sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Violência separatista pode levar à invasão russa da Ucrânia

 

O violento ataque com morteiros que ocorreu na região de Stanytsia Luhanska, na fronteira leste da Ucrânia com Rússia, marcou nesta quinta-feira o ponto máximo de crise na revolta separatista. Em Washington, em conversa com repórteres, o presidente Joe Biden afirmou que a suspeita é de que se trata de uma desculpa. “É uma operação de bandeira falsa para que possam invadir”, ele afirmou. A expressão é uma referência às antigas guerras navais, quando navios levantavam bandeiras de outras nações para culpá-las por certos ataques. “É um genocídio”, afirmou em Moscou o presidente Vladimir Putin, sugerindo que cidadãos que ele considera etnicamente russos estão sendo atacados no país vizinho. A tensão retornou ao ambiente diplomático. (New York Times)

Biden se reúne virtualmente hoje com o francês Emmanuel Macron, o alemão Olaf Scholz e o britânico Boris Johnson para uma cúpula convocada às pressas. (Washington Post)

The Economist: “Sem disparar um tiro, Mr Putin se tornou o centro global das atenções, provando que a Rússia é relevante. Ele desestabilizou a Ucrânia e deixou claro que o que ocorrerá no futuro do país depende dele. Pode, inclusive, ganhar concessões da OTAN para evitar uma guerra. Mas tais ganhos são táticos. Embora todos os olhos estejam nele, também galvanizou seus oponentes. Liderado por Joe Biden, o Ocidente concordou com um pacote de sanções duro. A OTAN, descrita por um presidente francês em 2019 como em ‘morte cerebral’, encontrou novo propósito na proteção contra a ameaça na fronteira russa. Tendo sempre preferido guardar distância, Suécia e Finlândia talvez se juntem à aliança. A Alemanha compreendeu que o gasoduto que conecta o país com a Rússia lhe é prejudicial. Se Mr Putin acreditou que suas ameaças iam fazer o Ocidente encolher, se enganou.”

Pois é... “Vemos uma narrativa falsa de que nosso engajamento com o Brasil em relação à Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse não é o caso. A questão é que o Brasil, como um país importante, parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com sua ênfase histórica na paz e na diplomacia. O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior.” A afirmação é de um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à repórter Raquel Krähenbühl. (g1)




Após dois dias na Rússia, o presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Budapeste, capital da Hungria, para se encontrar na quinta-feira com o primeiro-ministro Viktor Orbán. “Considero seu país o nosso pequeno grande irmão”, afirmou, “pelos valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: Deus, pátria, família e liberdade.” Citou assim, adicionando apenas a palavra liberdade, o lema fascista da Ação Integralista Brasileira. Ao seu lado, Orbán criticou a União Europeia e a quantidade de estrangeiros que chegam a seu país. “Sobre os valores cristãos, gostaríamos muito de preservar nossas raízes, e a imigração na verdade não colabora muito para essa questão.” (Metrópoles)

Assista aos dois discursos. (g1)

Aliás... Em agosto de 2019, o Meio dedicou uma edição especial de sábado para contar a história de como Viktor Orbán inaugurou a nova extrema-direita autoritária e nacionalista que inclui Bolsonaro. Esta edição, hoje, fica aberta a todos os leitores.

Então… Com o Brasil, a Rússia se limitou a assinar um acordo burocrático de classificação de documentos. Mas, enquanto Bolsonaro estava por lá, os russos assinaram um acordo de cooperação militar com a Venezuela de Nicolás Maduro. (Poder 360)




O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a ação que pedia o fim das restrições à propaganda eleitoral na imprensa escrita e internet. A ação, proposta pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ) em 2019, contestou o trecho da legislação, de 1997, que limita a propaganda eleitoral a dez anúncios por veículo em datas diversas para cada candidato até a antevéspera das eleições. A maior parte dos ministros votou para manter as atuais restrições. A partir da semana que vem, o colegiado deverá tomar decisões sobre o fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões, aprovado no ano passado, e tratar do tempo em que condenados pela Ficha Limpa devem ficar inelegíveis. (UOL)




Um nome surge entre as especulações sobre quem será o vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro para a eleição de outubro. Trata-se de Gilson Machado, o chefe da pasta do Turismo conhecido como o ministro sanfoneiro. Seu nome circula entre interlocutores próximos ao mandatário, que enxergam nele uma possível identificação com eleitores do Nordeste, onde Bolsonaro vai mal nas pesquisas de intenção de voto, visto que Machado é pernambucano. Além disso, ele daria equilíbrio a uma chapa encabeçada por um candidato do Sudeste, questão recorrente nos pleitos presidenciais. O nome dele se junta a outros especulados, como Walter Braga Netto, ministro da Defesa, e Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. (Folha)




Meio em vídeo: Saiu no fim de semana um manifesto assinado por muita gente, inclusive não-petistas, defendendo o voto em Lula no primeiro turno. A ideia seria encerrar de vez o jogo. Essa é a melhor estratégia para o não-petista que teme o risco à democracia representado por Jair Bolsonaro? Quais são os argumentos a favor? E os contra? Assista ao novo Ponto de Partida no YouTube.

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