terça-feira, 31 de agosto de 2021

Agro faz defesa enfática da democracia; já a Fiesp recua

Visto como um setor umbilicalmente ligado ao governo Bolsonaro, o agronegócio, ou pelo menos parte importante dele, divulgou na segunda-feira um manifesto fazendo uma defesa enfática da democracia e manifestando preocupação com “os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso país”. Sete entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), afirmam que o Brasil não pode se apresentar ao mundo como “uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais”. Também ontem, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, suspendeu a divulgação de um manifesto bem mais brando elaborado incialmente pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e encampado pela entidade. (G1)

Marcello Brito, presidente da Abag, foi o entrevistado de ontem do Roda Viva. “A gente poderia ter muito mais gente assinando o manifesto de hoje e vários me falaram que gostariam de participar. Mas me falaram ‘infelizmente eu preciso me abster’. ‘Eu preciso me abster porque a minha cadeia de abastecimento depende de uma canetada governamental’.” Assista à íntegra no YouTube. (Globo)

Oficialmente a Fiesp adiou o manifesto para que mais setores possam aderir. Nos bastidores, porém, Skaf admite que foi pressionado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro. Segundo signatários do texto suspenso, Skaf deve favores a Lira por conta de demandas incluídas na reforma tributária. As demais entidades foram pegas de surpresa pelo recuo dos industriais paulistas. (Folha)

Sonia Racy: “A reação de Pedro Guimarães ao manifesto elaborado pela Febraban — e encampado pelo político Paulo Skaf da Fiesp como seu — não estava sendo esperada no mercado financeiro como um todo. O presidente da Caixa resolveu se retirar da federação, levando com ele o BB — banco público listado na B3.” (Estadão)




Contrariando decisão do governo de São Paulo, a Justiça autorizou a realização de um protesto contra o governo Bolsonaro no Vale do Anhangabaú no Sete de Setembro, mesmo dia de uma manifestação bolsonarista da Avenida Paulista. O governador João Doria teme que possa haver conflito entre os dois grupos. (Folha)

Enquanto isso... Jair Bolsonaro disse ontem que sua declaração sobre seu destino ser “a prisão, a morte ou a vitória” se deveu à “pressão muito grande” que vem sofrendo. Segundo o presidente, o ministro do STF Alexandre de Moraes aguarda que ele deixe o governo para aplicar-lhe uma “sanção restritiva”. (Globo)

Meio em vídeo. Segundo análise das redes sociais, quem vai se manifestar em 7 de setembro por Bolsonaro fala, principalmente, em ‘liberdade’. O problema é o seguinte: o conceito de liberdade, em política, tem significado. Vivemos numa democracia liberal — e esse liberal trata justamente da garantia de liberdades. E a ideia que Bolsonaro faz de ‘liberdade’ é exatamente a oposta daquela que o regime defende. O que Bolsonaro quer, na democracia liberal, não pode. E você? Entende o que quer dizer liberdade? Confira o Ponto de Partida no YouTube.




Preso desde o último dia 13 por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por impedir o livre exercício dos Poderes, incitar crimes contra a segurança nacional e homofobia. Em entrevistas e vídeos, nos quais sempre aparecia armado, ele incitava atos como a invasão do Senado, agressões a parlamentares e atentados contra o TSE. (Poder360)

Então... Ao saber da denúncia, Jefferson passou mal e precisou ser atendido na UPA do presídio Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, onde está preso. (Metrópoles)

Mônica Bergamo: “A denúncia contra Jefferson (PTB), aliado de Bolsonaro, está sendo vista como fogo de palha por procuradores do MP Federal. A peça é assinada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Ao final, ela pede que ‘seja apreciado eventual declínio da competência’, sugerindo que o caso não deve ser analisado pelo STF e que, portanto, a PGR não tem atribuição para fazer a denúncia.” (Folha)




Persio Arida em entrevista a Míriam Leitão: “Estamos traindo o futuro de duas formas. Uma é que temos que fazer parte do esforço do mundo para conter o aquecimento global. Outra é o que a gente poderia atrair de capitais hoje e não está atraindo é uma barbaridade. Estamos pagando um preço alto pela agenda errada na área ambiental. Crescimento baixo, aumento da pobreza e 14 milhões de desempregados. Paulo Guedes deveria andar na rua. Andar e olhar. Não estou falando de bairros pobres, mas de bairros abastados. Você vê a pobreza aumentar. Tem um potencial de crescimento que o Brasil está perdendo por causa de uma agenda retrógrada, na contramão do mundo.” (Globo)




Após duas décadas de guerra, as últimas tropas dos EUA deixaram o Afeganistão ontem nas mãos da mesma milícia Talibã cuja deposição motivou a invasão em 2001. O embaixador americano em Cabul embarcou no último voo militar a deixar o país. Nas redes sociais, o Talibã comemorou a retirada como “dia da libertação” do Afeganistão. E Washington admitiu que “civis podem ter morrido” no ataque com drones a um suposto homem-bomba que faria um atentado ao aeroporto de Cabul. Jornais e emissoras de TV dos EUA conversaram com testemunhas e apuraram que até dez pessoas, incluindo sete crianças, teriam sido mortas na ação. (G1)

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