terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Deu na Imprensa - 24/01

 

Os jornais dão manchetes diversas nas edições desta segunda-feira, 24, mas a notícia principal está nos onlines: Bolsonaro sanciona R$ 1,7 bi para reajuste de servidores e veta R$ 3,2 bi em verbas de ministérios. Recurso extra foi negociado para atender policiais federais, grupo estratégico para o presidente em ano eleitoral, e causou reação de outras categorias do funcionalismo público. 

Presidente blindou recursos do orçamento secreto e sanciona fundo eleitoral de R$ 4,96 biEstadão relata que a tesourada retira um terço de verbas do Ministério do TrabalhoValor reporta que o corte de verbas ameaça órgãos de fiscalização. Recursos destinados ao custeio da rubrica “outras despesas correntes” foram reduzidos em todos os órgãos do Ministério da Economia: uma das poucas exceções é o IBGE.

Eis as manchetes dos diários — FolhaPopulação de rua cresce 31% em SP durante pandemiaEstadãoMaioria dos que renegociaram dívidas volta a atrasar contasO GloboCentrão tem mais recursos do que Educação e Defesa. E o ValorEstrangeiros reduzem apostas contra o real.

Na política, a sucessão de Bolsonaro e a movimentação dos candidatos dão a tônica do noticiário. Estadão relata que Bolsonaro bate recorde de emendas pagas com governo ‘entregue’ ao Centrão“Repasse a parlamentares chega a R$ 25,1 bilhões em 2021, com alta de R$ 1,4 bi em relação ao ano anterior, e revela influência do Congresso sobre o Orçamento”, diz o texto. 

O Globo é direto: Centrão tem mais verba que Educação e Defesa. E três partidos controlam quase R$ 150 bilhões do governo Bolsonaro: PP, PL e Republicanos comandam 32 cargos em postos-chave na administração federal. Especialistas veem controle 'sem precedentes' desde a redemocratização.

Outro tema importante é a entrevista de um dos criadores do Fome Zero, Walter Belik, apontando que a volta do Brasil ao Mapa da Fome é retrocesso inédito no mundo. Ele critica o desmonte da rede de segurança alimentar pelo governo Bolsonaro. “É bastante crítico. É um quadro complicadíssimo, um quarto da população está passando fome no Brasil”, denuncia.

“Os impactos para a economia são enormes, porque existe um custo social da fome. Esse custo deve ser gerenciado pelas políticas públicas. Ele impacta no sistema de segurança social, no Orçamento, na saúde, na educação —com atraso de aprendizagem das crianças—, e no mercado de trabalho, com redução da mão de obra e da produtividade”, diz.

LULA

Folha noticia que Alckmin, Dilma e alianças desgastam PT e campanha de Lula“Petistas minimizam divisões internas e esperam que decisões do ex-presidente unifiquem a sigla”, relata o jornal. Segundo a reportagem, as discussões internas no PT a respeito da campanha de Lula têm gerado divisões e desgaste na sigla, que ainda precisa definir questões como alianças e federação partidária, palanques estaduais e o papel de figuras como a da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin.

O jornal também especula que a aliança de Lula com PSB prevê Marília Arraes ao Senado para viabilizar palanque em Pernambuco“Cúpula do PT planeja indicar deputada para chapa majoritária com o PSB em Pernambuco”, aposta.  No encontro desta quinta em Brasília, as direções dos dois partidos defenderam a prerrogativa do PSB de indicar o candidato a governador de Pernambuco porque a legenda comanda o estado desde 2007 –os mais cotados são os deputados federais Danilo Cabral e Tadeu Alencar.

Painel da Folha informa que a liderança de Lula nas pesquisas, está levando o PT a defender a redução no número de debates“Partido quer que veículos façam eventos conjuntos, com o argumento de que é preciso haver tempo para campanha de rua”, noticia. O partido também já começou a pensar na comunicação da campanha presidencial. O PT pediu ao TSE para veicular 8 inserções de TV em abril, 12 em maio e 20 em junho, com o intuito de já reforçar a pré-campanha de Lula. 

O argentino Página 12 noticia que Lula avança na construção de uma ampla aliança“O ex-presidente constrói pontes com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo”, aponta o correspondente Dario Pignotti. “Por um governo de salvação nacional que inclua forças populares unidas à direita não fascista”, escreve. “Lula avança na construção de uma ampla aliança com o objetivo de vencer as eleições de outubro e garantir a governabilidade em um possível terceiro mandato presidencial em que será necessário reconstruir um país devastado durante o governo de Jair Bolsonaro, que buscar sua reeleição”.

ELEIÇÕES 2022

O Globo informa que Eduardo Bolsonaro, visto como o filho mais radical do presidente, é escanteado da campanha de Bolsonaro para evitar crise na eleição. Deputado ficou fora das principais estratégias do comitê que trabalha pela reeleição, enquanto Flávio e Carlos têm papéis definidos nos planos de recondução. No entorno do presidente, há um receio de que a participação de Eduardo na campanha inflame os discursos de Bolsonaro e aumente mais sua rejeição com parte do eleitorado. Isso porque o deputado é próximo do ideólogo de direita Olavo de Carvalho. 

Folha noticia que precedente do STF é usado para travar quebra de sigilo de salário de Moro“Estratégia da defesa busca evitar que TCU revele salário de ex-juiz em empresa que trabalha com alvos da Lava Jato”, diz o jornal. A defesa da Alvarez & Marsal tem emperrado tentativa do TCU de obter oficialmente informações sobre os rendimentos de Sérgio Moro durante o período em que esteve contratado pela consultoria. Desde o início, a ida de Moro para a Alvarez & Marsal é motivo de controvérsia, já que a empresa foi nomeada judicialmente para administrar a recuperação judicial de firmas que foram alvos da Lava Jato.

Apesar da matéria da Folha, há na mídia mídia comercial quem se esforce ainda para tentar alavancar Moro como o cara da terceira via. Estadão traz Sérgio Moro fazendo jogo de cena: “Destempero de Bolsonaro abalou economia do país”“Pré-candidato ao Planalto pelo Podemos, ex-juiz diz que presidente espanta investidores e que Lula mente sobre legado da Lava Jato”, diz o subtítulo, claramente em apoio ao ex-juiz. No Valor, em entrevista, Tasso Jereissati vê Simone Tebet com mais chances de derrotar Bolsonaro e Lula“Senador está se despedindo da política institucional e não disputará mais mandatos eletivos”.

No GloboBela Megale informa que a mulher de Moro tem adotado uma nova postura na pré-candidatura do marido. Diferentemente dos tempos em que Moro foi juiz da Lava-Jato e ministro da Justiça de Bolsonaro, Rosangela tem preferido a discrição. Valor informa que a pré-campanha eleitoral traz de volta debate sobre reforma do Judiciário, que deve ser abordado por Moro e Lula.

BRASIL NA GRINGA

Reportagem especial do inglês The Guardian, publicada  neste domingo, mostra como as gangues de Deus do Rio misturam fé e violência, conforme o relato do correspondente Tom Phillips. O jornal alardeia: Cristo e cocaína. “Nas favelas da cidade, uma nova geração de 'narcopentecostais' está abraçando símbolos cristãos”, diz a linha fina da matéria. 

“Quando o conflito de drogas no Rio explodiu na década de 1980, a revolução evangélica do Brasil ainda estava ganhando ritmo e muitos gângsteres buscavam proteção em divindades afro-brasileiras como Ogum, o deus da guerra. Os narcotraficantes frequentavam templos afro-brasileiros, construíam santuários para orixás e usavam colares para mostrar sua devoção à umbanda e ao candomblé”, diz um dos trechos da reportagem.

“Quatro décadas depois, muitos desses santuários foram substituídos por esculturas de Bíblias e murais da Última Ceia, à medida que uma nova geração de criminosos renascidos toma o poder, influenciada por uma irmandade de pregadores pentecostais”, escreve o correspondente. 

Em artigo publicado no El PaísAlberto Vergara escreve que a direita na América Latina precisa de um futuro, não de um passado“Os políticos mais neoliberais fracassaram por sua desconexão com os cidadãos e os mais reacionários apelaram para o velho fantasma do comunismo, mas perderam suas últimas três eleições. O que resta para os partidos conservadores na região?”, questiona.

Reportagem no diário espanhol lembra da foto que retrata a desigualdade brasileira que mostra uma favela e, ao lado, um bairro rico do Brasil. “Uma das imagens mais reproduzidas para ilustrar o fosso entre ricos e pobres completa 18 anos. El País conversa com o fotógrafo Tuca Vieira e analisa os dados pelos quais cenas como essa permanecem em vigor”, escreve a correspondente Naiara Galarraga Gortázar.

Reportagem no argentino Clarín informa que o Brasil ultrapassou 24 milhões de casos positivos de covid-19 e a média continua subindo. “Com os 135.080 novos infectados, o país vizinho teve em média um número inédito pelo sexto dia consecutivo”, registra. O jornal ainda destaca que a variante ômicron é dominante no Brasil há cerca um mês. 

INTERNACIONAL

O diário estadunidense New York Times coloca na manchete de primeira página reportagem especial mostrando como foi a luta pandêmica de Biden, esmiuçando os erros e apontando os contratempos do primeiro ano do governo do democrata“O governo acertou muito, mas sua resposta foi prejudicada por mensagens confusas, falta de foco nos testes, medo de represálias políticas e imprevisibilidade do coronavírus”, resume.

Washington Post alardeia que EUA ameaçam usar novo controle de exportação para prejudicar indústrias estratégicas da Rússia, se Moscou invadir a Ucrânia“O governo Biden está ameaçando usar um novo controle de exportação para prejudicar indústrias russas estratégicas, desde inteligência artificial e computação quântica até aeroespacial civil, se Moscou invadir a Ucrânia, dizem funcionários do governo”, diz o lead da reportagem. “O governo também pode decidir aplicar o controle de forma mais ampla de uma forma que potencialmente privaria os cidadãos russos de alguns smartphones, tablets e consoles de videogame, disseram as autoridades”.

Wall Street Journal também coloca a eventual invasão da Ucrânia como iminente e destaca em manchete que o Departamento de Estado avisou a famílias de diplomatas dos EUA no país que deixem Kiev“Alguns funcionários da Embaixada dos EUA também foram autorizados a partir”, sublinha na primeira página. 

O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung dá manchete de primeira página que a Rússia é capaz de operação limitada na Ucrânia“Moscou já reuniu 106.000 soldados nas fronteiras e posicionou os necessários facilitadores estratégicos. Desde o final de dezembro, a Rússia também trouxe suprimentos de munição, hospitais de campanha e polícia militar para a fronteira”, relata.

Ainda no WSJ, outra notícia com chamada na capa alerta que o suprimento de alimentos dos EUA está sob pressão, das plantas às prateleiras das lojas“Semanas de trabalhadores ligando doentes aumentaram as interrupções contínuas de fornecimento e transporte, dificultando o preenchimento das prateleiras dos supermercados”, informa.

No NYT outro destaque na capa é que o presidente Joe Biden avalia o envio de milhares de tropas para a Europa Oriental e o Báltico“Ele também está considerando o envio de navios de guerra e aeronaves para aliados da Otan, no que seria uma grande mudança de sua postura contida em relação à Ucrânia”, relata.

Na imprensa inglesa, o Guardian coloca na manchete principal que Boris Johnson enfrenta pedidos de investigação independente sobre a islamofobia no Partido Conservador depois que Nusrat Ghani, uma de seus parlamentares, afirmou que sua fé foi levantada por um chicote do governo como razão pela qual ela foi demitida do cargo de ministra em 2020.

The Times destaca em manchete que a Rússia vai usar como arma o fornecimento de gás contra o Reino Unido“Os ministros foram avisados de que terão que lidar com preços recordes de gás e gasolina no caso de uma invasão russa da Ucrânia. Altos funcionários do governo esperam que a Rússia “domine” seus recursos naturais, restringindo o fornecimento de gás para a Europa se o Ocidente cumprir sua ameaça de impor sanções”, informa. Não há risco direto de escassez de gás, mas o conflito levaria os preços a novos níveis recordes.

Financial Times noticia, sem chamada na primeira página, que o novo presidente de esquerda do Chile escolhe presidente do banco central como ministro das Finanças“Peso sobe após sinais de escolha de Gabriel Boric para administração de investidores que seguirá um caminho moderado”, sublinha.

 

AS MANCHETES DO DIA

JORNAIS

Folha: População de rua cresce 31% em SP durante pandemia

Estadão: Maioria dos que renegociaram dívidas volta a atrasar contas

O Globo: Centrão tem mais recursos do que Educação e Defesa

Valor: Estrangeiros reduzem apostas contra o real

PORTAIS

BBC Brasil: 'Troquei casa própria por aluguel para poupar gasolina': como inflação alta tem mudado hábitos do brasileiro

UOL: Orçamento: Bolsonaro aprova verba de reajuste a servidor e veta R$ 3,1 bi

G1: Orçamento: Bolsonaro mantém fundo eleitoral de R$ 4,9 bi e R$ 1,7 bi para reajuste de servidores

R7: Bolsonaro sanciona com vetos Orçamento de 2022

BLOGOSFERA

Luís Nassif: Os economistas de Lula

Tijolaço: As eleições de 2022 e a disputa pelo governo Lula

Brasil 247: Terceira via atende pelo nome de Lula, diz Demétrio Magnoli

DCM:  Eduardo Bolsonaro é afastado de campanha pela reeleição do pai

Rede Brasil Atual: Covid-19 ou gripe? Cuidados para a prevenção são os mesmos, diz Fiocruz

Brasil de Fato: Instituições sociais criam frente para fortalecer vacinação infantil contra covid-19

Ópera Mundi: Presidente eleita de Honduras acusa oposição de tentar 'sequestrar o Legislativo'

Vi o Mundo: Frente pela Vida denuncia: Ministério da Saúde mente sobre hidroxicloroquina e vacinas contra a covid: ‘Atentado à saúde pública’

Fórum: Bolsonaro pretende indicar médico pró-cloroquina para direção da Anvisa

Poder 360: Bolsonaro sanciona reajuste de R$ 1,7 bi a funcionários públicos

Congresso em Foco: Televisão será principal meio da campanha de Ciro Gomes

INTERNACIONAL

New York Times: Vitórias marcadas por erros: o primeiro ano pandêmico de Biden 

Washington Post:  EUA podem mirar tecnologia na Rússia

WSJ: Embaixada dos EUA manda parentes deixarem a Ucrânia

Financial Times: Fundo de hedge ativista Trian aumenta participação na Unilever

The Guardian: Primeiro-ministro entra em disputa por islamofobia do partido conservador 

The Times: Crescem os temores de que a Rússia usará o suprimento de gás como arma

Le Monde: Covid: primeiro medicamento chega à farmácia

Libération: Le Pen. Uma campanha enganosa

El País: Sánchez exige a Díaz que não feche nenhum acordo sem a CEOE 

El Mundo: “Esta reforma trabalhista é uma pena, não é a que Espanha necessita” 

Clarín: Em meio a rumores, Manzur diz que é “excelente”  sua relação com o presidente

Página 12: Um quarteto obcecado pela poltrona de Rivadavia

Granma: A verdade não merece ouvidos surdos

Diário de Notícias: Mais de 300 mortes na prisão em cinco anos. PJ chamada a investigar seis

Público: Indenizações pedidas ao Estado na Justiça atingem os 4,5 bilhões de euros

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Rússia capaz de operação limitada na Ucrânia

Süddeutsche Zeitung: A liderança política parece diferente

Moskovskij Komsomolets: O músico quirguiz Ruzakhunov, detido no Cazaquistão, disse a verdade sobre os espancamentos

The Moscow Times: Banco Central da Rússia intervém para impedir a queda do rublo com os mercados em queda livre

Global Times: Vilas Olímpicas recebem primeiro lote de atletas e funcionários

Diário do Povo: Xi presidirá cúpula virtual comemorativa do 30º aniversário dos laços China-Ásia Central

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