sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Brasil entra em recessão técnica com inflação alta e desemprego

 

O Brasil entrou em recessão técnica. O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,1% no terceiro trimestre deste ano na comparação com trimestre anterior, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. No 2º trimestre, o PIB recuou 0,4% ante os três primeiros meses do ano. Com isso, o Brasil entra em uma nova recessão técnica, que é quando o PIB tem retração por dois trimestres seguidos. A última foi registrada nos dois primeiros trimestres de 2020, quando o PIB ‘encolheu’ 2,3% e, em seguida, 8,9%. (g1)

No 3º tri, a economia brasileira foi puxada pelo setor de serviços, que avançou 1,1% por conta da normalização parcial das atividades presenciais e o avanço da vacinação. Entretanto, a queda de 8% na agropecuária e de 9,8% nas exportações de bens de serviços pressionaram o resultado do 3º tri para baixo. Já o PIB industrial ficou estagnado, afetado pelos gargalos nas cadeias globais de produção, os entraves no transporte marítimo, a escassez de peças e componentes e a crise hídrica, que encareceu a geração de energia. (Estadão)

Enquanto isso... O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil está "condenado a crescer", mas afirmou que o esforço para combater a inflação vai diminuir o ritmo de expansão. Segundo ele, os preços têm subido por fatores como a desorganização das cadeias produtivas globais e sugeriu que o BC vai controlar os preços por meio dos juros. “O Brasil está condenado a crescer, a pergunta é se vai ter um pouco mais ou menos de inflação. E isso vai depender justamente de como é que a gente vai combater essa inflação”, disse. (Folha)

Míriam Leitão: Com a recessão técnica do país no terceiro trimestre, o mercado financeiro começa a se perguntar se o Banco Central vai fazer um ciclo tão forte de alta dos juros. Em outras palavras, o BC está em um dilema. Tem, por um lado, inflação de dois dígitos, por outro, uma economia no vermelho. Levar a Selic a dois dígitos será um choque monetário sobre uma economia já combalida. (O Globo)

Apesar da divulgação do PIB, o Ibovespa ontem foi influenciado pela aprovação da PEC dos Precatórios no Senado e fechou em alta de +3,66% aos 104.466 pontos. Foi a maior alta diária do índice no ano. O dólar fechou em baixa de -0,19%, cotado a R$ 5,66. (InfoMoney)




O plenário do Senado aprovou ontem a PEC dos Precatórios por 64 votos a favor, incluindo de opositores ao governo, 13 contra e duas abstenções. Como o texto que veio da Câmara sofreu alterações, a PEC voltará a ser analisada pelos deputados. Numa manobra com grandes chances de ir parar no STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer fatiar a PEC, promulgando o que não foi mudado e discutindo as alterações no ano que vem. A medida eleva o teto de gastos e limita o pagamento anual de dívidas transitadas em julgado, abrindo espaço no Orçamento para gastos extras de R$ 106 bilhões e liberando recursos para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400. Para conseguir a aprovação, o relator Fernando Bezerra (MDB-PE) fez uma série de concessões, acatando emendas de partidos. (g1)

O Senado também aprovou a medida provisória que cria o Auxílio Brasil, mas com uma alteração na qual volta a permitir que famílias fiquem na fila de espera do programa. Isso porque o Senado voltou a atrelar o fim da fila à disponibilidade de recursos no Orçamento. Agora, a proposta seguirá para sanção do presidente Jair Bolsonaro. O novo programa de transferência de renda substitui o Bolsa Família, que atendia 14,7 milhões de famílias. O governo prometeu subir para 17 milhões de beneficiados em 2022. (Estadão)

A adesão dos senadores petistas à PEC foi alvo de críticas de adversários e constrangimento dentro da legenda. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) elogiou os “valorosos senadores” de seu partido por votarem contra e atacou os petistas: “O que eles falam no almoço não serve para o jantar.” (Globo)

Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) se disse surpresa com a adesão de cinco dos seis senadores da bancada ao projeto do governo. “Não entendi nada, o partido sempre foi contra”, afirmou. (CNN Brasil)




Pré-candidato do Podemos ao Planalto, o ex-ministro Sérgio Moro atingiu abaixo da linha de cintura seu adversário direto, Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista a uma rádio do Paraná, Moro afirmou que o presidente comemorou a soltura do ex-presidente Lula (PT) em novembro de 2019, após o STF mudar seu entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância. “Na verdade, o que a gente sabia é que o Planalto, o presidente, comemorou quando o Lula foi solto em 2019 porque ele entendia que aquilo o beneficiava”, disse o ex-juiz da Lava-Jato. Moro lembrou que Bolsonaro mandou o filho Carlos apagar um tuíte criticando a decisão do Supremo. A resposta do presidente veio ontem mesmo em sua live semanal. “É um papel de palhaço, um cara sem caráter. Mentiroso deslavado”, foram alguns dos adjetivos de Bolsonaro sobre o ex-auxiliar. Ele, claro, negou ter celebrado a libertação de Lula. (UOL)




Em resposta às críticas por sua suposta inação quanto aos resultados da CPI da Pandemia, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse ontem ter aberto seis investigações preliminares sobre crimes de que o presidente Jair Bolsonaro é acusado, além de outras autoridades com foro privilegiado. Algumas acusações já são alvo de ações no STF, como as irregularidades na compra, depois cancelada, da vacina indiana Covaxin. (Globo)




Aprovado pelo Senado na quarta-feira, o futuro ministro André Mendonça tomará posse no STF no próximo dia 16, anunciou ontem o presidente da Corte, Luiz Fux, com quem Mendonça se reuniu pela manhã. E ele chega já com cerca de 900 processos a sua espera, e pelo menos dois deles são cascudos. Mendonça será relator, por exemplo, do recurso do Patriota contra o veto pelo STF à prisão após condenação em segunda instância e da ação movida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que o indicou ao cargo, contra o bloqueio de perfis e blogs bolsonaristas por disseminarem conteúdo antidemocrático. (g1)




Meio em vídeo. Ciro Gomes tem o caminho mais difícil para chegar ao segundo turno de todos os candidatos “nem Lula, nem Bolsonaro”. Por outro lado, ele tem um projeto com detalhes que nenhum outro tem. É um bom projeto? Depende de como você enxerga o mundo. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)

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