MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

Noticiário quente nesta terça-feira, 12, no Brasil e no mundo. Nos jornalões nacionais, as manchetes giram em torno de novas denúncias de corrupção, a tentativa do Brasil de passar a perna no Mercosul, a surpresa do BC com a alta da inflação e a inevitável nova alta dos juros e a elevação dos investimentos de estados em ano eleitoral. Na economia, o BC sinaliza possibilidade de alta mais forte dos juros para segurar inflação. O mercado já vê taxa próxima de 14%, mas patamar não é consenso entre economistas.

Na imprensa estrangeira, muitas novidades: o anúncio de Putin de um programa espacial de exploração da lua, a expectativa de novos ataques na Ucrânia e o segundo turno das eleições da França, na disputa de Emmanuel Macron dos votos de esquerda para derrotar a líder da extrema-direita Marine Le Pen. Sobre o Brasil, Le Monde e Financial Times acompanham os movimentos de Lula — leia mais em Lula. E a denúncia do garimpo ilegal na área yanomami ganha repercussão internacional — Brasil na Gringa.

Eis as manchetes dos maiores jornais do país: Folha: Campeã de licitações manteve encontros sem ata com governo. Estadão: Sem aval do Mercosul, Brasil quer cortar taxa de importação. O Globo: Inflação causa surpresa ao BC, e mercado já prevê juro maior. E Valor: Em ano eleitoral, estados aceleram investimentos.

Sobre o novo escândalo de corrupção na Codevasf, Folha revela que a empreiteira que usa firma de fachada fez reuniões sem ata com o ministro Rogério Marinho e o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre. Engefort teve também ao menos 19 agendas com dirigentes da Codevasf, comandada pelo centrão. Estatal nega irregularidades. Bolsonaro segue na defensiva: ele diz que PF não precisa investigar seu governo.

E o Estadão traz novo escândalo de corrupção no MEC. O jornal noticia que o governo autorizou 52 ‘escolas fake’ no Piauí, reduto eleitoral de Ciro Nogueira. E revela: 99 estão paradas. A maior parte dos contratos para as obras foi fechada com prefeituras piauienses comandadas pelo Progressistas, partido do qual o ministro é presidente nacional licenciado. O Globo informa que a AGU pediu ao TSE que rejeite investigação contra Bolsonaro por escândalo no MEC.

Outra notícia é o que o discurso de uso político da CPI do MEC cresce e chega a defensores da terceira via. Tese defendida pelo Palácio do Planalto ganhou aderência e dificulta instalação da comissão. A avaliação é a de que, neste momento, uma investigação teria o potencial de beneficiar Lula

O temor de que Lula cresça mais nas pesquisas levou o presidente a renovar as críticas a ministros da Suprema Corte. Dessa vez, o novo alvo de Bolsonaro é o presidente do TSE. ‘Se depender do Fachin, Lula será presidente”, disse Bolsonaro. Ele insinuou que o ministro, atual presidente do TSE, estaria agindo para beneficiar Lula nas eleições de 2022.

Na política, o jantar de Lula com senadores do MDB é um dos assuntos quentes do dia. Folha diz que uma ala do MDB rifou a candidatura de Simone Tebet em jantar com ex-presidente Lula. Renan Calheiros diz que a união de partidos para terceira via é ‘somar nada com pouca coisa’. O Globo vai na mesma linha: Menos um na 'terceira via'? Caciques do MDB jantam com Lula e indicam que podem tentar barrar candidatura de Tebet.

Ainda sobre sucessão, Folha informa que candidatos à Presidência veem golpe de Arthur Lira (PP-AL) ao encampar plano do semipresidencialismo. “Há rejeição à mudança do atual sistema para dar mais força ao Congresso; atualizar lei do impeachment tem mais apoio”, resume. O semipresidencialismo é considerado “golpe”, “fonte de instabilidade” e uma "jabuticaba brasileira" pelos pré-candidatos nas eleições de 2022.

Por fim, um último destaque: MPF pede arquivamento de denúncia contra Dilma e Lula por obstrução de Justiça. Manifestação defende ainda que seja rejeitada a denúncia contra o ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante por falta de “conjunto mínimo de elementos probatórios”.

LULA

O francês Le Monde anuncia a que Lula forma dupla com uma figura de direita para sua futura chapa presidencial. “A escolha de Geraldo Alckmin, reputado próximo do Opus Dei, do establishment e do meio industrial e financeiro, visa tranquilizar os mercados”, resume. O correspondente Bruno Meyerfeld escreve que o anúncio veio durante encontro organizado em São Paulo entre os principais barões do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

“Oficialmente, este último apenas ‘propôs’ o nome do ex-governador como futuro vice-presidente para uma hipotética candidatura de Lula. Mas esta abordagem aparentemente formal, destinada a não contrariar a lei eleitoral muito rígida do país (o anúncio dos candidatos presidenciais só pode ocorrer a partir do final de julho) não enganou ninguém. O evento parecia uma coroação”, diz a reportagem.

Financial Times noticia que assessor de Lula defende revisão de regras fiscais para aumentar gastos no Brasil. “Investidores veem teto de gastos como salvaguarda contra dívidas desenfreadas na maior economia da América Latina”, aponta o jornal britânico. O texto é do correspondente Bryan Harris.

“O Brasil precisa revisar suas regras fiscais e aumentar os gastos públicos para impulsionar crescimento, disse um importante consultor econômico do partido dos trabalhadores, de esquerda, que é favorito para voltar ao poder este ano. Guilherme Mello, professor de economia na Unicamp, disse que a lei fiscal do Brasil — há muito consideradas âncoras de estabilidade para muitos nos mercados financeiros — estavam, na melhor das hipóteses, desatualizados e, na pior, ‘fora deste mundo’. ‘Temos que rever as regras. O melhor coisa que podemos fazer é sentar e dizer: ‘Vamos falar sério. Precisamos de um novo conjunto de regras fiscais, pode ser uma regra, duas regras, um novo conjunto que respeita os princípios de boas regras fiscais’, disse Mello”.

Painel da Folha noticia que o Ministério Público pede arquivamento de denúncia contra Mercadante. Ele havia sido gravado por um assessor do então senador Delcídio do Amaral (PT-MS) oferecendo ajuda para que o parlamentar não fizesse acordo de delação premiada. Em 2015, Mercadante era ministro da Educação e um dos mais influentes assessores da então presidente Dilma Rousseff.

Em outra nota, o Painel informa que as centrais sindicais farão 1º de Maio no Pacaembu com presença de presidenciáveis. O ato deverá ter candidatos 'progressistas' e pode incluir também os de centro. Devem comparecer Lula (PT), Ciro Gomes (PDT) e Vera Lúcia (PSTU).

E a Folha noticia que o PSB minguou no troca-troca partidário e perdeu força nas negociações com PT. A bancada na Câmara cai de 30 para 22 deputados, o que reduz estratégia do partido nas alianças, segundo os petistas. E o Valor revela que Republicanos aproxima-se de Lula no Nordeste. Legenda pode se aliar ao PT em até sete dos nove estados.

MEIO AMBIENTE

A Reuters também denuncia que a maior reserva indígena do Brasil foi invadida por garimpo ilegal de ouro. “Um boom de mineração ilegal de ouro na maior reserva indígena do Brasil trouxe doenças, violência e graves violações de direitos humanos ao povo Yanomami, de acordo com pesquisas e alegações incluídas em um novo relatório na segunda-feira, culpando os altos preços do ouro e o apoio tácito do governo”, resume. O despacho já foi reproduzido em mais de 2,4 mil sites e jornais ao redor do mundo.

Washington Post traz reportagem mostrando uma aldeia indígena que trabalha para salvar uma floresta brasileira, semente por semente. “Durante as jornadas de colheita, uma pequena aldeia recolhe as sementes nativas usadas para replantar uma das áreas biologicamente mais ricas do mundo”, relata os correspondentes Daniel Grossman e Dado Galieri.

Painel da Folha relata que o presidente da Câmara deve abandonar proposta de grupo de trabalho sobre garimpo em terras indígenas. A mineração em reservas é defendida por Bolsonaro e ruralistas e buscou embalo da guerra na Ucrânia. Arthur Lira deve abandonar a ideia. O plano agora é ampliar o escopo e fazer uma revisão de todo o Código da Mineração, em um grupo já criado para este fim.

BRASIL NA GRINGA

Em comunicado com distribuição global, a Reuters informa que o Brasil convidou a União Europeia pela primeira vez a observar sua eleição nacional. A principal autoridade eleitoral do Brasil, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disseque convidou a União Europeia pela primeira vez para observar as eleições gerais neste ano, quando o presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição. A Associated Press também dá destaque ao convite: Órgão eleitoral do Brasil convida observadores da UE para votação de outubro. A autoridade eleitoral disse que o convite à UE visa “ampliar a transparência de seu sistema eleitoral e tornar possível a cooperação”.

O inglês The Guardian noticia a ‘barriga’ da Folha de S.Paulo, que anunciou ontem a morte da Rainha Elizabeth II. Totalmente errado: jornal brasileiro ridicularizado após dizer que Queen morreu. “Folha culpa 'erro técnico' pelo obituário prematuro de monarca britânico em site”, resume. A Folha noticiou incorretamente o falecimento da monarca britânica em seu site por volta do meio-dia desta segunda-feira, dizendo a milhões de leitores sul-americanos que ela havia morrido “como resultado de XXXXXXXX”.

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung também deu destaque ao erro do diário paulista: Jornal brasileiro declara acidentalmente morte da rainha Elizabeth II. “Ela morreu com vinte anos”. Um dos maiores jornais brasileiros publicou um obituário em branco para o monarca britânico. Foi um erro técnico, disse mais tarde em um comunicado.

AS MANCHETES DO DIA

JORNAIS

Folha: Empresa usa firma de fachada e domina licitações

Estadão: Reação ao racismo avanço no país com ativismo e Folha: Campeã de licitações manteve encontros sem ata com governo

Estadão: Sem aval do Mercosul, Brasil quer cortar taxa de importação

O Globo: Inflação causa surpresa ao BC, e mercado já prevê juro maior

Valor: Em ano eleitoral, estados aceleram investimentos

BBC Brasil: Quais os planos da Petrobras para o fim da era do petróleo?

UOL: Após críticas, projeto de mineração em terras indígenas trava na Câmara

G1: Ucrânia procura indícios do uso de armas químicas em Mariupol

R7: Número de brasileiros que votam no exterior aumenta em 100 mil desde as eleições de 2018

Luís Nassif: “A Conta do Desmonte”: relatório calcula retrocessos de políticas públicas no governo Bolsonaro