A semana começa quente na política, com a Folha trazendo entrevista do comandante da Aeronáutica fazendo um claro aceno ao ex-presidente Lula: Militares obedecerão a Lula ou qualquer outro. É a manchete do jornal. Já o Estadão destaca o aumento da miséria: Crise joga famílias nas ruas e barracas se espalham por SP e O Globo mostrando a nova realidade da classe média sob Bolsonaro: Custo de manter carro no Brasil dobra em sete anos. Já o Valor destaca a possibilidade de novos negócios: Projetos de portos privados devem atrair R$ 9,5 bilhões. A entrevista de Batista Júnior, anunciando que os militares vão prestar continência a Lula ou
a qualquer outro e em que nega ser o chefe militar mais bolsonarista,
surpreende pela tentativa das Forças Armadas de se reposicionarem diante
das eleições. Na entrevista, o comandante fala sobre a CPI, Covid e Embraer. O tenente-brigadeiro-do-ar Ainda na política, outro destaque na Folha é como o Planalto tratou de promover a blindagem de Bolsonaro às emendas parlamentares. O jornal avalia que o gesto consagra o domínio do centrão sobre Orçamento em ano eleitoral. “Vetos de Bolsonaro pouparam R$ 16,5 bilhões reservados para emendas de relator”, relata. O presidente vetou R$ 3,2 bilhões em despesas de custeio e investimentos de ministérios, atingindo verbas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), de combate a incêndios florestais, entre outros. LULA Financial Times destaca na edição desta segunda-feira sobre a sucessão presidencial no Brasil. Brasileiros se perguntam qual Lula dará um passo à frente. “Veterano de esquerda deve concorrer novamente e busca-se pistas sobre suas prioridades”, relata. A reportagem é de Michael Pooler e Carolina Ingizza. Antes da eleição presidencial em que é o favorito para vencer pela terceira vez, Lula diz que uma maneira de resolver os problemas do Brasil é “colocar os pobres no orçamento” e “tributar os ricos”. “O homem conhecido como Lula deixou claro em comentários a repórteres neste mês que sua prioridade era combater a desigualdade em vez de se ater a uma regra que limita os gastos públicos”, resume. Além dos slogans, estão surgindo pistas sobre o que o veterano esquerdista pode ter reservado para a maior economia da América Latina, que sob o governo de extrema-direita Jair Bolsonaro está nas garras da inflação de dois dígitos e enfrenta uma possível estagnação em 2022. “Ele e o PT lançaram planos para aumentar o investimento público, interromper as privatizações, fortalecer as leis trabalhistas e aumentar a renda. Tudo isso sustentado por um papel maior para o governo”, diz a reportagem. Folha relata que Lula intensifica negociação com PSD diante de hesitação de Pacheco. “Presidente do Senado deu sinais de que pode desistir de disputar o Planalto, e petistas veem brecha para aliança no primeiro turno”, resume o jornal. O PT decidiu fazer novas investidas pelo apoio do PSD ao ex-presidente Lula ainda no primeiro turno da campanha. Integrantes do PT se mostram dispostos a abrir negociações que podem envolver o apoio do partido ao PSD em estados estratégicos (como Minas Gerais) e a reeleição de Pacheco na presidência do Senado — além da vaga de vice na chapa de Lula. Painel da Folha noticia que aliados do ex-governador de São Paulo têm saído dos encontros com Geraldo Alckmin sem dúvidas de que ele será o vice de Lula. “Ainda que não explicite as intenções, ex-tucano só trata de temas nacionais e de articulações partidárias”, aponta a nota. Em outra nota, a coluna diz que uma reunião marcada para esta segunda-feira pode selar um racha na base de Flávio Dino (PSB) no Maranhão, situação que é acompanhada com preocupação pelo ex-presidente Lula. Dino tem dito que apoiará o vice, Carlos Brandão (PSDB), como sucessor. Isso deve fazer com que o senador Weverton Rocha (PDT), que esperava o apoio do governador, deixe o grupo e lance candidatura própria. Na última semana, Lula recebeu Dino e Rocha em São Paulo. DILMA No Globo, Malu Gaspar escreve que Dilma avisou a Lula que vai defender seu governo e não pretende se esconder na campanha. Escreve a colunista: “foi claro e direto o recado que Dilma passou a Lula e ao PT, na conversa que tiveram em São Paulo, no último dia 13: ainda que o partido possa querer escondê-la na campanha, a ex-presidente vai defender o próprio governo publicamente sempre que julgar necessário”. ELEIÇÕES 2022 Folha informa que o contrato de Moro com consultoria Alvarez & Marsal dos Estados Unidos pode gerar questionamento da Receita Federal. “Contratação de ex-juiz como pessoa jurídica no Brasil permitiu reduzir impostos”, reporta. Segundo o jornal, ao revelar detalhes de sua relação com a consultoria Alvarez & Marsal, Moro abriu o flanco para questionamentos da Receita sobre a maneira como seus rendimentos foram pagos nos meses em que trabalhou para os americanos, antes de entrar na corrida presidencial. No Tijolaço, Fernando Brito aponta que contratantes de Sérgio Moro tinham 13 CNPJ para escolher. As duas empresas só se diferenciam na contabilidade, porque têm o mesmo endereço, funcionam na mesma sala e têm o mesmo “diretor-presidente”. “Está apenas começando, Dr. Moro e a matéria na Folha de domingo sobre as complicações fiscais de usar a ‘Alvarez e Marsal’ brasileira para receber pelos serviços prestados nos Estados Unidos é café pequeno ante o que virá. Aparecerá a trajetória de ‘coveiros de empresas’ da gente com a qual você se meteu”, revela. Estadão destaca que o PSDB e João Doria fazem uma ofensiva para fechar federação partidária com o Cidadania. “Doria acena para terceira via e prevê eleições marcadas por ‘campanhas sujas’”. Em outra reportagem, o jornal diz que movimentos pró-impeachment de Dilma agora se dividem entre Bolsonaro e Moro. Estadão ainda noticia que o aceno de Tasso Jereissati a Simone Tebet reacende clima de prévias no PSDB e impõe desafio ao governador paulista. Já o Valor relata que a ministra Damares Alves está hesitando sobre concorrer ao Senado. Ela é cotada para concorrer ao parlamento por São Paulo ou pelo estado do Amapá e até mesmo ser vice na chapa de Bolsonaro, mas tem dito que gostaria de assumir a Funai. Damares foi convidada pelo próprio presidente a disputar as eleições este ano. BRASIL NA GRINGA Wall Street Journal publicou reportagem no sábado noticiando que cidades mineiras vivem com medo de outro colapso mortal da barragem. “Mais de 460 famílias no sudeste do Brasil foram evacuadas de suas casas; a poluição do rio local afetou pescadores, agricultores e tribos indígenas; e os hotéis próximos estão em crise”, escreve a correspondente Samantha Pearson. Reportagem especial no Financial Times aborda a batalha que o Brasil enfrenta contra o Covid, que inclui até mesmo os remédios charlatães. “A desinformação sobre remédios, semeada por funcionários e alimentada pelas mídias sociais, teve consequências terríveis para a saúde pública no país”, diz o texto. No Le Monde, reportagem mostra moradores das favelas cariocas preocupados com a implantação da polícia em seus becos: “Entram ilegalmente, quebram, roubam”. “O governador do Rio, que pretende ser reeleito nas eleições de outubro, ordenou que as forças de segurança investissem os bairros populares. Uma operação decidida sem consultar a população local, que já acusa os recém-chegados de abusos e atos de violência”, escreve a correspondente Anne Vigna. Em sua edição dominical, o espanhol El País fala sobre a volta da fome sob Bolsonaro: o pesadelo de dormir sem jantar volta ao Brasil. “A fome volta ao debate político enquanto 57 milhões de cidadãos estão desnutridos devido à crise, à pandemia e ao corte em programas sociais”, denuncia Naiara Galarraga Gortázar. As fortes chuvas que desabaram sobre São Paulo ganham destaque na imprensa alemã. O diário Frankfurter Allgemeine Zeitung noticia que inundações severas tiram muitas vidas. “Após
fortes chuvas no Brasil, enchentes e deslizamentos de terra no estado
de São Paulo mataram dezenas de pessoas. O governador prometeu ajuda
emergencial de cerca de US$ 2,79 milhões”. Houve pelo menos 18 mortos em deslizamentos de terra e inundações.
INTERNACIONAL New York Times destaca em manchete que eleitores negacionistas estão fazendo campanha para supervisionar as próximas eleições, enquanto negam a última. “Candidatos descaradamente partidários que insistem que Donald Trump venceu as eleições de 2020 estão transformando as corridas para o cargo de secretário de Estado, antes obscuro”, informa. O NYT também destaca na primeira página os conselheiros russos linha-dura que têm aconselhado o presidente da Rússia, Vladimir Putin. “Três oficiais de segurança reacionários dedicados aos ‘valores tradicionais’ e à restauração da glória soviética terão destaque na decisão de invadir a Ucrânia”, aponta o jornal. Washington Post coloca na manchete de primeira página que estados liderados por republicanos correm para aprovar leis antiaborto antes que a Suprema Corte decida sobre Roe. “Legisladores em pelo menos 29 estados, antecipando um novo cenário legal, apresentaram medidas para restringir o aborto”, noticia. WP ainda dá atenção especial ao ensino: a educação pública enfrenta uma crise de proporções épicas. “Como a política e a pandemia colocam as escolas na linha de fogo”, reporta. “Os resultados caíram e a violência aumentou. Os pais estão gritando com os conselhos escolares e as crianças estão chorando nos sofás dos assistentes sociais. A raiva está aumentando. A paciência está caindo”. “Para as escolas públicas, os números estão todos indo na direção errada. A inscrição está baixa. O absenteísmo está em alta. Não há professores, substitutos ou motoristas de ônibus suficientes. Cada fase da pandemia traz uma nova logística para gerenciar, e os republicanos estão planejando campanhas políticas este ano voltadas diretamente para as falhas das escolas públicas”, relata o Post. A educação pública está enfrentando uma crise diferente de tudo em décadas, e atinge quase tudo o que os educadores fazem. Os principais jornais do mundo destacam a vitória dos socialistas em Portugal. O PS surpreende e obtém maioria absoluta, esmagando o Bloco e o Partido Comunista Português. Diário de Notícias destaca a crise de liderança no PSD e no CDS. Voto útil à esquerda concentra votos no PS, que conquista a segunda maioria absoluta da sua história. Bloquistas e comunistas são esmagados, mas os comunistas voltam a estar à frente do bloco em número de deputados: seis contra cinco. Na manchete do Wall Street Journal o assunto é o acordo fechado pela a Elliott e Vista para comprar a Citrix Systems. A Elliott Management e a Vista Equity Partners estão perto de um acordo para pagar US$ 104 por ação, ou cerca de US$ 13 bilhões, pela empresa de software, segundo pessoas a par do assunto. Já o Financial Times coloca no centro de sua cobertura o alerta do maior fundo de riqueza do mundo: inflação 'permanente' afetará retornos. “Ações e títulos sofrerão com o aumento acentuado das taxas se tornar uma característica duradoura da economia, diz chefe do fundo de petróleo norueguês”, noticia. Nicolai Tangen sugere alta demanda por bens e serviços, interrupções persistentes nas cadeias de suprimentos e preços mais altos em itens como alimentos, frete e energia atingirão títulos e ações “para o próximos anos”. |
AS MANCHETES DO DIA |
Folha: Militares obedecerão a Lula ou qualquer outro, diz líder da FAB Estadão: Crise joga famílias nas ruas e barracas se espalham por SP O Globo: Custo de manter carro no Brasil dobra em sete anos Valor: Projetos de portos privados devem atrair R$ 9,5 bi BBC Brasil: Sob novas regras, importação de armas de fogo bate recorde no Brasil UOL: Vacina leva média de internação de covid em enfermaria de 9 para 3 dias G1: Número de mortos por causa das chuvas no estado de SP sobe para 23 R7: Lesões por armas de fogo custam R$ 33 milhões ao sistema de saúde pública do Brasil em 2021 Luís Nassif: O desastre do mercado de trabalho em 9 anos Tijolaço: Contratantes de Moro tinham 13 CNPJ para escolher DCM: Forças Armadas acenam a Lula Rede Brasil Atual: Chuvas do fim de semana em São Paulo deixam ao menos 19 mortos Brasil de Fato: Agronegócio quer derrubar proibição do paraquate, agrotóxico que pode causar Parkinson e câncer Ópera Mundi: Projeções apontam vitória do Partido Socialista em Portugal Vi o Mundo: José Luís Fiori e William Nozaki: O fracasso e a incompetência dos militares Fórum: Comandante da FAB diz que militares vão prestar continência a Lula se ele for eleito Poder 360: Pfizer foi vacina mais usada em 6 meses Congresso em Foco: Propostas de alterações na lei antiterrorismo aumentaram durante a pandemia New York Times: Eleitores negacionistas buscam cargos do estado para certificar votos Washington Post: Uma corrida para aprovar leis que restringem o aborto WSJ: Citrix perto de fechar negócio Financial Times: Maior fundo de riqueza do mundo alerta que inflação 'permanente' afetará retornos The Guardian: Johnson tenta retomar o controle em meio a indignação do partido The Times: Assaltantes ficam impunes com apenas 5% dos casos resolvidos Le Monde: Que paisagem à esquerda, depois das primárias populares? Libération: Esquerda. E agora? El País: O maior dos grandes La Vanguardia: Os socialistas se reforçam em Portugal e alcançam a maioria absoluta Clarín: Fundo insiste: Argentina assumiu o compromisso de baixar subsídios de energia Página 12: Ausências Granma: Apostaram que a Revolução cairia, mas erraram com o povo de Cuba Diário de Notícias: Absoluta. Maioria de Costa esmaga blogo, PCP e abre crise no PSD Público: A maioria da surpresa absoluta: 41,7% Frankfurter Allgemeine Zeitung: Adulto? Não, obrigado! Süddeutsche Zeitung: Gerhard Schröder: administrador alemão do Kremlin Moskovskij Komsomolets: Putin perdeu a oportunidade de se encontrar com o presidente cazaque Tokayev em Pequim The Moscow Times: Kremlin critica ameaça britânica "alarmante" de confiscar propriedade de oligarcas Global Times: O discurso do Ano Novo Lunar chinês de Xi envia mensagem de confiança e bravura Diário do Povo: Xi estende saudações do Festival da Primavera a todos os chineses |
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