MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

As manchetes dos jornais nesta terça, 18, tratam de assuntos diversos que vão do apoio popular à adoção do passaporte da vacina, ao aumento exorbitante das tarifas de energia, bem como os impactos da nova onda da pandemia na Covid. Na política, as movimentações de Bolsonaro e Lula, além dos reveses de Sérgio Moro são alguns dos destaques.

Eis os destaques dos principais diários — Folha: ‘Passaporte da vacina’ tem apoio de 81% da população. Estadão: Em 7 anos, conta de luz sobe mais do que dobro da inflação. O Globo: Ômicron gera temor de escassez de produtos e inflação. Valor: Programas de recompra de ações crescem 44% em 2021.

Na cobertura sobre Brasil na imprensa internacional, os maiores destaques são sobre os 48.520 novos casos de coronavírus e 175 mortes, que ganha despacho da Reuters. Já a Associated Press relata que a Ômicron ataca hospitais da América do Sul enquanto trabalhadores adoecem. “A variante que começa a se espalhar pela América do Sul está pressionando os hospitais, deixando as instalações com falta de pessoal para lidar com a terceira onda”.

Na imprensa nacional, Valor reporta que vírus se propaga no Brasil, que ainda enfrenta a falta de testes. “Há risco da falta generalizada de materiais, medicamentos e até de oxigênio, levando à superlotação dos hospitais”, diz presidente do SindHosp. O jornal diz que especialistas estimam que os casos recuarão em fevereiro. “Se a gente observar outros países onde a onda de ômicron começou antes, essa onda dura aproximadamente de 20 a 40 dias para atingir o seu pico, média de 25 dias”, diz o infectologista Julio Croda.

FUNCIONALISMO

Um dos assuntos do dia é o protesto promovido por 50 categorias do funcionalismo público federal, pedindo reajuste de salários. Folha noticia que Bolsonaro ignora cálculo político básico em novela de reajuste de servidor e aponta que a ameaça de paralisação no funcionalismo reflete limitações do governo e custo de aposta em base fiel. Sindicatos querem reajuste de até 28%. O jornal lembra que, em 2015, greve no funcionalismo paralisou aulas e atrasou benefícios do INSS.

REFORMA TRABALHISTA

Jornais repercutem a defesa de Bolsonaro da reforma trabalhista feita no governo Michel Temer (MDB) e afirmou que ela não retirou direito dos trabalhadores. A fala de Bolsonaro ocorre em meio às sinalizações de Lula de que, em caso de retorno ao Palácio do Planalto, pretende rever pontos da legislação aprovada em 2017. “O governo Temer fez uma pequena reforma trabalhista, não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma trabalhista do Temer retirou direitos do trabalhador”, declarou Bolsonaro.

Na economia, vale repercutir a reportagem do Estadão, apontando que a conta de energia elétrica sobe mais do que o dobro da inflação em 7 anos. “Estudo da Abraceel mostra alta de 114% para os consumidores – que não deverão ter alívio nos próximos 3 anos, conforme especialistas”, alerta. Segundo o jornal, além das correções anuais nas tarifas, os últimos anos têm sido marcados pela criação de novos encargos e custos diretamente repassados para os consumidores.

LULA

Sobre as movimentações do ex-presidente, Fernando Brito comenta, no Tijolaço, em artigo intitulado Lula não tem dono, senhores: “Lula não terá um ‘Posto Ipiranga’ nem um ‘teórico de esquerda’ como seu Ministro da Economia, terá um nome que lhe garanta um período de bonança política no setor, para que possa dedicar os primeiros meses do governo a uma reversão do quadro de crise em que a economia está mergulhada”.

Em artigo na Folha, Guilherme Boulos diz que apoia Lula, mas não Alckmin. “Precisamos derrotar também a agenda de retirada de direitos”, justifica. “Nesta semana completam-se dez anos do massacre do Pinheirinho. Em 2012, a polícia de São Paulo executou uma operação de guerra para despejar milhares de famílias em São José dos Campos”.

Estadão também registra que aliança entre Lula e Alckmin sofre críticas de quadros do PT e PSOL. Além de lideranças do partido como Luiz Marinho e Rui Falcão, aliados históricos como Boulos e Juliano Medeiros se manifestaram publicamente contra a aproximação.

Em nota, Painel da Folha informa que José Dirceu diz que união com Alckmin ajudaria a frear reação golpista de Bolsonaro após derrota. O ex-ministro é um dos principais defensores no PT da aliança de Lula com o ex-tucano. Dirceu tem afirmado que a chegada de Alckmin ajudaria a formar um bloco de resistência democrática mais sólido, que poderia fazer com que o presidente ou seus aliados desistissem de movimentos antidemocráticos.

O Globo noticia que Alberto Cantalice, membro do diretório nacional do PT e diretor da Fundação Perseu Abramo, usou as redes sociais para criticar o tom da entrevista de Rui Falcão contra uma possível aliança entre o Lula e Alckmin. “Aqueles que defendem chapa pura de Lula perderam a noção de correlação de forças no Brasil ou querem lacrar”. O petista foi alvo de críticas da militância.

Na Folha, reportagem de Monica Bergamo anuncia que Justiça arquiva caso que liga Lulinha a supostos repasses ilegais da Oi. “Juíza endossa parecer do MPF, que apontou falta de ‘elementos indiciários de prática criminosa’”, reporta. A Justiça Federal da 3ª Região arquivou na segunda-feira o inquérito que investigava o empresário Fábio Luís Lula da Silva por supostos repasses ilegais da Oi às empresas do grupo Gamecorp.

Em artigo com ataques ao PT, na Folha, o ministro Ciro Nogueira, acusa o partido de querer discutir tudo para não discutir o PT. “Objetivo é emular Boric: radicalizar no primeiro turno e moderar no segundo”, escreve. “Para não discutir as suas cicatrizes, que não se resumem às condenações do ex-presidente Lula. A proliferação de escândalos na era PT não pode ser agora empacotada de forma simplista como obra do ‘Departamento de Estado americano’”.

Painel da Folha lembra que os 20 anos do assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), são tema de documentário que está sendo finalizado pelo cineasta Marcelo Felipe Sampaio. O petista foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto dois dias depois. Assassinato foi mencionado por Bolsonaro; adversários dizem que caso está na origem de mensalão e petrolão.

Outra nota lembra que o marco de 10 anos da desocupação do Pinheirinho assombra flerte do PT com Alckmin. “Ex-tucano era o governador de SP quando ação marcada por denúncias de abusos foi deflagrada”, lembra. Segundo a coluna, o partido já começa a ser cobrado por aliados e apoiadores para explicar o flerte com o ex-tucano.

O Globo noticia que presidente do PT no Rio admite possibilidade de candidatura própria e diz que Marcelo Freixo precisa ampliar apoios. João Maurício de Freitas avalia que sigla precisa discutir como assegurar apoio ao parlamentar, por exemplo, entre os evangélicos. O jornal carioca ainda relata que PT tenta atrair Boulos para chapa em São Paulo, mas PSOL resiste a abrir mão de candidatura. Proposta envolve apoio a Fernando Haddad para o governo paulista em troca de unidade na eleição para a prefeitura em 2024 com apoio do PT ao candidato psolista.

BOLSONARO

O Globo destaca que, sob pressão, Bolsonaro ‘recicla’ estratégia de 2018, centra ataques em Lula e reforça acenos a conservadores. “Defesa da reforma trabalhista e promessa de veto à liberação dos jogos de azar, caso a proposta seja aprovada no Congresso, fazem parte da aposta do presidente para reverter reprovação”, resume.

Em reportagem, Folha noticia que Bolsonaro sabia de investigação contra Flávio antecipadamente, indica Weintraub. “Ex-ministro afirma que presidente comunicou equipe sobre o caso antes de investigação vir a público”, relata. A informação corrobora relato do empresário Paulo Marinho (PSDB) sobre o suposto vazamento da apuração. Weintraub relatou, durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda, no domingo, ter participado de reunião em novembro de 2018 em que Bolsonaro tratou das denúncias. O relatório do Coaf com movimentações financeiras atípicas de Queiroz, origem do escândalo da rachadinha, só veio a público no mês seguinte, em reportagem do Estadão.

Na Folha, Cristina Serra repercute reportagem de Jamil Chade e Lucas Valença, no UOL, mostrando as tratativas do “gabinete do ódio” para adquirir tecnologias de espionagem israelense. Uma das empresas procuradas, que atende pelo sugestivo nome de DarkMatter (em português significa "matéria escura"), desenvolveu dispositivos que podem invadir computadores e celulares, mesmo com os aparelhos desligados. “É a campanha do ódio em ação”, alerta. “Táticas usadas na campanha de 2018 serão agora brincadeira de criança”.

Em reportagem, Estadão noticia que Centrão deve se opor a candidatos bolsonaristas em ao menos cinco estados. Partidos como PL, Republicanos e Progressistas resistem a endossar candidatos alinhados ao Planalto em São Paulo, Pernambuco, Piauí, Ceará e Maranhão. Nesses estados, líderes e parlamentares de partidos aliados que são o tripé de sustentação do governo, resistem a romper com adversários do Planalto e traçam saídas para manter espaços com PT ou PSDB. O Globo informa que em live, ex-ministros de Bolsonaro atacam aliança com Centrão.

BRASIL NA GRINGA

Reportagem do Washington Post resgata a história do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro: Mais africanos escravizados chegaram às Américas através deste porto do que em qualquer outro lugar. Por que tão poucos ouviram falar? “O cais tem sido apontado como o local mais importante associado à chegada de africanos escravizados às Américas”, escreve o correspondente Terrence McCoy. “Os promotores no Brasil acusam o governo de negligenciar sua responsabilidade de preservá-lo e desenvolvê-lo”.

O espanhol El Mundo traz ampla reportagem sobre o cérebro, tendo como principal fonte o neurocientista brasileiro Miguel Nicolélis. Por que nosso cérebro é o computador mais poderoso já criado: "A inteligência artificial não é inteligente nem artificial". Nicolelis desafia os profetas da revolução digital e elogia a capacidade sem precedentes da mente humana para resolver problemas. “As máquinas podem transformar humanos em zumbis moderadamente inteligentes”, diz.

INTERNACIONAL

Na manchete principal do New York Times o assunto é a baixa histórica de nascimentos na China, um problema político para Pequim. “A crise demográfica, um desafio para a economia, também sinaliza um limite ao alcance do governo, que tem lutado recentemente para aumentar a população”, informa.

Washington Post coloca em destaque na capa que democratas dos distritos que precisam de reinicialização no meio do mandato pressionam liderança para acabar com o projeto de gastos do presidente Joe Biden. “Argumentam – até agora, sem sucesso – que a votação de medidas restritas, como reduzir custos de medicamentos prescritos e estender o crédito fiscal para crianças, ajudaria os democratas a argumentar que podem melhorar a vida dos eleitores”, relata.

Wall Street Journal repercute em manchete que a China procura amortecer o golpe da dor econômica à medida que o impulso diminui. “Os líderes do país esperam poder colocar um piso na economia, que cresceu 4% no quarto trimestre do ano passado, o ritmo mais lento desde o início da recuperação da Covid-19”, informa.

O chinês Global Times dá manchete de primeira página para a declaração do presidente Xi Jinping, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Xi disse que nenhuma ‘contracorrente’ pode parar a tendência da globalização. Ele fez seu primeiro grande discurso no evento global, onde emitiu advertências severas contra atos de contenção, confronto e repressão, bem como práticas de hegemonia e intimidação. Ao mesmo tempo, ele fez apelos a esforços globais para buscar a coexistência pacífica e resultados em que todos ganham.

Xi também pediu esforços conjuntos para derrotar a pandemia e promover uma recuperação estável da economia mundial, à medida que o mundo continua enfrentando uma pandemia de Covid-19 ainda em fúria. Ele pediu a distribuição equitativa de vacinas, vacinação mais rápida, bem como a continuação da globalização econômica, enfatizando que o protecionismo e o unilateralismo não podem "proteger ninguém".

Outro destaque no NYT é a decisão da Rússia de reduzir sua embaixada na Ucrânia, uma possível pista para o próximo passo de Vladimir Putin. Segundo o jornal, a lenta evacuação pode ser parte propaganda, parte preparação para um conflito ou parte simulação, dizem autoridades ucranianas e norte-americanas. Pode ser os três.

O New York Times destaca ainda a decisão do presidente do México Manoel López Obrador de buscar independência energética e comprar uma refinaria de petróleo do Texas. “Obrador quer interromper a maior parte das exportações de petróleo e das importações de gasolina e outros combustíveis”, relata. “Críticos dizem que ele está renegando os compromissos do México com a mudança climática”.

Na imprensa inglesa, The Guardian destaca em manchete a acusação de ex-assessor do governo de que o principal secretário particular de Boris Johnson, que organizou a festa com bebidas, tenha ido em frente “sem verificar” com primeiro-ministro. Dominic Cummings aparece ainda no Times, acusando Johnson de mentir ao Parlamento sobre as festas de Downing Street, dizendo que o primeiro-ministro havia sido avisado sobre a reunião com bebidas durante o bloqueio.

El Mundo traz entrevista com o economista Thomas Piketty, que elogia a ministra do Trabalho da Espanha. “Yolanda Díaz é um exemplo para a França: a esquerda pode governar em conjunto”, aponta. Ele é um dos maiores especialistas em desigualdade. Piketty alerta que uma corrida para o fundo em impostos entre regiões é perigosa e que, além disso, incentiva a independência da Catalunha.

AS MANCHETES DO DIA

Folha: ‘Passaporte da vacina’ tem apoio de 81% da população

Estadão: Em 7 anos, conta de luz sobe mais do que dobro da inflação

O Globo: Ômicron gera temor de escassez de produtos e inflação

Valor: Programas de recompra de ações crescem 44% em 2021

BBC Brasil: Águas de 'Caribe amazônico' ficam turvas em meio a alta no garimpo no Pará

UOL: Sem imunizantes, capitais não têm como estender vacinação de crianças

G1: Vale-gás começa a ser pago hoje; veja calendário e quem tem direito

R7: Pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 e do Auxílio Gás começa nesta terça-feira (18)

Luís Nassif: O Estadão reedita o “boimate” para atacar o Prerrogativas

Tijolaço: Lula não tem dono, senhores

Brasil 247: Aliança com Alckmin pode ajudar a conter ímpeto golpista de Bolsonaro em caso de derrota, avalia José Dirceu