segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Macron negocia cúpula Biden-Putin

 

O presidente francês Emmanuel Macron arrancou ontem, de seu par francês Vladimir Putin, o aceno para um encontro de cúpula que incluiria o americano Joe Biden. Os dois líderes, de Rússia e EUA, concordam em princípio com a conversa, anunciou o gabinete da presidência francesa. Putin e Macron falaram por quase três horas em duas ligações telefônicas diferentes. Na segunda, já era esta última madrugada em Moscou. Entre as duas conversas, Macron se consultou com Biden por pouco mais de quinze minutos e o objetivo da cúpula seria conversar sobre os planos de defesa da Europa Ocidental e, a partir daí, negociar um cessar-fogo na fronteira entre Ucrânia e Rússia. A versão do Kremlin para o diálogo é um pouco diferente. De acordo com a chancelaria russa, Putin se queixou ao francês de que soldados ucranianos romperam o cessar-fogo e estão alvejando pessoas que seriam “etnicamente russas” em seu país. Os exercícios militares que o Exército russo e o da Belarus estavam envolvidos se encerraram no domingo mas, ao invés de retornar, as tropas e a artilharia de Putin se aproximaram da fronteira ucraniana. (Guardian)

O governo americano informou oficialmente Michelle Bachelet, a comissária das Nações Unidas por Direitos Humanos, de que os russos têm uma lista de ucranianos que devem ser detidos em campos ou mortos. (New York Times)

Da Alemanha, onde estava para uma reunião, o premiê britânico Boris Johnson soou o alarme em uma entrevista para a rádio BBC. “Vai ser a maior guerra na Europa desde 1945”, ele afirmou. “Todos os sinais que temos dão conta de que o plano já se iniciou. As pessoas precisam se conscientizar do imenso custo em vidas humanas que isto terá.” De acordo com Johnson, Putin perdeu a capacidade de pensar logicamente sobre o que faz. “É vital que consigamos demonstrar a catástrofe que isto será para a Rússia.” (BBC)




Lula está preocupado e Bolsonaro encontrou uma fagulha de otimismo. É o que o que se percebe nas páginas da imprensa do fim de semana, não por uma reportagem, mas pelo que está espalhado em diversas colunas e pequenas notícias soltas, todas relacionadas. “O PT ligou seu sistema de alerta diante da conjunção de um incompreensível clima de já ganhou com um inexplicável salto alto”, escreve Elio Gaspari numa nota assim, de uma só frase, no Globo e na Folha de domingo.

Então… É Bruno Boghossian quem explica. “Em duas conversas recentes”, ele afirma, “Lula disse que era preciso tratar como certa uma recuperação de Jair Bolsonaro nos próximos meses.” O ex-presidente observa que os números de aprovação do governo pararam de cair e o Auxílio Brasil, que começou a ser distribuído, deve aliviar a economia para os mais pobres. O petista também acha que dificilmente o núcleo duro dos apoiadores de Bolsonaro deixará o presidente. (Folha)

Isto afeta diretamente a estratégia para a vitória. “Lula tem a leitura de que as eleições de 2022, de todas as cinco que disputou a presidente, é a que ele mais terá que caminhar ao centro”, revela Guilherme Amado. Em suas contas, o número de pessoas que pretendem votar no centro e na direita é muito superior ao de eleitores da esquerda. Ele precisará ser percebido como um candidato moderado. Só que parte da esquerda não compreende este movimento. (Metrópoles)

Em janeiro, aliás, Lula teve uma conversa com Fernando Henrique. Entre os assuntos, a vice de sua chapa para Geraldo Alckmin. FHC aprova a ideia e, conta Lauro Jardim, nunca dirá isso em público. (Globo)

Foi Lauro, também, que ouviu de dentro do Planalto que o clima volta a ser de otimismo. Com base nas pesquisas que têm em mãos, quem é próximo de Bolsonaro põe fé que o presidente pode ultrapassar o petista em junho. (Globo)

Os comandos das duas campanhas podem estar vendo cenários diferentes, mas a direção do movimento nas pesquisas que enxergam é o mesmo. Um de que a corrida vai ficar mais apertada. O que pode explicar uma transição que começa a tomar corpo na terceira via — e ela começa com a primeira federação partidária ganhando cara. O Cidadania aprovou se juntar ao PSDB. Falta, ainda, que os tucanos aprovem o acordo. Deve acontecer. A esperança é de que a federação crie a maior força partidária brasileira, unindo ainda MDB e União Brasil. (Poder 360)

Os tucanos responderam ao movimento do Cidadania para compor uma federação. “A federação entre Cidadania e PSDB, pela qualidade de seus quadros, fará a diferença no Congresso e nas próximas eleições presidenciais.” (Twitter)

Neste jogo, quem trabalha para o candidato tucano João Doria tem esperanças de que a emedebista Simone Tebet tope a vice-presidência. (Globo)

Pois é… Na ponta do PT, a federação com o PSB não vai bem. Os socialistas racharam. De um lado, os governadores Paulo Câmara (PE) e Flávio Dino (MA), além do candidato a governador do Rio Marcelo Freixo, tentam trabalhar por um acordo. Quem está do outro lado, como o governador capixaba Renato Casagrande, os acusa de pensarem não no partido e sim em suas candidaturas. Tentando se equilibrar no meio, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, vem demonstrando irritação. Não responde aos telefonemas de Fernando Haddad, que gostaria que os pessebistas retirassem a candidatura de Márcio França ao governo paulista. E bateu de frente com Freixo, que está fazendo campanha por Haddad contra seu copartidário. “É um infiltrado do PT”, afirmou. Mas, em público, Siqueira nega qualquer briga, conta Guilherme Amado. (Metrópoles)

Daí... O PT lançou o senador Fabiano Contarato pré-candidato ao governo do Espírito Santo. Casagrande é candidato à reeleição. (Poder 360)

O Ipespe soltou uma pesquisa para o governo de São Paulo. Sem Márcio França no jogo, Haddad teria 38% das intenções de voto, seguido do ministro bolsonarista Tarcisio de Freitas, com 25%. Agora, se nenhum dos acordos do PT der certo e Geraldo Alckmin terminar concorrendo ao Palácio dos Bandeirantes, conta Tales Faria, Haddad e Alckmin disputariam a cabeça com 20% cada, França correndo em terceiro com 12%. Neste cenário, Tarcísio teria 7%. (UOL)

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