quarta-feira, 30 de março de 2022

Na Petrobras, presidentes atual e futuro defendem política de preços

 

Em vias de deixar a presidência da Petrobras após ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Joaquim Silva e Luna afirmou que a estatal, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis ou política partidária. “Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda”, disse Luna durante seminário no Superior Tribunal Militar (STM). Ele também afirmou que o Brasil “não pode correr riscos de tabelar preços de combustíveis” e precisa praticar preços de mercado. Além disso, reforçou que a “aplicação de preços de mercado garante o abastecimento do país”. (Estadão)

Na segunda-feira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo após o vazamento de informações sobre a demissão do general. Por ser listada em Bolsa, a Petrobras precisa ter seus movimentos comunicados simultaneamente a todo o mercado, para não configurar vazamento de informação. Ontem as ações da companhia subiram após a indicação do governo federal do economista Adriano Pires ao comando da estatal. (CNN Brasil)

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a troca na presidência da Petrobras não é um problema dele e que deseja boa sorte ao novo presidente da companhia. Guedes também descartou privatizar a estatal. (Folha)

A demissão de Silva e Luna já era caso pensado. Segundo Malu Gaspar, o presidente Jair Bolsonaro teve pelo menos três reuniões secretas com o substituto, o economista Adriano Pires, nas últimas três semanas. Numa delas, o presidente teria dito que não pretende intervir na política de preços da Petrobras e gostou da ideia de um fundo — bancado pelo contribuinte — para evitar o repasse de aumentos para as bombas. O ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, a quem se atribui a indicação do executivo, participou de todas as conversas. (Globo)

Nas conversas, Pires afirmou a Bolsonaro que seria inviável mudar a política de preços adotada pela companhia. (Poder 360)

A disparada no preço dos combustíveis, aliás, foi um dos estopins de uma greve de motoristas e entregadores de aplicativos que atingiu ontem pelo menos 17 cidades. No Rio, a paralização de serviços como Uber de 99 se somou a uma greve de rodoviários pela manhã, o que aumentou o caos no trânsito. Segundo o sindicato da categoria, corridas curtas se tornaram inviáveis, pois o gasto com combustível é maior que o ganho do motorista. As empresas dizem estar adotando medidas para melhorar o ganho de motoristas e entregadores. (UOL)




Na letra da lei, a campanha eleitoral só começa nos dia 16 de agosto, e isso vale para comícios, carreatas e aparições na TV, por exemplo. Mas, na prática, o TSE tem feito vista grossa a atos nos quais os pré-candidatos fazem de tudo, menos pedir explicitamente votos. Foi o caso do evento do PL no último domingo, no qual o presidente Jair Bolsonaro disse que sua reeleição era “uma luta do bem contra o mal”, da participação do ex-presidente Lula (PT), no último sábado, do Festival Vermelho, em Niterói (RJ), e de atos de praticamente todos os demais postulantes ao Planalto. Especialistas dizem que a forte polarização na campanha e o uso de plataformas da internet dificultam a ação da Justiça Eleitoral. (Folha)

Enquanto isso... O ministro do TSE Raul Araújo aceitou o pedido de desistência do PL e arquivou a ação contra manifestações políticas no Lollapalooza, que terminou no domingo. (Agência Brasil)




Meio em vídeo. O Conversas com o Meio desta semana é com o advogado Francisco Brito Cruz, do Internetlab, que vai dissecar a lei das fake News, ora tramitando no Congresso. Onde estão os problemas e as soluções? Que tipo de eleição vamos ter para presidente da República em 2022 a partir dessas regras? Confira. (YouTube)




O deputado bolsonarista Daniel Silveira (União-RJ) desafiou hoje o STF dizendo que não vai recolocar a tornozeleira eletrônica, contrariando ordem dada na sexta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes. Para evitar ser preso novamente, o deputado disse que pretende “morar” na Câmara até que a Casa paute uma proposta para sustar a ação penal contra ele. Ao saber da reação de Silveira, Moraes reiterou a ordem e disse que, se não for cumprida, restabelecerá a prisão do deputado, processado por defender a volta do AI-5 e atos de violência contra membros do Supremo. (Metrópoles)




Após mais uma rodada de negociações na Turquia, a Rússia prometeu ontem “reduzir radicalmente” as atividades militares em direção a Kiev, capital da Ucrânia, e Chernihiv. Segundo o vice-ministro do Exterior russo, Alexander Fomin, o gesto busca criar um clima de “confiança mútua” para se chegar a um acordo de paz. A iniciativa veio depois de o governo ucraniano dizer que aceita o status de neutralidade, uma das exigências de Moscou. Porém, a Casa Branca alertou que a movimentação russa no norte da Ucrânia, onde fica Kiev, parece mais uma rearrumação de tropas que um recuo e que “ninguém deve se deixar enganar” pelas promessas de Vladimir Putin. (Guardian)

Analistas acreditam que a oferta russa seja mais uma tática militar que uma movimentação diplomática. Eles lembram que o avanço das tropas invasoras sobre a capital ucraniana está contido há semanas e teria sido repelido em diversos pontos. “A Rússia está ajustando seus objetivos à realidade”, disse Lawrence Freedman, professor emérito de Estudos da Guerra no King’s College, de Londres. “Não é especulação dizer que eles estão se concentrando em Donbas, pois, de fato, é tudo o que podem fazer.” (New York Times)

Nenhum comentário:

Postar um comentário