segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Bolsonaro força discurso golpista em Zap e redes

O presidente Jair Bolsonaro escalou o discurso golpista para um nível no qual não havia chegado antes. No sábado, de seu aparelho pessoal, enviou a ministros, amigos e apoiadores no WhatsApp um alerta falando de um “provável e necessário contragolpe”, como revela Guilherme Amado. Não é possível saber se o próprio Bolsonaro redigiu o texto ou se o copiou e colou. Mas a mensagem não era um encaminhamento. O texto convoca para uma manifestação popular em 7 de setembro para mostrar que o presidente e as Forças Armadas têm apoio para “uma ruptura institucional”. O Palácio do Planalto não se manifestou sobre a veracidade do texto. (Metrópoles)

A ebulição política subiu muito a partir da sexta-feira, com a prisão, por ordem do STF, do presidente do PTB, Roberto Jefferson, devido a ameaças aos ministros. Em retaliação, Bolsonaro foi ao Twitter cobrar do Senado o impeachment de Luiz Roberto Barroso e Alexandre Moraes, seus principais antagonistas no Supremo. Nas redes e grupos de Zap, circulou pesadamente um áudio do cantor sertanejo Sérgio Reis convocando caminhoneiros para que fechem as estradas após o feriado da Independência. Defende intimidar o Senado, fazer o país parar e expulsar do Supremo seus ministros. (G1)

Pois é... O presidente do Senado já sinalizou, a Gerson Camarotti, que os pedidos de impeachment não irão à frente.

Por via das dúvidas, os ministros do Supremo preferiram nem comentar a postagem de Bolsonaro. (Globo)

Então... Os principais líderes caminhoneiros afirmam que não se metem na briga entre políticos. “Precisamos nos unir, mas unir para as nossas demandas”, afirmou um deles num vídeo que fez circular em resposta a Reis. “Não nos envolvemos em pauta política. Nem a favor ou contra governo, nem a favor ou contra STF.” (Poder 360)

Sérgio Abranches: “Há um golpe em curso no país. Ele está em processo de execução. Bolsonaro coleta pretextos e provoca reações que deseja ver escalar até o que poderia classificar como desordem civil ou convulsão social. Os analistas descartam o golpe clássico, escorado em um pronunciamento militar, porque as transformações recentes de regimes democráticos em autoritários se deram por desmonte interno dos regimes. Mas nada impede que Bolsonaro tente os dois e termine executando um híbrido.”




Pois é... Era manhã de sexta-feira, Brasília já entrava em ritmo de fim de semana, quando o ministro do STF Alexandre de Moraes abalou o mundo político ao ordenar a prisão pela PF do presidente do PTB, Roberto Jefferson, um dos mais estridentes apoiadores de Bolsonaro. A ordem veio após a Procuradoria-Geral da República ignorar o prazo de 24 horas para se manifestar sobre a possível participação de Jefferson em atos e postagens contra a democracia e pregando a violência contra ministros do Supremo. (Folha)

A prisão de Jefferson irritou e assustou Bolsonaro. O medo envolve a possibilidade de prisão do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho Zero Dois, que é citado no mesmo inquérito. (CNN Brasil)

Ascânio Seleme: “Jefferson, um aliado incondicional de Jair Bolsonaro e de seus métodos ultradireitistas, é o maior farsante da política nacional dos últimos 50 anos. Ao longo de sua carreira política, já ocupou espaço em todos os lados do espectro político. Jefferson, como o partido que preside, faz o ziguezague característico de gente ou agremiação fisiológica e sem firmeza ideológica.” (O Globo)




Como nem só de golpe vive a política, senadores sinalizam que vão derrubar a volta das coligações proporcionais, aprovada em primeiro turno na Câmara. (Globo)




Morreu em São Paulo, vítima de câncer, o publicitário Duda Mendonça, aos 77 anos, informa Lauro Jardim. Especialista em marketing político, foi ele quem criou em 2002 a ideia do “Lulinha Paz e Amor” que aproximou o candidato petista do centro. (Globo)




O Afeganistão caiu. Na manhã deste domingo, pelo horário de Brasília, o presidente Ashraf Ghani fugiu do país em direção ao Tajiquistão, enquanto tropas do grupo radical islâmico Talibã entravam em Cabul, a capital. Em poucas horas, os fundamentalistas tomaram o palácio presidencial e anunciaram que uma “transição pacífica” estava em andamento em instalações governamentais em todo o país. (G1)

Autoridades do governo americano, que depôs o Talibã em 2001 e ocupou o país por duas décadas, admitem um erro de avaliação sério da retirada de suas tropas. Joe Biden e seus assessores imaginavam que o governo afegão mantivesse o controle por alguns meses, o que permitiria a evacuação ordeira de estrangeiros. Não foi o que aconteceu. (CNN)

Estrago feito, a preocupação de Joe Biden é descartar a óbvia comparação com a humilhante retirada de Saigon, capital do Vietnã do Sul, em 1975. (Guardian)

Relembre a história do Talibã e seu regime de terror no Afeganistão. (Globo)

A volta do Talibã ao poder é particularmente angustiante para as mulheres afegãs. Na manhã deste domingo, professores da Universidade de Cabul se despediram de suas alunas. Dentro da visão estrita do Islã praticada pelo grupo, mulheres não devem estudar ou trabalhar. Pessoas que fogem das áreas já sob o domínio Talibã dizem que o grupo está exigindo das famílias a entrega de mulheres solteiras e meninas para que se casem com os combatentes. (BBC Brasil)

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz, pediu nas redes sociais ajuda internacional para proteger civis e refugiados e reforçou a preocupação com mulheres e minorias. Hoje com 24 anos, Malala sofreu na carne o horror que o Talibã representa. Em 2012, ela foi baleada na cabeça por militantes do grupo acoitados no Paquistão quando tentava ir para a escola. (CNN Brasil)

A vitória do Talibã é também uma vitória do Paquistão, que ao longo dos últimos vinte anos deu abrigo e recursos ao grupo. Mas especialistas acham que será uma vitória de Pirro. O provável é que Islamabad não consiga controlar seu aliado radical e se veja isolada no cenário internacional, além do risco do aumento no extremismo interno. (Foreign Affairs)




Com uma crise política e uma econômica, mais a pandemia, a última coisa de que o Haiti precisava era de um desastre natural. Pois já chega a 1.290 o número de mortos no terremoto que atingiu o país no sábado. Com magnitude de 7,2 o abalo foi ainda mais forte do que o de janeiro de 2010, quando 200 mil pessoas morreram, incluindo a brasileira Zilda Arns, coordenadora internacional da Pastoral da Criança. Estima-se o país ainda tenha, 11 anos depois, milhares de pessoas em situação de fragilidade por conta daquela tragédia. (CNN Brasil) 

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