Câmeras no uniforme para travar o gatilho fácil da polícia brasileira |
Ação policial recente deixou nove mortos em São Gonçalo (RJ). Mais de 6.400 brasileiros morreram em 2020 nas mãos de agentes, o triplo de 2013 |
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A fila em frente à bilheteria do teatro instalado dentro de um shopping em Recife aumentava no fim de tarde de sábado à medida em que o sol se escondia do outro lado de uma área de manguezal, próxima ao centro antigo da cidade. O ex-juiz Sérgio Moro foi recepcionado por uma plateia fervorosamente devota à figura do magistrado que fez fama e carreira política ao desvendar um esquema de corrupção que deu origem à operação Lava Jato, conta Flavio Freire. Antes de ser anunciado, Moro observou o clima por entre as cortinas pretas. Iria apresentar sua biografia, e também sondar o terreno de um de seus principais rivais na corrida presidencial: o Nordeste. Moro foi aplaudido de pé por cerca de cinco minutos assim que apareceu de blazer e sem gravata. Enquanto citava trechos do livro, Moro parecia cada vez mais à vontade diante de cerca de 700 pessoas declaradamente seus eleitores. O EL PAÍS conversou com dezenas deles, todos, sem exceção, revelaram a condição de ‘bolsonarista arrependidos’. Moro ensaia agora o contato com o povo na rua “o quanto antes”, como contou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), no papel de anfitrião de Moro em Recife. Nesta edição, a correspondente Naiara Galarraga Gortázar conta como o Brasil, seguindo na esteira dos Estados Unidos e de outros países, começa a colocar câmeras nos uniformes de seus agentes policiais na tentativa de reduzir a letalidade. É fresca na memória a operação policial em uma favela da região metropolitana do Rio de Janeiro em novembro, os corpos de nove moradores encontrados em uma área de mangue de São Gonçalo após um tiroteio com traficantes de drogas. Mas o gotejar de mortes por disparos de agentes, em serviço ou de folga, é tão cotidiano que costuma passar despercebido. No calor do discurso de linha dura, o número de vítimas aumentou até o recorde atual (6.400 mortos em 2020, são 17 por dia, na maioria jovens negros). Os primeiros resultados da Polícia Militar do Estado de São Paulo indicam redução significativa de vítimas. E o mundo continua acompanhando os passos da variante ômicron do coronavírus. É “uma espécie de Frankenstein”, nas palavras da virologista Inmaculada Casas. Apresenta mais de meia centena de mutações, 36 delas concentradas na espícula, a proteína que usa como chave-mestra para invadir as células humanas. Os anticorpos —as defesas humanas geradas por uma vacina ou por uma infecção prévia— sabem reconhecer a espícula do coronavírus original de Wuhan e anulá-la. O grande temor é que as inúmeras mutações na espícula da ômicron despiste esses anticorpos, diminuindo a eficácia das vacinas. Um estudo preliminar da Universidade de Stellenbosch (África do Sul) sugere que, em comparação a variantes anteriores, como a delta (hoje dominante no planeta), a ômicron tem o triplo de capacidade de reinfectar pessoas que já tiveram covid-19, explicam os repórteres Manuel Ansede, Mariano Zafra e José A. Álvarez. Na Colômbia, uma onda de indignação não para de crescer no futebol desde sábado, quando, no último suspiro de uma partida decisiva da segunda divisão, os zagueiros do Llaneros ficaram plantados em campo enquanto o Unión Magdalena marcava aos 45 minutos do segundo tempo o gol com o qual selou uma suspeita reviravolta que valia a subida para a primeira divisão. A Associação Colombiana de Futebolistas Profissionais pediu uma investigação, jogadores da seleção nacional demonstraram indignação e até o presidente Iván Duque considerou o fato “uma vergonha nacional”, relata Santiago Torrado. |
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