domingo, 12 de dezembro de 2021

Brasil esquece promessas da COP26 e abre a porteira ao garimpo na Amazônia

 

Brasil esquece promessas da COP26 e abre a porteira ao garimpo na Amazônia
General Heleno autoriza exploração na região mais protegida da floresta. “O Governo levou um Brasil que não existe à COP26”, critica Greenpeace
Brasil esquece promessas da COP26 e abre a porteira ao garimpo na Amazônia

EL PAÍS






“Inaceitáveis”, definiu o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, ao comentar os dados sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, o maior em 15 anos. Na esteira da COP26, a entrevista coletiva concedida por Leite ao lado do chanceler Carlos França na última semana de novembro, para responder sobre o aumento de 22% na área desmatada, marcou uma mudança no discurso ambiental do Governo Bolsonaro —de onde nunca tinha saído um único lamento sobre o assunto. Semanas depois de se dizerem “surpreendidos” pelos dados, no entanto, os condutores do Governo seguem agindo da mesma forma como nos últimos três anos. Neste momento, uma ação coordenada entre o Palácio do Planalto, a bancada ruralista no Congresso Nacional e mineradores faz quatro projetos de lei correrem a toda velocidade para alterar normas de proteção ambiental no país, conta Afonso Benites. Além disso, o braço militar da Gestão, refletido na figura do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, autorizou o início de projetos de exploração de ouro em sete áreas na região florestal mais protegida da Amazônia.

Mais ao sul do país, os quatro réus no caso do incêndio da boate Kiss foram condenados pelo tribunal do júri, por homicídio com dolo eventual, a penas que somam 78 anos de prisão. Seriam conduzidos à prisão logo após a leitura da sentença, mas um habeas corpus preventivo concedido a um dos acusados evitou que fossem imediatamente encarcerados. Ao final dos 10 dias de julgamento, o juiz Orlando Faccini Neto enfatizou a necessidade de penas para sinalizar que a sequência de erros que levou à tragédia não deve se repetir. “Esta vitória não é nossa, é da população. Que sirva de lição a alguns empresários, para que tomem tento e saibam que, se falharem, poderão ser punidos. Que sirva de exemplo para que esta tragédia da Kiss nunca mais se repita”, disse Flávio da Silva, um dos líderes da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, após o anúncio do veredito, relata Marcelo Soares.

Do mundo arqueológico, vem a notícia de uma crucificação. Ninguém sabe qual era o seu nome, por isso os arqueólogos o tratam pela fria denominação de Esqueleto 4926, um dos 48 corpos (sendo 5 de crianças) achados em novembro de 2017 durante a escavação de um terreno na localidade de Fenstanton, no condado de Cambridgeshire (Inglaterra), para a construção de um condomínio residencial. Agora, a revista British Archaeology revelou que essa pessoa foi crucificada há 1.900 anos e que inclusive conserva o prego que atravessou seu calcanhar direito, o que faz dessa, segundo os arqueólogos, “a melhor evidência física de uma crucificação no mundo romano”, escreve Vicente G. Olaya. Trata-se, além disso, de um dos escassos torturados que conservam a presilha metálica pontiaguda que atravessou seu pé, porque estas peças de ferro eram retiradas após a cruel morte do condenado, por se considerar que possuíam propriedades mágicas ou curativas.

Na pauta cultural, o avanço dos animes. Há um mês, a Netflix apresentou ao mundo sua adaptação do anime cult Cowboy Bebop, um western espacial com nuances jazzísticos exibido pela primeira vez em 1998. Está longe de ser um lançamento pontual: dias antes, a plataforma já havia apresentado o elenco para a adaptação de One Piece, um dos animes mais bem-sucedidos e antigos —no ar desde 1999. Embora as séries de animação japonesas sempre tenham estado por aí, inclusive mesmo antes de Os cavaleiros do zodíaco (1986), a aposta em levar às grandes audiências conteúdos relacionados aos animes se intensificou desde o confinamento pela pandemia, explica Raúl González. Em 2020, segundo dados da Netflix, mais de 120 milhões de lares viram algum conteúdo de anime nesta plataforma. No mesmo ano, a empresa se associou a quatro das mais importantes produtoras de animação —MAPPA, ANIMA & COMPANY, Science SARU e Studio Mir— para explorar novas histórias e formatos de entretenimento.



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