segunda-feira, 18 de abril de 2022

STM sabia de torturas no regime militar, mostra áudio

 

Os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) durante a ditadura (1964-1985) tinham conhecimento da prática de torturas. Se ainda restava alguma dúvida, ela se desfez com a divulgação ontem por Miriam Leitão de gravações feitas em sessões da corte nos últimos dez anos do regime (ouça e leia as transcrições). O material foi copiado e analisado desde 2017 pelo historiador Carlos Fico, da UFRJ. Numa das gravações, feita em 1977, o general Rodrigo Octávio Jordão Ramos relata o caso de Nádia Lúcia do Nascimento, que sofreu um aborto decorrente dos maus tratos quando esteve presa no Doi-Codi. No ano seguinte, o general Augusto Fragoso disse ter passado por outras crises militares “em 30, 32 e 35” sem ver acusações tão graves. Havia entre os ministros quem duvidasse das acusações, especialmente quando envolviam militares e não policiais. Nas sessões secretas, também gravadas, o ministros faziam piadas com os relatos de torturas, conta Carlos Fico. (Globo)

A Comissão de Direitos Humanos do Senado vai pedir acesso às gravações do STM. “A partir da divulgação desses dados sensíveis, a CDH do Senado vai promover uma devassa, uma rigorosa investigação sobre esses arquivos. Precisamos passar o Brasil a limpo. Urgentemente”, disse o presidente da comissão, Humberto Costa (PT-PE). (Extra)

E por falar... Morreu na sexta-feira, aos 97 anos, o general Newton Cruz, que chefiou o Serviço Nacional de Informações (SNI) durante o regime militar e, segundo a Comissão Nacional da Verdade, cometeu graves violações de direitos humanos. Ele chegou a ser julgado e absolvido pelo assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten e a mulher dele, em 1983. Famoso pela truculência, especialmente com a imprensa, tentou a política após passar para a reserva, mas nunca foi eleito para os cargos que disputou. (Poder360)




A dificuldade de o PT conciliar militância com alianças ficou clara mais uma vez. Na noite de quinta-feira, o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), foi vaiado num encontro de sindicalistas com o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) em São Paulo. A hostilidade fez com que ele cancelasse o ato em que seu partido formalizaria o apoio à candidatura de Lula, marcado para o dia 3 de maio. Apesar disso, Paulinho descartou a possibilidade a apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não significaria um rompimento do apoio ao Lula, mas gostaríamos de discutir agora em outras condições. O que pensa o PT de uma aliança mais ampla, além de parte da esquerda que o PT juntou até agora”, disse o deputado. (CNN Brasil)

Há insatisfação também dentro do PT, mas com a equipe responsável pelas inserções de Lula na TV, como conta Malu Gaspar. Classificando o material como “oportunidade perdida”, dirigentes do partido reclamam que o ex-presidente parece sem emoção e com um discurso que não é facilmente compreensível para o eleitorado mais pobre. Já há quem fale em trocar a agência contratada para o trabalho. (Globo)

Meio em vídeo. A comunicação eleitoral mudou, ela é feita de clipes com alguns segundos que reforçam os preconceitos que as pessoas já têm ou definem suas identidades. No momento em que Bolsonaro cresce, o PT está se comunicando como se estivesse em 2010. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)




Inconformado com a decisão do Whatsapp de só liberar para o Brasil uma ferramenta de disparo em massa de mensagens após as eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mandou o ministro da Comunicações, Fabio Faria, marcasse uma reunião com representantes do aplicativo. O adiamento do serviço “Comunidades”, que permite grupos com milhares de participantes, foi resultado de um acordo com o TSE para evitar a disseminação de notícias falsas durante a campanha eleitoral. Para Bolsonaro, o pacto é “inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido”. (Metrópoles)




O pastor Arilton Moura, suspeito de cobrar propina para liberação de verbas do MEC, esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo Bolsonaro. A informação foi divulgada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que antes havia estabelecido sigilo sobre os registros. Seis das visitas aconteceram depois de o MEC comunicar à Controladoria-Geral da União (CGU) um pedido de apuração sobre suspeitas de propina na pasta. A Casa Civil apagou de sua conta no Flickr fotos de encontros entre Moura e o ministro Ciro Nogueira. Gilmar Santos, outro pastor suspeito de favorecimento, foi ao palácio dez vezes, sempre acompanhando o colega. (g1)




A Rússia ameaçou ontem eliminar todas as forças ucranianas que ainda combatem na cidade portuária de Mariupol. Mais cedo, as tropas que resistem à invasão rejeitaram um ultimato russo para depor as armas. Segundo um dos assessores do prefeito, os militares da Rússia pretendem fechar a cidade e instituir um sistema de passes para entrada e saída. Situada entre as províncias rebeldes do Donbas e a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, Mariupol é crucial para a estratégia de Moscou. (CNN)

No fim de semana, a marinha russa confirmou o afundamento do cruzador Moskva, o mais importante navio de sua frota no Mar Negro. A Ucrânia afirma ter atingido a embarcação com um míssil, enquanto Moscou alega que o navio afundou devido a um incêndio a bordo, sem especificar as causas. (BBC)




Em campanha para o segundo turno das eleições presidenciais na França, a ultradireitista Marine Le Pen foi acusada de peculato pela agência antifraudes da União Europeia. Ela e outros integrantes de seu partido, o Reagrupamento Nacional, teriam desviado 620 mil euros (R$ 3,1 milhões) para a legenda quando integravam o Parlamento Europeu. Advogados da candidata dizem que as acusações são antigas e foram resgatadas para prejudicá-la politicamente. (Guardian)

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