Três temas centrais estão nas manchetes dos principais jornais do país nesta quinta-feira, 3 de fevereiro: a nova onda de mortes pela ômicron, a alta dos juros definida pelo Banco Central e a demora da polícia em apurar a morte do congolês espancado até a morte no Rio. Eis as manchetes — Folha: Polícia Civil protelou apuração do caso Moïse. Estadão: Em um mês, ômicron eleva média de mortes em 566%. O Globo: Após quase 5 anos, Brasil volta a ter juros de 2 dígitos. Valor: BC eleva juro a 10,75% e indica novas altas a um ritmo menor. Os dados sobre a pandemia são alarmantes: média chegou ontem a 653 óbitos diários, ante 98 no início de janeiro. Expectativa é de que o avanço em óbitos, internações e novos casos continue pelas próximas duas semanas. As cidades têm alta na fila de espera por leito de UTI com explosão de casos de covid. Três outros assuntos na cobertura da política merecem atenção: artigo do ministro Luiz Roberto Barroso confirmando que Dilma Rousseff foi vítima de um golpe parlamentar e a Folha bancando que Lula não abre mão da candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo. E o Estadão noticia que, além da vice na chapa, Lula oferece a Alckmin o comando do Ministério da Agricultura. Na economia, Valor revela que “erro de cálculo” pode atrapalhar privatização da Eletrobrás. O valor da outorga que a ser paga ao governo pelos futuros donos da empresa seria muito maior do que o calcular. A diferença é de bilhões de reais. É um escândalo. Luís Nassif comenta no GGN: Ministro do TCU interrompe a tacada do século. “Por uma regra de três simples, apenas as concessões da Eletrobrás deveriam valer R$ 289 bilhões”, observa. “A ‘falha metodológica’ estava ligada à não precificação da geração de energia pela empresa. A ‘falha’, no caso, representaria o maior assalto a bem público da história do país”, observa. Ainda na política, jornais reportam que a PF reafirma crime cometido pelo presidente no vazamento de inquérito sigiloso sobre eleições. A delegada finalizou a investigação. O ministro Alexandre de Moraes envia a Aras notícia-crime contra Bolsonaro por ausência em depoimento, na última sexta-feira. Sobre a alta da Selic, Fernando Brito comenta no Tijolaço: Juros em alta vão nos empurrar mais para baixo. “Fosse apenas para segurar a inflação, os juros oficiais não teriam razão para a alta de 1,5% (a 10,75% ao ano) decretada pelo Banco Central. Mas não é bem assim e as razões do aumento são outras. E várias: a necessidade de atrair capital estrangeiro (contendo a cotação do dólar), ao oferecer uma remuneração impensável nos grandes mercados (5 a 6% em valores expurgados da inflação), muito acima das taxas internacionais, ainda que em alta; e um deliberado ‘esfriamento’ da economia para segurar os o efeito do descontrole fiscal provocado pelo ‘te dou um dinheiro aí’ a que Bolsonaro vai se entregar de agora até as eleições”. Sobre as movimentações do ex-presidente, Maria Cristina Fernandes comenta no Valor: “Lula diz que não é candidato do PT mas de um ‘movimento’. Adesismo só não é maior que a resistência à conta a pagar”. Ela compara o desejo de alianças de políticos do petista com uma fila do confessionário — leia a íntegra ao final deste briefing. BRASIL NA GRINGA O New York Times traz reportagem na página B3 abordando como o aumento dos preços da energia complica a luta contra o aquecimento global. “Os preços do petróleo e do gás estão subindo, enquanto o uso de carvão está atingindo recordes mundiais”, relata. “As causas da crise de gás são inúmeras: a demanda global se recuperou mais rapidamente do que a oferta desde o início da pandemia; a menor produção de barragens hidrelétricas na China e no Brasil levou a um aumento nas importações de gás; uma onda de frio na última primavera em toda a Europa aumentou a demanda e reduziu os estoques de gás”. A crise é particularmente aguda na Europa, onde os preços do gás natural estão agora cinco vezes mais altos do que há um ano. INTERNACIONAL New York Times coloca em letras garrafais na manchete de primeira página: EUA não se curvarão à Rússia sobre quem pode se juntar à OTAN. O jornal reforça que a resposta de Biden a Putin mostra firmeza sobre quem pode se juntar à aliança. “Respostas vazadas às exigências de segurança de Moscou reforçaram a intratabilidade de uma crise que ameaça levar à guerra”, resume. Mas o NYT pondera: A estratégia de Biden com Putin está funcionando ou incitando Moscou à guerra? “O objetivo do governo Biden é cortar os russos a cada passo, expondo seus planos. Mas o presidente russo, Vladimir V. Putin, diz que essa abordagem pode desencadear um conflito”, ressalva. Washington Post também aposta na crise da Ucrânia: Biden envia 3.000 soldados para reforçar a OTAN. O presidente ordenou o envio de milhares de militares dos EUA para reforçar os aliados da Otan na Europa Oriental, disseram autoridades do governo na quarta-feira, enquanto os Estados Unidos e seus parceiros ocidentais intensificam os preparativos para uma possível invasão russa da Ucrânia. Wall Street Journal também enfatiza o envio das tropas para o leste europeu na segunda chamada de capa: EUA ordenam 3.000 soldados para reforçar aliados europeus na crise Rússia-Ucrânia. “Soldados americanos irão para a Polônia, Alemanha e Romênia no primeiro grande movimento das forças dos EUA no impasse”, informa. O francês Le Monde destaca no alto da home page: Crise na Ucrânia: Rússia pede aos Estados Unidos que “parem de alimentar tensões”. A diplomacia russa considera “injustificada” e “destrutiva” a decisão americana de enviar 3.000 soldados adicionais para a Europa Oriental. E o Times ressalta: Putin e Xi formam aliança para derrotar sanções sobre a Ucrânia. Os presidentes da Rússia e da China assinarão uma série de acordos em Pequim amanhã, bem como discutirão um novo gasoduto para a China que poderia fornecer à Rússia uma tábua de salvação econômica no caso de sanções ocidentais. A China prometerá formalmente seu apoio à Rússia em sua disputa com o Ocidente sobre a expansão da Otan, anunciou o Kremlin. O chinês Global Times reporta que China e Rússia são 'estabilizadores para um mundo desafiador’ ao tratar da reunião de Xi e Putin para abordar “questões críticas”. “O presidente Putin observou que as duas nações desempenharão papel fundamental para salvaguardar a estabilidade no mundo desafiador de hoje”. A convite de Xi, Putin visitará Pequim em 4 de fevereiro e estará presente na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno no mesmo dia. Ainda na mídia britânica, outro assunto continua sendo a crise política que engolfou o primeiro-ministro inglês. The Guardian destaca em manchete que Boris Johnson está sob pressão enquanto mais parlamentares conservadores pedem sua saída do cargo. Pelo menos 54 cartas seriam necessárias para desencadear uma votação entre os parlamentares conservadores sobre o futuro de Johnson. “Uma nova onda de parlamentares conservadores apresentou cartas de desconfiança em Boris Johnson, quebrando o disfarce para criticar o primeiro-ministro, enquanto as consequências do escândalo das festas de Downing Street continuam a pôr em perigo seu cargo de primeiro-ministro”, resume. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Polícia Civil protelou apuração do caso Moïse Estadão: Em um mês, ômicron eleva média de mortes em 566% O Globo: Após quase 5 anos, Brasil volta a ter juros de 2 dígitos Valor: BC eleva juro a 10,75% e indica novas altas a um ritmo menor BBC Brasil: 'A pessoa compra uma casinha onde consegue pagar': as famílias que viviam em morro que desabou UOL: Em 10 anos, ninguém foi punido por tortura nas prisões federais do país G1: Diante de vagas ociosas, Fies terá orçamento 35% menor para 2022 R7: Governo publica portaria com regras para prova de vida; medida impacta 36 milhões de pessoas Luís Nassif: Eletrobras: Ministro do TCU interrompe a tacada do século Tijolaço: Juros em alta vão nos empurrar mais para baixo Brasil 247: Barroso admite que Dilma foi vítima de um Golpe de Estado DCM: Lula quer Alckmin cuidando do agronegócio Rede Brasil Atual: Brasil tem quase 900 mortes pela covid-19 em um dia, e média é a maior desde agosto Brasil de Fato: Um ano após fim da Lava Jato, juristas analisam entrada de Moro e Dallagnol para a política Ópera Mundi: ‘Novo governo de esquerda deve reformar sistema de Justiça’, diz Marco Aurélio de Carvalho Vi o Mundo: Jeferson Miola: Contra Lula, porta-voz da Globo oferece a Bolsonaro até a impunidade eterna Fórum: Golpe: Barroso diz que “motivo real” de impeachment de Dilma foi “perda de sustentação política” Poder 360: Bolsonaro é ruim ou péssimo para 53% e ótimo ou bom para 27% Congresso em Foco: Congresso Nacional abre trabalhos do Legislativo New York Times: EUA não se curvarão à Rússia sobre quem pode se juntar à OTAN Washington Post: Biden envia 3.000 soldados para reforçar a OTAN WSJ: Resultados da controladora do Facebook abalam investidores Financial Times: Tesouro e BoE trabalham em conjunto para evitar 'catástrofe de custo de vida' The Guardian: Pressão no primeiro-ministro à medida que mais parlamentares conservadores o chamam para ir embora The Times: Milhões de famílias terão cortes no imposto municipal Le Monde: Habitação: uma oportunidade perdida Libération: Vitti eterna El País: Governo salva a reforma trabalhista com maioria alternativa La Vanguardia: Reforma trabalhista será aprovada sem a maioria do legislativo Clarín: Guerra entre traficantes na região: cocaína adulterada mata 20 pessoas Página 12: A hipótese dos investigadores da cocaína adulterada Granma: Sessenta anos da proclamação que formalizou o criminoso bloqueio econômico dos EUA contra Cuba Diário de Notícias: Paulo Rangel pondera voltar a tentar liderança do PSD Público: Estado não vai indenizar EDP por ter proibido a produção nas barragens Frankfurter Allgemeine Zeitung: Ei, eu estou indo para a janela Süddeutsche Zeitung: Pandemia: Europa se abre, Alemanha debate The Moscow Times: Kremlin confirma que Kadyrov da Chechênia conheceu Putin em meio a escândalo de 'decapitação' Global Times: China e Rússia são 'estabilizadores para um mundo desafiador', reunião de Xi-Putin para abordar questões críticas Diário do Povo: China fará o possível para entregar Jogos Olímpicos de Inverno "agilizados, seguros e esplêndidos", diz Xi |
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