A comunicação do Governo Jair Bolsonaro priorizou a economia à saúde no combate à pandemia. É o que aponta um documento de 1.889 páginas elaborado pelo Ministério das Comunicações a pedido da CPI da Pandemia. Com apologia a medicamentos ineficazes, desdém ao isolamento social e atraso com relação à campanha de imunização da população, a mensagem só começou a mudar após os inícios dos trabalhos da própria comissão, revela o repórter Afonso Benites. Em sua coluna EL PAÍS, Monica de Bolle analisa como chegamos até aqui economicamente e diz não guardar ilusões a respeito da CPI: "Assim como não punimos os criminosos da ditadura, não haveremos de punir o criminoso da pandemia, ainda que tenhamos CPI e, nela, uma espécie de tortura que vicia como nenhum outro reality show é capaz de fazer. Trata-se do país, revivendo seus piores momentos, de cara com o que as pessoas têm de pior―o negacionismo, a mais abjeta irracionalidade― como se disso fosse resultar qualquer catarse." Em São Paulo, o repórter Felipe Betim conta histórias de pessoas que ficaram sem teto após perderem seus empregos durante a pandemia. Nas ruas da cidade mais rica do Brasil, ao menos 20.000 pessoas não têm onde morar, e o grupo — que antes era majoritariamente composto por homens solteiros — agora começa a mudar de perfil. Famílias, casais, mulheres sozinhas e crianças são cada vez mais comuns. “A gente tinha tudo. Mas quando perdemos o trabalho, não tivemos mais condições de pagar aluguel e fomos para a rua”, diz Maxwell Oliveira, que desde dezembro de 2020 vive com sua família em um abrigo da prefeitura da capital paulista. Na América Latina, todos os olhos se voltam para o Peru, onde cada voto importa na reta final da apuração. De Lima, Juan Diego Quesada traz detalhes da angustiante contagem de votos, que não permite previsões mesmo com 96% das urnas apuradas, ainda que o esquerdista Pedro Castillo apresentasse leve vantagem sobre Keiko Fujimori, que passou a reclamar de fraude. Para o analista político Gonzalo Banda, as eleições criaram uma histeria coletiva que arrastou o Peru para um abismo social repleto de classismo e racismo. "É a hora dos sensatos, daqueles que não se precipitaram fanaticamente e saberão construir as pontes, porque seja quem for o vencedor, o fracasso é certo se não curarmos as feridas”, afirma. Na China é o envelhecimento da população que preocupa as autoridades. Para combater o fenômeno, o Governo chinês — que durante 40 anos impôs a política do filho único — acabou de anunciar que irá permitir até três filhos por família. Trata-se de uma liberdade que foi negada às duas gerações anteriores, mas que hoje não é tão desejada. A correspondente Macarena Vidal Liy escreve sobre a rápida queda de casamentos e nascimentos no país e a mudança das jovens chinesas, que direcionam seu foco para a carreira e hobbies. "Façamos o que façamos, saímos perdendo. Se temos filhos, pagamos no âmbito trabalhista. Se não temos, pagamos no âmbito social”, queixa-se Rou Rou, uma editora chinesa. Boa leitura e boa semana! | ||||||||||
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