A retomada por forças ucranianas da cidade de Bucha, na periferia da capital Kiev, revelou imagens de horror. Dezenas de corpos em trajes civis, muitos deles com as mãos amarradas (vídeo com imagens fortes), e valas comuns também com cadáveres. Segundo a Ucrânia, pelo menos 400 pessoas teriam sido mortas aleatoriamente por militares russos em retirada. O presidente Volodymyr Zelenski voltou a acusar a Rússia de genocídio, e autoridades ucranianas pediram a presença de observadores do Tribunal Penal Internacional para atestar crimes de guerra. (Washington Post)
Duro de ver. Famílias entram em desespero ao reconhecer pessoas entre os corpos em Bucha. (CNN)
O governo russo negou ter matado civis e classificou as imagens de Bucha como “falsas” e uma “encenação montada” pela Ucrânia. “Todas as fotos e vídeos publicados pelo regime de Kiev, supostamente confirmando ‘crimes’ de militares russos da cidade de Bucha, são mais uma provocação”, disse, em nota, o Ministério da Defesa da Rússia. (Reuters)
A proximidade com Vladimir Putin não foi problema para o premiê húngaro Viktor Orbán, que declarou vitória nas eleições parlamentares de ontem no país. Contrariando a previsão de disputa apertada, o partido dele, o Fidesz, conquistou ampla maioria no Parlamento, garantindo o quarto mandato a Orbán, que classifica seu regime como uma “democracia iliberal”. Esta eleição foi a primeira em que a oposição a Orbán, um dos inspiradores do movimento reacionário do qual faz parte Jair Bolsonaro, atuou unida em chapa única. Ainda assim, não deu. “Temos uma vitória que pode ser vista da Lua, mas é certo que pode ser vista de Bruxelas”, disse ele, numa alfinetada contra a União Europeia. (Guardian)
Controlado pelo Centrão, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) marcou para quarta-feira uma licitação na qual prevê comprar 3.850 ônibus escolares a até R$ 480 mil por veículo, apesar de área técnica ter alertado que cada um não deveria custar mais que R$ 270,6 mil. O sobrepreço pode chegar a R$ 732 milhões. Apesar dos alertas do corpo técnico do FNDE e da Advocacia-Geral da União, o presidente do fundo, Marcelo Ponte, e o diretor Garigham Amarante deram sinal verde à operação, descobriram os repórteres André Shalders, Breno Pires e Julia Affonso. Os executivos são apadrinhados, respectivamente, pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Especialistas em gestão e educação criticaram a compra superfaturada, e políticos da oposição entraram com ações no MPF e no MP junto ao TCU contra o processo. (Estadão)
Embora continue predominantemente negativa, a avaliação de como o presidente Jair Bolsonaro (PL) lida com a pandemia de covid-19 melhorou, segundo o Datafolha. A parcela dos entrevistados que vê o desempenho dele como ruim ou péssimo caiu de 54% em setembro para 46% em março. Já ótimo ou bom foi de 22% para 28%, e regular de 22% para 25%. A reprovação é maior entre os mais escolarizados e os moradores das regiões Nordeste e Sudeste. (Folha)
O União Brasil enquadrou no fim de semana o ex-ministro Sergio Moro, que havia se filiado ao partido na quinta-feira dizendo abrir mão “naquele momento” da candidatura à presidência da República. No dia seguinte, o ex-juiz negou que tivesse desistido do Planalto para se eleger deputado. Ato contínuo, uma ala do partido, liderada pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, iniciou um movimento para impugnar a filiação de Moro — caso isso se concretizasse, o ex-ministro ficaria inelegível este ano. No sábado, o partido soltou uma nota sepultando as pretensões presidenciais de Moro. “Sua filiação ao União Brasil tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático, bem como o fortalecimento do propósito de continuarmos crescendo em todo país”, diz o documento. (CNN Brasil)
Enquanto isso... Durou menos de um dia o apoio total do presidente do PSDB, Bruno Araújo, ao ex-governador João Doria, manifestado em carta na quinta-feira. Na sexta, Araújo afirmou que, embora Doria tivesse vencido as prévias tucanas, sua candidatura dependia de alianças e reconheceu que o ex-governador enfrenta “oposição interna”. (Folha)
Em resposta a um artigo publicado no Globo pela jornalista Miriam Leitão, classificando o presidente Jair Bolsonaro (PL) como inimigo da democracia, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), debochou da tortura sofridas por ela durante a ditadura militar. Miriam, que estava grávida na época, relata, entre outras agressões, que foi trancada numa sala com uma jiboia. Em sua conta no Twitter, o Zero Três escreveu: “Ainda com pena da cobra.” (Estadão)a
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