregedor do tribunal, Bruno Dantas, afirma que as informações já levantadas sobre o caso são "graves". A expectativa é que a abertura de processo disciplinar. O auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques incluiu no sistema, no domingo, documento não oficial com os dados distorcidos. O senador Humberto Costa (PT-PE) quer convocar Marques à CPI. O servidor é amigo dos filhos do presidente e foi indicado para a diretoria de compliance do BNDES em 2019, mas acabou sendo barrado para o órgão pelo próprio TCU. OPINIÃO No Globo, Vera Magalhães cobra respostas mais contundentes das instituições às ameaças constantes do governo. "É um risco enorme tratar Jair Bolsonaro como aquele tio do pavê que fala bobagens, mas elas não têm consequência. Num regime presidencialista com as características do brasileiro, o presidente não é café com leite. Se fosse, já teria caído", aponta. "Autorizado pelo chefe, um deputado fartamente investigado como Ricardo Barros, investido da posição de líder de um governo que trabalha contra as instituições, se sente à vontade para ameaçar com o não cumprimento de decisões judiciais". No Estadão, Rosângela Bittar parece perceber o perigo da escalada perigosa perseguida pelo presidente e a ameaça à democracia. "Não há nada no horizonte. A meta a alcançar é uma ditadura. Abertamente admitida pelos filhos do presidente", aponta. "Tal projeto político pessoal e subversivo tem o fim imediato de interromper a alternância de poder caso Bolsonaro perca a disputa de 2022. Já está preparando, em público, a acusação de fraude futura, ao modelo Trump, para anular as eleições. Ao mesmo tempo que, numa espécie de plano B, turbina o Bolsa Família para reconquistar a popularidade perdida e ter um desempenho que lhe sirva de pretexto". Em sua coluna na Folha e no Globo – intitulada Caracas fica a 3.600 km –, Elio Gaspari bate pesado. "As instituições democráticas brasileiras vêm sendo obrigadas a conviver com um novo leão a cada dia", escreve. "O general Eduardo Pazuello disse que não participou de manifestação política porque Jair Bolsonaro não tem filiação partidária e o comandante do Exército acreditou". E constata: "Com a conta da pandemia aproximando-se das 500 mil mortos, o Brasil firma-se como um pária bagunçado e incapaz. Se algum caminho venezuelano existe, ele não pode começar pelo desfecho, a ruína de Nicolás Maduro". EXÉRCITO Folha destaca que o Exército decidiu impor um sigilo de até cem anos ao processo disciplinar que resultou na absolvição do general da ativa Eduardo Pazuello. A manifestação da Força a favor de deixar o procedimento em segredo por até um século foi feita na segunda-feira. O Globo sacaneia: "dos e-mails do 'Bessias' ao cartão de vacinação de Bolsonaro: o que já foi colocado sob cem anos de sigilo". ECONOMIA Na economia, Vinícius Torres Freire diz na Folha que há mais sinais de despiora, mas a situação ainda é delicada. "Vendas no comércio crescem além do esperado, mercado financeiro anda mais calmo", observa. "O resumo do primeiro ato desta ópera é: 1) a economia real não afundou com o morticínio e as restrições de março e abril; 2) houve um alívio das condições financeiras; 3) os donos do dinheiro grosso acham que a gambiarra fiscal brasileira é tolerável ou, pelo menos, deram fim ao faniquito do primeiro trimestre e, por fim: 4) continua razoável acreditar que o PIB cresça 5% neste ano", escreve. Mas, ressalta: "Um crescimento de 5% neste 2021 apenas leva o PIB ao mesmo nível médio de 2019. Sim, há riscos de que a gente vá para o vinagre, crescentes a partir de 2022" CORRUPÇÃO Jornais destacam que a PF indicia o líder do governo Bolsonaro sob suspeita de propina de R$ 10 milhões em obras no Nordeste. Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) teria recebido valores em troca de benefícios a construtoras quando era ministro da Integração Nacional. O caso também ganha repercussão internacional por conta de despacho da agência internacional de notícias Lusa. O filho, deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), também foi indiciado por suspeita dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e omissão de prestação de contas. A delegada do caso afirma em seu relatório final de 300 páginas ter encontrado indícios que demonstram que pai e filho receberam R$ 10,4 milhões das empreiteiras OAS, Barbosa Mello, S/A Paulista e Constremac entre os anos de 2012 e 2014. Ele era ministro do governo Dilma Rousseff. BRASIL NA GRINGA O português Diário de Notícias destaca que o líder do governo brasileiro no Senado é acusado de corrupção. "A Polícia Federal do Brasil apresentou uma acusação por suposta corrupção contra o senador Fernando Bezerra Coelho, líder do Governo de Jair Bolsonaro na Câmara Alta, e contra o seu filho, o deputado Fernando Bezerra Filho", diz o texto da agência Lusa. "Ambos são do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e integram a base de apoio do presidente, Jair Bolsonaro, mas a denúncia refere-se a eventos ocorridos há oito anos, quando o senador ocupava o cargo de ministro da Integração no governo de Dilma". O jornal ainda noticia que o Tribunal de Contas da União desmente Bolsonaro e nega relatório que questiona mortes. "Em causa estão declarações dadas na segunda-feira, em que Bolsonaro mencionou um suposto relatório do TCU que colocava em causa o número de óbitos registados em decorrência da pandemia em 2020", informa o jornal, a partir de despacho da Lusa. "O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que 'em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid', conforme afirmação do presidente", disse o tribunal em rede social. Depois do The Guardian, agora é o inglês The Times que destaca a exposição de fotos sobre "a verdadeira luta dos indígenas amazônicos". Tommaso Protti usou o dinheiro da conquista do décimo Prêmio Carmignac de Fotojornalismo para produzir Amazônia, uma exposição itinerante que documenta a vida na Amazônia após o desmatamento. Abre na Saatchi Gallery em Londres nesta quinta-feira, 10. O britânico The Guardian noticia que Manaus fechou escolas e transporte enquanto gangues de traficantes vingam assassinato de líder. "Delegacia de polícia é atacada e dezenas de ônibus, prédios públicos, bancos e veículos danificados em Manaus após policiais atirarem em suspeito de drogas", diz o jornal, replicando despacho da Associated Press. "Vinte e um veículos foram queimados, e o governador Wilson Lima solicitou o envio da Força Nacional". INTERNACIONAL Jornais noticiam em todo o mundo que o professor Pedro Castillo é Castillo é apresentado como o vencedor nas eleições presidenciais do Peru antes que a contagem oficial termine: "O povo falou". O candidato se antecipa à apuração oficial e anuncia que formará um governo que respeita a democracia e a Constituição vigente. A líder da direita Keiko Fujimori acusa fraude nas eleições, mas observadores eleitorais dizem que o pleito ocorreu de forma limpa. Castillo lidera Fujimori por 71.700 votos, com 98% examinados. Ainda na América Latina, Página 12 destaca em manchete que a Interpol emitiu um alerta vermelho internacional para a captura de Fabián Pepín Rodríguez Simón, o braço direito do ex-presidente Eduardo Macri em questões judiciais. Ela foi requisitada pelo juiz Servini, após o pedido de asilo para evitar a investigação. Pepín, que fugiu para o Uruguai, é acusado por sua atuação na perseguição judicial a empresários e opositores durante o governo do Cambiemos. O New York Times, Wall Street Journal e Frankfurter Allgemeine Zeitung destacam em manchete de primeira página a megaoperação em escala global feita pelo FBI contra o crime organizado. Policiais revelaram operação de três anos em que disseram ter interceptado mais de 20 milhões de mensagens. Centenas de prisões foram feitas em mais de uma dúzia de países. Os criminosos trocavam mensagens em celulares criptografados, vendidos pelo FBI. O WSJ destaca que o FBI administrou secretamente a plataforma de mensagens Anom, gerando centenas de detenções em escala global. O FBI configurou e monitorou a plataforma de comunicações criptografadas, resultando em 800 prisões em 16 países. Washington Post dá chamada na capa para a revelação de que os americanos mais ricos, incluindo Jeff Bezos e Elon Musk, donos da Amazon e da Tesla, pagam pouco imposto de renda como parcela da riqueza, apesar do aumento das fortunas. A descoberta é da agência ProPublica, que obteve dados fiscais sobre os americanos mais ricos. A edição internacional do Financial Times destaca em manchete principal que os EUA investigam vazamento de registros mostrando que bilionários pagam poucos impostos. Wall Street Journal também noticia que a Receita Federal dos EUA está investigando a liberação de informações fiscais de americanos ricos. O alemão Sueddeutsche Zeitung coloca na manchete que é chegada a hora de implantar o imposto sobre grandes fortunas. "Cidadãos ricos como Jeff Bezos e Elon Musk fazem muito pouco para financiar o bem comum. Uma reforma radical é necessária para mudar isso", defende. "Elon Musk: 3%. Jeff Bezos: 1%. Warren Buffett: incríveis 0,1%. Essas são as 'taxas reais de impostos' calculadas pela agência de notícias norte-americana Pro Publica, sem fins lucrativos, para três dos homens mais ricos dos EUA". A informação publicada na terça-feira, 8, mostra como os bilionários são capazes de reduzir legalmente sua carga tributária, destacando como o sistema tributário americano pode atingir os assalariados comuns com mais força do que os mais ricos do país. Segundo a ProPublica, em 2007, Jeff Bezos, então multibilionário e agora o homem mais rico do mundo, não pagou um centavo em impostos federais sobre a renda. Ele alcançou a façanha novamente em 2011. Em 2018, o fundador da Tesla, Elon Musk, a segunda pessoa mais rica do mundo, também não pagou imposto de renda. Na Europa, jornais destacam o episódio que chocou a França e expõe a estratégia da extrema-direita. Emmanuel Macron foi esbofeteado enquanto fazia uma visita a Drôme, em evento de campanha, que agora está sob alta tensão. Segundo o Le Monde, a bofetada levada pelo chefe de Estado por um jovem qualificado como próximo da extrema direita, faz parte de um clima político deletério e violento, com aproximação dos regionais. Os editoriais condenam a violência contra o presidente francês. O Libération traz um panorama das redes sociais dos candidatos da extrema-direita e expõe o deslocamento do discurso de Marie Le Pen e a realidade. "Alusões racistas, saídas com conotações islamofóbicas e anti-semitas... Um mergulho nas redes sociais dos candidatos de extrema direita nas eleições de junho rompe o discurso da liderança do partido", aponta. O jornal traz ainda um perfil do ativista que agrediu Macron e identificou os relatos nas redes sociais do principal suspeito da bofetada, Damien T, que tem um perfil tranquilo, é apaixonado por artes marciais, mas parece adorar a "fasciosfera" – os perfis da extrema direita francesa. O jornal inglês The Guardian destaca em manchete de capa que o chanceler Rishi Sunak está disposto a aceitar um atraso de até quatro semanas na reabertura, mas os ministros continuarão a examinar os dados sobre casos e hospitalizações nos próximos dias. Sunak está mais preocupado que a reabertura seja permanente quando as regras forem suspensas. The Times diz que os ministros do governo estão sob fogo por conta da confusão nas férias de verão. O ministro George Eustice disse que os britânicos deveriam "passar férias em casa" por causa da disseminação de variantes do coronavírus. O jornal afirma que o governo é acusado de dar meia-volta em viagens ao exterior e causar confusão. O espanhol El País coloca na manchete de capa que a queda global de milhares de páginas, ocorrida ontem, deixando sites de notícias fora do ar, alerta para a fragilidade da internet. A complexidade dos serviços em nuvem e os custos multiplicam o tempo de inatividade de grandes empresas de tecnologia. Entre os sites que ficaram fora do ar estão Amazon, Twitch, New York Times , HBO Max, Hulu, Spotify, Reddit e El País. O motivo foi um dos elos secundários do sistema, uma empresa chamada Fastly, que sofreu um erro em seus sistemas e provocou a queda de todas as empresas que atende na rede. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Fuga de cérebros para o exterior salta 40% sob Bolsonaro Estadão: Nubank recebe aporte e acirra disputa com bancos tradicionais O Globo: TCU investiga servidor por relatório usado por Bolsonaro Valor: Nubank atrai investimento de Buffet e já supera valor da XP El País (Brasil): Obstinado a ficar na Saúde, Queiroga expõe na CPI as barreiras impostas por Bolsonaro no combate à covid-19 UOL: Mortes por covid de pessoas abaixo de 60 anos já superam as de idosos G1: CPI da Covid ouve hoje Élcio Franco, número 2 da Saúde na gestão Pazuello R7: Governo libera saque do auxílio emergencial para 2,4 milhões de beneficiários nascidos em junho Luis Nassif: Lula e FHC, a esperança do Pacto de Moncloa brasileiro Tijolaço: O Brasil virou o país dos escroques Brasil 247: Documentos provam que as agressões de Bolsonaro à China colocaram em risco a oferta de vacinas ao Brasil DCM: Otto Alencar: "Relatório da CPI será enviado ao Tribunal de Haia" Rede Brasil Atual: STF julgará suspensão da Copa América. Queiroga diz que governos sabiam de 'riscos' do torneio Brasil de Fato: Mortes suspeitas: Macalé foi o 2º a morrer da mesma forma, no mesmo local, em 3 meses Ópera Mundi: Peru: Observadores eleitorais rejeitam alegações de Keiko sobre supostas fraudes Fórum: Wassef, que abrigou Queiroz, ganha amplos poderes como advogado de Bolsonaro Poder 360: Quem não usa máscara tem o dobro de chance de pegar covid, diz pesquisa New York Times: Os criminosos pensaram que os dispositivos eram seguros. Mas o vendedor era o FBI Washington Post: Democrata McAuliffe vence na Virgínia WSJ: Aplicativo secreto do FBI atrai centenas de pessoas no mundo Financial Times: Sunak pressiona pela isenção da City do regime tributário global do G7 The Guardian: Sunak está aberto a um atraso de quatro semanas para flexibilização do bloqueio The Times: Ministros sob fogo para confusão nas férias de verão Le Monde: Previdência: aumento do déficit, reforma relançada Libération: Pandemia. O começo, finalmente El País: Uma queda global alerta para a fragilidade da internet El Mundo: Giró financiou o salário de Jordi Sánches nos anos chave do processo Clarín: Já há mais de 4 milhões de casos e segue alto o número de mortes Página 12: Alerta vermelho Granma: Os argumentos a favor de Cuba são fortes no Parlamento Europeu Diário de Notícias: Entrada livre. Espanha recua e pede desculpa a Portugal Público: Regras mudam e vai ser mais difícil ter notas altas nos exames do secundário The Moscow Times: Ventilador com suspeita de incêndio mata 3 em hospital russo Frankfurter Allgemeine Zeitung: Mais de 800 prisões em batidas policiais em 15 países Sueddeutsch Zeitung: Desigualdade. Traga o imposto sobre a fortuna Global Times: Xi: "Ecologia é recurso, riqueza, tesouro" Diário do Povo: Xi: "Ecologia é recurso, riqueza, tesouro" |
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