O laboratório chinês SinoVac, que desenvolveu a CoronaVac e fornece insumos para o Butantan produzi-la, condicionou a continuidade do envio do material ao fim dos ataques à China feitos pelo governo brasileiro. O furo, das jornalistas Natália Portinari e Julia Lindner, dá conta de que a Embaixada do Brasil em Pequim já ouviu a mensagem e a repassou ao Itamaraty. (Globo)
Enquanto isso... Finalmente um ministro da Saúde (no cargo) contradisse Jair Bolsonaro e reconheceu que a cloroquina é inútil contra a Covid-19, assim como os demais “tratamentos precoces preconizados pelo presidente. Em seu segundo depoimento à CPI da Pandemia, Marcelo Queiroga também admitiu que, embora afirme ter autonomia no cargo, isso não significa “carta branca para fazer tudo o que quer”. Mas Queiroga, mais uma vez, usou dados falsos. Desta vez ao falar sobre o número de infectados no Campeonato Brasileiro e das reuniões que teve com Bolsonaro. O ministro ainda questionou a efetividade da CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, apesar de a vacina ter sido aprovada pela Anvisa. (Folha)
O depoimento teve momentos tensos, com Queiroga batendo boca com o senador Otto Alencar (PSD-BA). O ministro admitiu que não conhece a bula das três vacinas em uso no Brasil e reagiu quando Alencar classificou esse desconhecimento como “ato irresponsável”. A sessão chegou a ser suspensa para que os ânimos serenassem. (CNN Brasil)
Vera Magalhães: “É um risco enorme tratar Jair Bolsonaro como aquele tio do pavê que fala bobagens, mas elas não têm consequência. Resta o Judiciário como entrave. Na eleição, o TSE será presidido pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele tem a chave das investigações sobre fake news e atos antidemocráticos, dois ovos da serpente do ‘ataque ao Capitólio’ que os bolsonaristas preparam para 2022. Está explicado o chamamento à anarquia e ao desrespeito a decisões judiciais? Se essas mesmas instituições fecharem os olhos ao que está sob seu nariz, acordarão amanhã com o cabo e o soldado em suas portas, uma vez que, nos quartéis, parece já estar tudo dominado.” (Globo)
Elio Gaspari: “A Venezuela continua longe, mas ficou mais perto. Os desastres históricos acontecem aos poucos. Alguns grão-duques russos achavam que podiam viver com os bolcheviques. Afinal, aquela maluquice não haveria de durar. As instituições democráticas brasileiras vêm sendo obrigadas a conviver com um novo leão a cada dia. Caracas continua longe, a 3.600 km de Brasília. A sociedade brasileira tem uma complexidade e um dinamismo que faltavam à Venezuela. Ademais, o caminho para Caracas exigirá uma sucessão de crises até a eleição do ano que vem. Bolsonaro tem sido pródigo na criação de encrencas e na distribuição de provocações, uma por semana.” (Folha)
O delegado da Polícia Civil do Rio Pablo Dacosta Sartori intimou o editor-executivo do Intercept Brasil, Leandro Demori, a depor. O motivo foi uma newsletter em que o jornalista se refere aos policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) envolvidos nas mortes no Jacarezinho como “facção da Core”. Sartori foi o mesmo que intimou Felipe Neto por chamar Bolsonaro de genocida e os apresentadores do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos por divulgarem informações sobre o caso das “rachadinhas” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ). Todas essas investigações foram anuladas pela Justiça. (Metrópoles)
Após a vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai pelas eliminatórias da Copa, os jogadores da seleção brasileira divulgaram um manifesto com críticas à Conmebol pela realização da Copa América “fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil”. O texto, porém, poupou o governo brasileiro, evitou o tom político e declarou que os jogadores não cogitaram boicotar a competição. (Globo Esporte)
O plenário do STF julga amanhã, a pedido da relatora, ministra Cármen Lúcia, uma ação pela suspensão da Copa América no Brasil, impetrada pelo PSB e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos. (Veja)
E... A Mastercard retirou o patrocínio que daria à Copa América. (Estadão)
Meio em vídeo. O Conversas com o Meio desta semana fala de política e futebol. Como ler os acontecimentos recentes envolvendo a decisão do presidente Jair Bolsonaro de sediar a Copa América e a crítica da seleção brasileira à Conmebol? O que a história diz sobre o uso político do time canarinho? Com um pé no passado e outro no presente, o jornalista, professor e historiador Marcos Guterman, autor do livro O Futebol explica o Brasil, fala sobre dois temas que mexem com os sentimentos dos brasileiros. Confira no YouTube.
O clima esquentou ontem entre o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e Supremo Tribunal Federal (STF). Falando em um evento sobre reforma tributária, Barros criticou decisões recentes do tribunal, como a ordem de realização do Censo pelo IBGE. “O Judiciário vai ter que se acomodar nesse avançar nas prerrogativas do Executivo e Legislativo. Vai chegar uma hora em que vamos dizer (para o Judiciário) que simplesmente não vamos cumprir mais”, disse o deputado. Ao saber das declarações, o presidente do STF, Luiz Fux, foi direto: “O respeito a decisões judiciais é pressuposto do Estado Democrático de Direito.” (Estadão)
Aliás, Bolsonaro e Fux tiveram ontem uma reunião de 20 minutos fora da agenda. A única informação divulgada foi que o ministro pediu ao presidente que, por cortesia, não indique um substituto para o decano Marco Aurélio antes da aposentadoria deste, marcada para o próximo dia 5. (Globo)
A Polícia Federal indiciou o líder do governo no Senado, Fernando Bezera Coelho (MDB-PE), por suposto recebimento de propina quando era ministro da Integração Regional no governo Dilma Rousseff. Segundo a PF, o senador e seu filho, que é deputado federal e também foi indiciado, receberam mais de R$ 10 milhões em propina das empreiteiras OAS, Barbosa Mello e Constremac/Mendes Junior entre 2012 e 2014. A defesa dos parlamentares nega os crimes e diz que a PF tenta “criminalizar a política”. (Globo)
O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem o pedido de cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Ela é acusada de mandar matar, em 2019, o marido, o pastor Anderson do Carmo. Flordelis terá cinco dias para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o recurso seja recusado, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), vai levar ao Plenário o pedido de cassação. (Poder360)
O candidato de esquerda Pedro Castillo discursou ontem como presidente eleito do Peru, prometendo um governo de “respeito à democracia e à Constituição atual”, mas o fato é que a eleição segue indefinida. Com 97,96% das urnas computadas, Castillo lidera com 50,24%, contra os 49,75% da conservadora Keiko Fujimori. A questão é que há cerca de 1.200 urnas em análise pela Justiça eleitoral, com potencial de 300 mil votos, mais de três vezes a vantagem de Castillo. (El Comercio)
O presidente francês Emmanuel Macron foi esbofeteado ontem por um homem ao se aproximar de um grupo de populares durante uma visita ao sul do país. O homem foi preso junto com uma segunda pessoa. Suas identidades e o motivo da agressão não foram divulgados. (G1)
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