segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Elon Musk quer fincar satélites nos céus brasileiros

 

Elon Musk, o visionário em quem todos acreditam, cria seu próprio capitalismo
Elon Musk, o visionário em quem todos acreditam, cria seu próprio capitalismo
Extravagâncias do homem mais rico do mundo não impedem a aposta do mercado na capacidade da Tesla de revolucionar a mobilidade
Dono da SpaceX busca fincar satélites nos céus brasileiros, um mercado pouco regulado
Multibilionário quer oferecer serviço de internet via satélites de baixa órbita para comunidades carentes. Ex-chefe da Anatel prega “cautela”
Dono da SpaceX busca fincar satélites nos céus brasileiros, um mercado pouco regulado

EL PAÍS






O multibilionário Elon Musk quer fincar raízes no Brasil —ou melhor, nos céus do país. O empresário, responsável pela marca de carros elétricos Tesla e pela empresa de aviação espacial SpaceX, planeja expandir por aqui seus satélites de baixa órbita (até 2.000 km da Terra), conhecidos como rede Starlink. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, se reuniu com o empresário nos Estados Unidos para discutir a proposta de usar os satélites de Musk para levar internet sem fio a locais onde a fibra óptica e a telefonia móvel têm dificuldade de acessar. A expectativa é que a rede comece a operar no Brasil em 2022, informa Gil Alessi. Redes como essa são muitas vezes a única chance de acesso à internet em regiões remotas, mas essas “constelações” preocupam pela falta de regulação e por ameaçar as observações astronômicas.

A polêmica marca as empreitadas desse visionário com pinta de supervilão que inventou um novo tipo de capitalismo, “em que o valor das ações é determinado pelos lucros, mas também pelas fantasias”, nas palavras da historiadora Jill Lepore. O repórter Iker Seisdedos traça um perfil de Musk, o homem mais rico do planeta (com um patrimônio avaliado em 282,1 bilhões de dólares segundo dados da Bloomberg na quinta-feira passada) e mais bem posicionado nessa corrida rumo à terra de oportunidades.

Os olhos do mundo se voltam para o Brasil não só na tecnologia, mas também na política, e a polarização às vésperas do ano eleitoral atrai a ambição de todas as frentes. Do lado da esquerda, a presença do ex-presidente Lula em uma manifestação em Buenos Aires para comemorar a volta à democracia na Argentina e o segundo aniversário da gestão de Alberto Fernández tensionou as relações do país vizinho com o Governo de Jair Bolsonaro, possível rival do petista no pleito de 2022. O mal-estar é apontado como motivo de o Itamaraty ter suspendido o caráter presencial do encontro do Mercosul, na próxima sexta, escrevem Federico Rivas Molina e Afonso Benites. Lula apareceu ao lado de Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, na tentativa do mandatário argentino de se cercar da velha esquerda sul-americana, explica Mar Cenenera. Já do lado da direita, quem sorriu para fotos em evento promovido pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foi o espanhol Santiago Abascal. O líder do partido ultraconservador Vox veio ao Brasil na sexta, em uma agenda que escancara sua disputa com Pablo Casado, do Partido Popular hispânico, para ser referência da direita europeia na América Latina. O terreno da região voltou a se mostrar fértil para populistas, contam Elsa García de Blas e Miguel González.

Deve começar a valer nesta segunda a exigência do comprovante de vacinação contra a covid-19 para todos os viajantes que vierem ao Brasil do exterior. A previsão é que medida, ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso no sábado, entre em vigor mesmo antes de o plenário analisar a determinação em um julgamento virtual previsto para esta semana. A decisão contraria a posição o Governo Bolsonaro, que havia definido apenas uma quarentena de cinco dias para os passageiros. Segundo informa Diogo Magri, Barroso apontou "risco iminente" de o Brasil se tornar um destino antivacina. Também no sábado, o Estado de São Paulo confirmou seu quarto caso da nova variante ômicron, o primeiro de um paciente que não viajou para fora do Brasil. As autoridades sanitárias ainda investigam a origem do contágio, relata Elida Oliveira.

Na pandemia, o vazio aberto pelo confinamento aumentou a procura pelos pets. No país de 212 milhões de brasileiros, havia 144,3 milhões de animais de estimação em 2020, segundo o Instituto Pet Brasil (IPB), 4 milhões a mais do que em 2019. O aumento anual na pandemia é seis vezes maior do que o ocorrido entre 2018 e 2019. São bichanos que se tornam integrantes da família e alimentam uma indústria de produtos e serviços que deve faturar 49,9 bilhões de reais neste ano. A Petz, uma das maiores lojas do setor, aumentou sua rede em 40% neste ano (são 153 lojas, ao todo) e virou sensação na Bolsa de Valores. “Mudaram minha vida, porque estão do meu lado mesmo se o mundo está caindo”, comenta Fabiana Pazotto, de 30 anos, profissional de recursos humanos e tutora de Nala, uma cadela vira-lata, e Moana, um pastor alemão.



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