sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Ministério da Saúde editou um outro documento de teor igualmente nocivo para o combate à covid-19

 Enquanto todos os olhos estavam na nota técnica que atestava a eficácia da cloroquina e questionava a das vacinas, o Ministério da Saúde editou um outro documento de teor igualmente nocivo para o combate à covid-19, como conta Malu Gaspar. Uma nota assinada pela secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo, e pelo diretor de programa de imunização Danilo de Souza Vasconcelos, orienta os pais que não desejarem vacinar os filhos, afirmando que a vacina não é obrigatória porque estaria num programa específico para a covid-19, não no Plano Nacional de Imunização (PNI). A nota foi classificada como “uma aberração” por especialistas. (Globo)

Além disso, o ministério voltou a recomendar que os pais procurem “recomendação médica” antes de vacinarem os filhos. Para o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), é só uma tentativa de travar a imunização. (g1)

Mas a Saúde não é a única área do governo a investir contra a vacinação. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos também soltou uma nota técnica, condenando o passaporte de vacinas e a obrigatoriedade de imunização de crianças. E a ministra Damares Alves ainda abriu para negacionistas que passem por “discriminação” o Disque 100, principal canal do governo para denúncias de violações dos direitos humanos. (Folha)

Claro, não falta gente para ajudar o governo nesse trabalho. Em todo o país, 89 milhões de pessoas já poderiam ter tomado a dose de reforço, mas pelo menos 45 milhões ainda não o fizeram. O Ceará é o estado mais adiantado, com 60,6% das pessoas qualificadas ao reforço imunizadas. Já o Amapá está no pé da lista, com 20,8%. (Poder360)

Com esse cenário, infelizmente, não é de se estranhar que o Brasil tenha registrado ontem 662 mortes por covid-19, o pior número desde 5 de outubro do ano passado. A média móvel de óbitos em sete dias ficou em 417, a maior desde 11 de outubro e com alta de 201% em relação ao período anterior. E com 228.972 novos casos ontem, a média móvel foi a 107.572, recorde pelo décimo dia consecutivo e com alta de 150% em relação ao período anterior. (g1)

E um estudo do Hospital das Clínicas da USP, feito entre março de 2020 e março de 2021, indica que a covid-19 em grávidas não vacinadas aumenta o risco do nascimento de bebês prematuros. No período, quando os imunizantes não estavam disponíveis, a taxa de prematuridade foi de 63%, contra a média de 30% anterior à pandemia. (UOL)




Pelo menos 20 estados e o Distrito Federal decidiram retomar as aulas presenciais obrigatórias, exceto para alunos com comorbidades. As escolas de Goiás, inclusive, já estão funcionando desde o dia 19, e alunos com sintomas de covid-19 assistem às aulas remotamente. A despeito do risco da pandemia, mesmo profissionais de saúde argumentam que o prejuízo para as crianças – tanto acadêmica, quanto socialmente – é maior. “Adiar a abertura de escolas, diz o Unicef, pode ser mais um problema grave para nossas crianças e adolescentes”, afirma Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). (CNN Brasil)

Enquanto isso... A Universidade de Brasília (UnB) anunciou ontem que vai exigir comprovante de vacinação de alunos, professores, funcionários e visitantes em todas as suas instalações. As aulas presenciais, com apenas 15% das turmas, serão retomadas no dia 17 de fevereiro. (Poder360)

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