Morreu no fim da noite de ontem, nos EUA, o escritor Olavo de Carvalho, principal guru do movimento bolsonarista e que teve particular influência durante as eleições de 2018 e na primeira metade do governo. Ele tinha 74 anos e saúde debilitada. A família não divulgou a causa da morte, mas Olavo foi diagnosticado com covid-19 há dez dias e estava internado. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou. “Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país. Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros”, escreveu. Após atuar como astrólogo e disputar o comando de uma comunidade mística de orientação islâmica nos anos 1970 e 80, Carvalho se autodeclarou filósofo e passou a escrever artigos, cada vez mais voltados à extrema-direita, em jornais. Em 2005, já cercado por oficiais de Justiça, radicou-se nos EUA de onde começou a ministrar cursos on-line, ampliando sua base de seguidores. Seu discurso de permanente guerra contra algo que chamava “marxismo cultural” se encaixou como luva no bolsonarismo, e ele era elogiado pelo presidente e por seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Sua influência no início do governo era tanta que indicou dois ministros da Educação, Ricardo Vélez e Abraham Weintraub, além do ex-chanceler Ernesto Araújo. De temperamento beligerante, o escritor logo entrou em conflito com os militares e viu seus pupilos serem alijados do poder um por um. O último que ainda trabalha no Planalto, Filipe Martins, perdeu qualquer influência. Alternava entre afagos e ataques a Bolsonaro, especialmente após a entrada do Centrão no governo. Também criava polêmicas com celebridades, o que lhe custou condenações na Justiça. Com a pandemia, tornou-se prolífico difusor de notícias falsas sobre a covid-19 e militante antivacina. (Poder360)
Os vetos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Orçamento da União foram, na avaliação de especialistas, escolhas estritamente eleitorais. Enquanto o orçamento secreto e o fundo eleitoral foram mantidos inalterados, a fim de garantir o apoio da base aliada, o INSS sozinho sofreu um corte de R$ 1 bilhão. O apoio à Educação Básica perdeu R$ 379,8 milhões, e os hospitais universitários, importantes no combate à pandemia, terão menos R$ 100 milhões. “Do ponto de vista político, Bolsonaro escolheu um lado e isso é muito claro”, diz a professora de Economia do Insper Juliana Inhasz. Outra sinalização política foi a manutenção a verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste de servidores, incialmente apenas para a área de segurança. (Globo)
O texto sancionado por Bolsonaro cortou os investimentos federais ao menor nível da história, R$ 42,3 bilhões. O valor total do Orçamento é de R$ 4,73 trilhões, sendo R$ 1,88 trilhão para o refinanciamento da dívida pública federal. O governo priorizou recursos como o Auxílio Brasil (R$ 89,1 bi), além de blindar o fundo eleitoral e as verbas do RP-9, o célebre orçamento secreto. Além disso, há a previsão de R$ 1,7 trilhão para o teto de gastos. Do total de investimentos para 2022, 40% serão controlados pelo Congresso Nacional — leia-se, o Centrão. (Estadão)
Para o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator do Orçamento, alguns vetos são preocupantes e terão de ser analisados pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). “Os (cortes) que mais chamam atenção são na área de educação, que para nós não têm justificativa, e na área do trabalho, especialmente do INSS”, disse ele. O Congresso tem o poder de derrubar os vetos. (CNN Brasil)
José Paulo Kupfer: “A fotografia revelada no Orçamento sancionado por Bolsonaro, mostra Bolsonaro e o Centrão de olho grande nas eleições presidenciais e legislativas de outubro. Embora tenham sido preservados quase R$ 90 bilhões do Auxílio Brasil, que assegura benefício mínimo de R$ 400 mensais a vulneráveis, mas só até o fim deste ano, outras ações sociais e de sustentação da cidadania sofreram cortes. Um aperto nas despesas de custeio da máquina pública deverá se refletir em dificuldades para o cumprimento das tarefas do serviço público.” (UOL)
A ministra do STF Rosa Weber encaminhou ontem à Procuradoria-Geral da República uma notícia crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Eles são acusados por parlamentares de oposição de prevaricação pela demora no início da imunização de crianças contra a covid-19. A PGR não tem prazo para decidir se abre ou não um inquérito. (CNN Brasil)
A migração de Sérgio Moro do Podemos para o mais rico e estruturado União Brasil não vai ser tão simples, revela Vera Magalhães. A ala PSL do futuro partido é entusiasta da candidatura do ex-ministro, mas os caciques do DEM são contra. ACM Neto quer disputar o governo da Bahia, onde o eleitorado petista é muito forte, e Ronaldo Caiado, que busca a reeleição em Goiás, ainda tem muitos eleitores em comum com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois temem a alta rejeição de Moro entre os dois grupos. (Globo)
Meio em vídeo. Falta a nós, brasileiros, uma história que nos seja comum. Uma história sobre o que é sermos um povo único, algo que nos dê uma identidade sobre a qual todos concordemos. Tivemos isso, não temos mais. É por isso que o tema do racismo vem pegando fogo. É por isso que há um debate sobre liberdade de expressão. Confira no Ponto de Partida. (YouTube)
A tensão na fronteira entre Ucrânia e Rússia cresce a cada dia e ganhou um agravante ontem, com a notícia de que a Otan, a organização militar que reúne EUA e os países europeus, está enviando tropas e navios para o Leste Europeu, com o governo americano já selecionando que unidades seriam mobilizadas. A aproximação entre Kiev e a aliança ocidental é vista como uma ameaça por Moscou, que posicionou pelo menos cem mil soldados na fronteira, próximo a duas províncias ucranianas controladas por rebeldes de origem russa. A União Europeia ameaça a Rússia com sanções econômicas, mas, segundo especialistas, Vladimir Putin acredita que a demanda chinesa pelo gás russo que hoje abastece os europeus anularia os efeitos dessas medidas. (CNN Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário