sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Após massacre, Biden jura vingança

 “Vamos caçá-los e vamos fazê-los pagar.” Assim reagiu o presidente Joe Biden aos atentados a bomba que atingiram ontem os arredores do aeroporto de Cabul, matando ao menos 13 militares americanos e 95 afegãos, incluindo patrulhas do Talibã. O crime foi reivindicado por um braço local do Estado Islâmico. O clima na área era tenso havia dias. Tanto os países Europeus quanto o Talibã orientavam as pessoas a não tentarem chegar ao aeroporto, onde milhares de estrangeiros e afegãos já se amontavam tentando deixar o país desde que a milícia fundamentalista retomou o poder. (UOL)

Era um desastre anunciado. Mais cedo, EUA, Reino Unido e Austrália haviam pedido que seus cidadãos deixassem a área devido ao “risco iminente” de um atentado. Depois das explosões, o Talibã divulgou uma nota condenando o ataque a civis dentro de uma área “controlada pelos Estados Unidos”. A despeito das mortes, Biden mantém o prazo de retirada total do Afeganistão até o dia 31, negociado com o Talibã. (G1)

O atentado foi reivindicado pelo Estado Islâmico-Khorasan, uma célula local do grupo extremista que chegou a controlar parte do Iraque e da Síria no fim da década passada. Uma agência ligada aos terroristas informou que dois suicidas com cinturões de bombas explodiram no Hotel Baron, em frente ao aeroporto, e em um dos portões do terminal. O ISIS-K, como é conhecido, é ainda mais radical que o Talibã, do qual é inimigo. (Poder360)

“Parecia o Juízo Final”, disse um dos sobreviventes do atentado em Cabul. Era um fim de tarde quente e tenso, e várias pessoas desistiam de tentar entrar no aeroporto e voltavam para casa. Mas a multidão ainda era grande quando as duas explosões ocorreram quase em seguida. “Eu vi uma bebê muito ferida”, conta um intérprete afegão que estava a poucos metros. “Peguei-a no colo e levei-a ao hospital, mas ela morreu nos meus braços.” (Guardian)

Para ler com calma. Após duas décadas de guerras, o Estado Islâmico e a al-Qaeda ainda são capazes de espalhar destruição. (New York Times)




Após a enfática defesa da democracia feita na quarta-feira pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o núcleo duro do governo Bolsonaro discute usar a Força Nacional para “manter a ordem” à revelia dos governadores, conta Leonardo Sakamoto. A ideia de que a FN, formada majoritariamente por policiais militares, pode ser usada sem pedido prévio dos estados já foi derrubada pelo STF. Entretanto, a ligação do governo com o comando dessa tropa é estreita. Seu comandante, o coronel da PM do Ceará Antônio Aginaldo de Oliveira, é marido da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), e o ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem caberia a convocação, é umbilicalmente ligado ao presidente e a seus filhos. (UOL)

A radicalização dos PMs e a adesão aos atos bolsonaristas preocupam o Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares. O presidente da entidade, coronel Euller de Assis, comandante da PM paraibana há dez anos, diz que os policiais da ativa têm “individualidades e preferências políticas”, mas devem respeito às hierarquias internas. (CNN Brasil)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vetou uma manifestação antibolsonarista no Vale do Anhangabaú no Sete de Setembro, mesmo dia de um ato de apoio ao presidente na Avenida Paulista. Doria acha que os 5,6 quilômetros que separam os dois locais são pouco para evitar confrontos com alto potencial de violência. A Paulista já foi liberada para protestos contra o governo no dia 12. (Metrópoles)

Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura paulista no ano passado, protestou: “Nem Bolsonaro é dono do Brasil, nem Doria de São Paulo. 7 de setembro será dia de lutar por Democracia e contra Bolsonaro!”. (Twitter)

Meio em vídeo. Nunca o bolsonarismo trabalhou tanto para promover manifestações. Existe o risco de muita gente armada. Há possibilidade de invasão do prédio do Supremo. Pode ser o 6 de janeiro brasileiro. Confira o Ponto de Partida no YouTube.




O Centrão, que de bobo não tem nada, já vê distante a chance de reeleição de Jair Bolsonaro. Mais, uma parte do bloco acha que ele perde no primeiro turno, com vitória de Lula ou ascensão de um terceiro nome. Cada vez mais gente do PP, principal partido do grupo, negocia diretamente com o ex-presidente petista. (Estadão)

Enquanto isso... A reforma do Código Eleitoral ataca a Lei da Ficha Limpa. Pela regra atual, político que renuncia a mandato para fugir da cassação fica inelegível por oito anos, punição que desaparece na nova legislação. A previsão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é votar a nova lei até quinta da semana que vem. Ela precisa estar sancionada no início de outubro para valer em 2022. (Globo)




Após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitar o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre Moraes, o presidente da Corte, Luiz Fux, disse que tais iniciativas contra integrantes do Supremo tem “roupagem de ameaça” e reafirmou que é inadmissível uma “ditadura sectária no Brasil”. (G1)




Numa vitória da CPI da Pandemia, o juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Federal Cível de Brasília, suspendeu o sigilo do processo administrativo sobre a compra de vacinas da Covaxin no Ministério da Saúde. (Poder 360)

Nenhum comentário:

Postar um comentário