Especial | Três vidas em perigo |
No Brasil da impunidade, uma juíza, um ativista e um jornalista são jurados de morte. Esta é a história deles, que vivem como reféns |
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A morte da juíza Joana Sarmento de Matos, da Vara de Execuções Penais de Boa Vista, em Roraima, foi decretada pelo Primeiro Comando da Capital de dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. A ordem foi encontrada rabiscada na tampa de um marmitex apreendido durante uma revista nas celas. O agricultor Cosme Capistano da Silva é o próximo de uma lista de alvos que circula nas mãos de pistoleiros da região de Boca do Acre, no Amazonas, onde se mata ou morre por alguns hectares —os dois nomes anteriores da lista já foram assassinados. Já para o jornalista Vinicius Rosa Lourenço, de Magé, na Baixada Fluminense, o ataque veio sem aviso ou ameaça prévia, na forma de um atentado a tiros. Apesar de estarem sob risco constante, eles insistem em continuar lutando em um país no qual a diferença entre a vida e a morte pode estar em uma sentença, manchete de jornal ou na luta pela terra. Nesta reportagem especial, assinada por Gil Alessi, o EL PAÍS conta a história destas três pessoas que pagam um alto preço por cobrarem justiça. A reportagem é acompanhada ainda de um podcast, o novo capítulo do canal O Brasil por EL PAÍS, que te convidamos para escutar. O jornalista Marcelo Soares estava em Porto Alegre quando em 27 de janeiro de 2013 a boate Kiss pegou fogo, em Santa Maria, a 290 quilômetros da capital gaúcha. Ele trabalhava para a Folha de S.Paulo, e foi um dos primeiros repórteres de um veículo nacional a chegar ao local, onde passou uma semana contando sobre o drama vivido por vítimas e familiares. Agora, quase nove anos depois do crime que deixou 242 mortos, a maioria jovens, e 636 feridos, ele volta à tragédia para contar sobre o julgamento que, finalmente, pode responsabilizar os culpados pelo incêndio. Com um ensaio do fotógrafo Marcio Pimenta, ele conta como os familiares revivem o trauma e enfrentaram o luto nos últimos anos. Na única entrevista dada a um veículo estrangeiro
desde que foi eleita para ocupar uma das cadeiras da ABL, a atriz
Fernanda Montenegro fala ao EL PAÍS sobre sonhos, a distância dos palcos
sobre a pandemia, planos para o retorno e a finitude da vida. “Sentirei
saudade. Gostaria de levar comigo a minha memória, emociona-se a atriz
de 92 anos ao repórter Vagner Fernandes. "Tudo já é meio uma despedida
para mim. Uma hora acaba. Não tem jeito.” |
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