sexta-feira, 18 de março de 2022

Putin chama de traidores os russos contra a guerra

 

Enfrentando uma resistência maior que a esperada por parte das tropas ucranianas, o presidente Vladimir Putin endureceu o discurso... contra os próprios russos, ou pelo menos os que se manifestam contra a invasão do país vizinho. “O povo russo sempre saberá distinguir os verdadeiros patriotas da escória e dos traidores e os cuspirá na sarjeta como insetos”, bradou, em pronunciamento na TV. A retórica, dizem especialistas, tenta contrabalançar a frustração crescente com o desenrolar da guerra e com as dificuldades impostas pelas sanções do Ocidente. (ABCNews)

Putin tem motivos para irritação. A estimativa de observadores é que pelo menos 7 mil militares russos, incluindo quatro oficiais generais, tenham morrido desde o início da invasão. Moscou tem encontrado dificuldades para deslocar tropas suficientes para a frente de batalha. (CNN)

O repórter James Longman mostrou, durante um protesto na Rússia, o rosto dessa “escória traidora”: a mãe de um recruta russo. Após dez dias sem contato com o filho, ela descobriu que ele estava vivo, um dos dez sobreviventes de seu regimento. “Parem essa carnificina. Devolvam meu filho. Devolvam os filhos das outras mães”, ela pede. (Twitter)

Um dos muitos problemas enfrentados pelos russos é que eles precisam desviar para a proteção de suas linhas de suprimentos tropas que pretendiam usar no avanço sobre cidades ucranianas. (Guardian)

Ontem, em reunião do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia negou ter atacado uma maternidade e um teatro que servia de abrigo para civis em Mariupol, no Sul da Ucrânia. Segundo o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzia, a maternidade servia como base militar e o teatro foi bombardeado pelos próprios ucranianos. (UOL)

Enquanto isso... O ator e ex-governador da California, Arnold Schwarzenegger, austríaco de nascimento, publicou ontem um longo e emocionado vídeo no Twitter falando aos russos sobre a guerra na Ucrânia. Ele lembrou seus laços com a Rússia e falou da culpa que o pai, que lutou pelos nazistas na guerra, carregava ao voltar do cerco a Leningrado, hoje São Petersburgo. E terminou com uma mensagem a Putin: “Você começou essa guerra, você pode pará-la.” (Twitter)

Para ler com calma. Quem duvida que a Europa trata com outros critérios os refugiados ucranianos deve olhar para a cidade francesa de Calais. Famosa pelas barracas nas quais amontoava migrantes fugindo de guerras no Oriente Médio e na África, o balneário tem reservado quartos em hostels à beira-mar (desocupados durante o inverno) para as levas de fugitivos da invasão russa. (Washington Post)




A aprovação do governo de Jair Bolsonaro (PL) voltou a cair, segundo pesquisa do PoderData. De acordo com o último levantamento, 57% dos entrevistados dizem desaprovar a atual administração federal, enquanto 35% aprovam e 8% não sabem. Há 15 dias, a reprovação estava em 53% e a aprovação em 37%. É a primeira vez desde o início do ano que a diferença entre a maioria que reprova e a minoria que aprova o governo cresceu. A distância também aumentou na avaliação do trabalho de Bolsonaro. Embora os que o consideram ruim ou péssimo tenham se mantido estáveis em 52%, os que o consideram ótimo ou bom recuaram de 30% para 27%, com regular passando de 16% para 19%. (Poder360)

Enquanto isso... Bolsonaro fez uma reunião na manhã de ontem para fechar a lista de ministros que deixarão o governo até o dia 2 de abril para disputarem as eleições de outubro. A lista inclui nove nomes: João Roma (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Damares Alves (Direitos Humanos), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Onyx Lorenzoni (Previdência e Trabalho), Gilson Machado (Turismo) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Walter Braga Netto, da Defesa, pode engrossar a lista para ser candidato a vice na chapa de Bolsonaro. (Metrópoles)




Antigos apoiadores podem virar críticos ferozes. Expulsa do PT em 2003 por votar contra a reforma da Previdência feita por Lula, a ex-senadora Heloísa Helena, hoje porta-voz da Rede Sustentabilidade, disse não haver “força humana” que a obrigue a apoiar o ex-presidente. “Eu estou entre aqueles simples mortais que querem ter a oportunidade de escolher um projeto com o qual mais se identifica”, disse ela, reconhecendo que uma parte dos militantes da Rede defende a aliança com o PT. (UOL)

Bolsonaro vive um problema semelhante. Seu antigo porta-voz, o general Otávio Rego Bastos publicou um artigo sem citar o nome do presidente dizendo que não repetirá o voto de 2018: “Me lembro bem em quem votei nas últimas eleições. Neles, não voto mais”, escreveu. O general falou também da pandemia de covid-19 e criticou a atuação do governo ao qual serviu. “Mais de meio milhão de pessoas morreram em face da covid-19, outros tantos ainda permanecem sequelados e o assunto já passa ao largo, como pesadelo a ser esquecido, em justificativa à má gestão”. (Correio Braziliense)




Meio em vídeo. Bolsonaro voltou a crescer nas pesquisas. Por um lado, é efeito do auxílio de quatrocentos reais. Por outro tem outra razão, são eleitores que queriam uma terceira via, mas não a encontraram e estão caindo nos braços do presidente. E Lula, como vai reagir? Seja como for, de uma realidade ele não foge. Os eleitores de esquerda já tem. Os que pode conquistar novos estão do centro para lá. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)




O deputado estadual paulista Arthur do Val (sem partido) tem uma nova estratégia para tentar evitar a cassação de seu mandato. Na defesa prévia entregue ao Conselho de Ética da Alesp, ele alega que não pode ser punido por áudios “vazados ilegalmente”. Ele se refere a uma gravação, enviada para um grupo de Whatsapp, na qual ele diz que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”. (g1)

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