terça-feira, 17 de agosto de 2021

Augusto Heleno defende possibilidade de golpe militar

 O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, reforçou ontem o discurso em favor de um golpe militar que se origina no Planalto. “O artigo 142 é bastante claro”, afirmou a respeito do trecho da Constituição que trata das Forças Armadas, em entrevista à Rádio Jovem Pan. “Temos de verificar qual será a atitude deste poder moderador, que como o nome diz serve para moderar uma situação de crise em que os Poderes têm de retomar sua situação no cenário nacional e serem limitados e respeitados.” Para não deixar em suspenso o debate a respeito de quem invocaria este poder, Heleno ainda pontuou. “O presidente é o comandante supremo das Forças Armadas.” A fala do ministro veio um dia depois do vazamento de um WhatsApp em que o presidente Jair Bolsonaro conclamava manifestações de apoio e falava num “necessário contragolpe”. Segundo assessores, ele ficou muito irritado com a divulgação pública da mensagem. (Metrópoles)

Merval Pereira: “Esse papel de ‘poder moderador’ não existe. O presidente do Supremo, Luiz Fux, já havia decidido, numa ação impetrada pelo PDT em junho do ano passado, que ‘a missão institucional das Forças Armadas não acomoda o exercício do poder moderador entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário’. O ministro aposentado do STF Ayres Britto esclarece que ‘basta ser uma força armada para não ter direito de falar por último. O Judiciário fala por último por seu poder ser proveniente da fundamentação técnica de suas decisões, da sua imparcialidade’.” (Globo)

Então... Mais cedo, mesmo sem citar o nome de Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), mandou nas redes sociais um recado mais duro do que suas falas habituais. “Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao país. Patriotas são aqueles que unem o Brasil, e não os que querem dividi-lo”, escreveu, acrescentando que “os avanços democráticos conquistados têm a vigorosa vigilância do Congresso, que não permitirá retrocessos”. (Globo)

O próprio Bolsonaro abaixou o tom e disse que ele e os militares “jamais serão motivadores de rupturas”. (Poder360)

Meio em vídeo. Jair Bolsonaro agora manda zap com os amigos sobre contragolpes. Tem músico sertanejo raiz querendo invadir o Supremo e arrancar de lá ministros. As redes bolsonaristas estão em pé de guerra — os golpistas se apresentaram. E agora? Você sabe como é que se resiste a um golpe de Estado? Confira o Ponto de Partida no YouTube.




Após 13 dias de silêncio da Procuradoria-Geral da República, a ministra do STF Cármen Lúcia deu ontem um ultimato ao procurador-geral Augusto Aras: ele tinha 24 horas para se manifestar sobre o pedido de inquérito contra Jair Bolsonaro por ter usado a TV Brasil na transmissão de uma live em que ele fez mais acusações sem provas de fraude eleitoral. Aras respondeu dizendo que abriu uma investigação preliminar sobre o caso. A questão é que esse tipo de inquérito corre internamente na PGR, sem passar pelos ministros do Supremo. (Globo)

Ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão confirmou a reunião que teve na semana passada com o ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, no mesmo dia em que tanques desfilavam na Praça dos Três Poderes. Embora critique algumas decisões de ministros do Supremo, Mourão acha difícil que processos de impeachment contra eles avancem no Senado. (Estadão)

Para tentar serenar os ânimos, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, vai se reunir amanhã com o presidente do Supremo, Luiz Fux. (Poder 360)

Então... O conflito entre Bolsonaro e o Supremo sobrou para o ex-advogado-geral da União André Mendonça. Indicado pelo presidente a uma vaga no STF, ele viu crescer novamente a resistência a seu nome na Corte e no Senado. A sabatina com os senadores ainda não foi marcada. (CNN Brasil)




A Justiça Eleitoral abriu uma nova frente contra sites que propagam notícias falsas sobre as eleições e as urnas eletrônicas. O corregedor do TSE, ministro Luis Felipe Salomão, determinou que plataformas digitais como YouTube, Instagram e Facebook suspendam repasses financeiros a esses perfis. (Folha)




A repercussão de um áudio em que ameaça invadir o STF e dar ultimatos ao presidente do Senado desabou sobre o cantor e ex-deputado Sérgio Reis, como revela Mônica Bergamo. Segundo a família, ele está deprimido e com uma crise de diabetes. Ângela Bavini, sua mulher, afirma que o cantor “foi induzido por pessoas que dizem estar em um movimento tranquilo”. Ele foi aconselhado por parentes médicos e advogados a não participar de eventos no 7 de setembro. (Folha)

Guilherme Amado: “Autor de ameaças ao STF e ao Senado, Sérgio Reis deve R$ 640 mil à União. A maior parte da dívida é em impostos federais.” (Metrópoles)




Não é só Sérgio Reis que vai ficar de fora do 7 de setembro. O Ministério da Defesa informou que, pelo segundo ano consecutivo não haverá desfile nem paradas militares para celebrar a Independência. O motivo é a pandemia de Covid-19. Mas nem por isso o presidente Jair Bolsonaro deixou de sentir o cheirinho de pólvora. Ao som do tema de Missão Impossível, ele assistiu aos exercícios nos quais tropas da Marinha atacavam uma casinha de brinquedo feita em madeira. (Poder360)




Um dia depois de o grupo extremista islâmico Talibã retomar o controle do Afeganistão, o presidente americano Joe Biden foi à TV defender sua decisão de retirar as tropas dos EUA que ocupavam o país há vinte anos. Segundo ele, seus soldados não podem participar de uma guerra que as próprias forças afegãs “não querem lutar”. Em cinco linhas gerais, Biden negou que a missão americana fosse “formar uma nação”. Disse que era hora de os “afegãos decidirem seu destino”. (UOL)

Não podendo evitar a volta do Talibã, o destino que muitos queriam era o aeroporto de Cabul, que se transformou num caos, com pessoas tentando embarcar a qualquer custo em aviões militares e de carreira. Em alguns casos, pilotos tomaram decisões ousadas. O comandante de um C-17 da Força Aérea dos EUA, com capacidade para 100 pessoas, decolou com 640 ocupantes e pousou em segurança no Qatar. (Globo)

Nem todos tiveram essa sorte. Numa das imagens que melhor refletem o desespero de quem quer fugir do extremismo, pessoas que se agarravam a trens de pouso caem de aviões em voo. (Poder360)

E numa prova de que o obscurantismo voltou de vez ao Afeganistão, o Talibã proibiu a vacinação contra a Covid-19 na província de Paktia, e a expectativa é de que o mesmo seja imposto ao resto do país. (Veja)

O Afeganistão nem sempre foi uma incubadora de fundamentalistas. Essas imagens mostram um país muito diferente, especialmente para as mulheres, nas décadas de 1960 e 1970. (Folha)

E foi nisso que o Talibã transformou o Afeganistão ao chegar ao poder em 1996. (Globo)




O Haiti ainda conta os mortos e cuida dos feridos deixados por um terremoto no sábado e já tem de lidar com outro desastre. O ciclone tropical Grace chegou ao país caribenho e pode causar inundações e deslizamentos de terra. (G1)

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