MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

As manchetes dos jornais dão destaque para dois grandes assuntos: a liberação da Coronavac para crianças pela Anvisa e os altos salários para funcionários de empresas estatais, que chega ao teto presidencial. Todas as capas dos jornais dão amplo destaque à morte da cantora Elza Soares, com o obituário da artista de 91 anos ganhando repercussão internacional — leia em Brasil na Gringa.

Eis as manchetes dos principais jornais — Folha: Anvisa libera coronavac para crianças de 6 a 11 anos. O Globo: Coronavac é aprovada para crianças e vai acelerar vacinação. Estadão: Salário médio em estatais vai até R$ 34 mil, mais benefícios. Valor: Juro maior dobra custo para empresa que emitiu dívida.

Os onlines nesta manhã noticiam a morte da mãe do presidente Jair Bolsonaro, aos 94 anos. Olinda Bolsonaro, cuja causa da morte não foi revelada, estava internada desde segunda-feira. Anúncio foi feito pelo próprio presidente.

Na economia, um dos destaques do dia é a nova debandada no Ministério da Economia com pedido de demissão de cinco membros da área técnica, segundo revela Malu Gaspar em O Globo. Um novo revés para Paulo Guedes. “Depois da saída de dois secretários e um diretor nesta semana, subsecretários que elaboraram o orçamento de 2022 deixarão cargos nos próximos dias. Eles diziam estar cansados das batalhas, muitas delas perdidas”, relata a colunista.

Também vira notícia que o governo prepara uma PEC para atropelar lei e baixar gasolina e luz em ano eleitoral. Vinícius Torres Freire comenta na Folha: Zerar imposto da gasolina é Bolsonaro, zorra! E o ministro das Minas e Energia também anuncia que R$ 2,4 bilhões irão bancar desconto na conta de luz de quem economizou.

Na política, jornais mantêm o noticiário girando em torno dos presidenciáveis, registrando a movimentação dos principais candidatos e as negociações. Folha noticia que PT e PSB decidem pedir ao TSE ampliação de prazo para formar federação. Estadão informa que Ciro contorna resistências, mas se lança à Presidência sob desconfiança no PDT.

Folha traz ainda o colunista Reinaldo Azevedo criticando a esquerda do PT que ataca aliança com Alckmin: “Fazem um favor a Lula”. No Globo, Bernardo Mello Franco também trata da aliança: Por Alckmin, Lula volta a enquadrar rebeldes do PT. Folha ainda noticia que, com Alckmin vice de Lula, podemos ter governo mais pragmático, diz economista da Rio Bravo.

Outro destaque é que a aliança de Sérgio Moro com União Brasil esbarra em palanques regionais e pesquisas. Eliane Cantanhede comenta que União Brasil busca um candidato, Moro muda alvo, linguagem e estratégia. “Sigla que nasce da fusão entre DEM e PSL não lançou nenhum nome, mas passa a ser um ‘partidão’ disputado”, aponta colunista do Estadão.

Já a revista Focus Brasil, editada pela Fundação Perseu Abramo, trata da explosão da ômicron no país: A quarta onda da pandemia. “Número de casos explode em todo o país, enquanto o governo Bolsonaro — mais uma vez — recusa-se a coordenar a estratégia de enfrentamento da Covid-19. Não há sequer testes e sistema público de saúde sofre nova pressão, com profissionais da área sobrecarregados”, relata. A revista ainda traz entrevista com o ex-ministro da Saúde Artur Chioro e aborda o centenário do líder político gaúcho e fundador do PDT, Leonel Brizola.

Já a revista Carta Capital coloca na capa o tema da reforma trabalhista: Entulho neoliberal. A semanal diz que a questão “é uma das causas da tragédia humana e econômica” e adverte: “Se quiser voltar a crescer, o Brasil precisa de um novo contrato social”.

Por fim, a edição da IstoÉ trata do legado do governo Bolsonaro: A herança. “Em três anos de governo, Bolsonaro praticou uma política de desmonte do Estado. Desestruturou a Saúde e a Educação, provocou 14 milhões de desempregados, aumentou a miséria, reviveu a fome, trouxe de volta a inflação de dois dígitos, fez o dólar disparar e levou o desmatamento na Amazônia ao maior nível em 14 anos. Deixará uma bomba fiscal com suas pedaladas. A conta será paga a partir do próximo ano. Esse legado de terra arrasada vai exigir um trabalho inédito de reconstrução”, diz o subtítulo.

BRASIL NA GRINGA

A morte da cantora Elza Soares tem repercussão internacional. O New York Times destaca em texto de Michael Astor que Elza ultrapassou os limites da música brasileira. “Ela subiu de uma favela no Rio para o estrelato do samba na década de 1960. Mas sua carreira foi mais tarde ofuscada por um caso com um famoso jogador de futebol que se tornou um escândalo nacional”, lembra.

A morte da cantora também ganha destaque no inglês The Guardian: Elza Soares, uma das maiores cantoras do Brasil, morre aos 91 anos. “Perda de estrela do samba muito amada gera muitas homenagens e elogios ao fim de seis décadas de carreira”, diz o texto. O francês Le Monde também publicou o obituário da artista: Elza Soares, 'cantora brasileira do milênio', morre aos 91 anos. E no espanhol El País: Elza Soares, rainha do samba brasileiro, morre. “A cantora e compositora que morreu aos 91 anos em sua casa no Rio lançou 36 discos e é ícone feminista e antirracista”.

O jornal espanhol também traz entrevista com Tamara Taraciuk que alerta: “A democracia na América Latina está em risco”. Diretora interina da Human Rights Watch para as Américas, ela reflete sobre os desafios de uma região afetada por ataques à independência judicial e a crise migratória.

Também ganha destaque no El País a revolta dos jornalistas e o “racismo negro” provocado pela Folha, em texto originalmente publicado no final de semana pelo poeta Antonio Risério. O correspondente Juan Árias comenta: “Publicação de coluna sobre racismo gera descontentamento na redação da ‘Folha de São Paulo’ e aguça a polêmica da desigualdade racial em um Brasil que carrega a maldição da escravidão”.

Washington Post traz artigo de Marc Margolis, ex-correspondente estrangeiro e autor do livro “The Last New World: The Conquest of the Amazon Frontier”, sobre o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, com sua pretensão a sentar-se na cadeira de presidente do Brasil: Sérgio Moro foi de xerife do Brasil a um idiota útil ao Bolsonaro. O texto é demolidor: “As ações de Moro jogam contra suas ambições além dos tribunais. Ele jogou para a plateia da opinião pública sem constrangimento. O que explica as encenações moralistas da Lava Jato – batidas policiais ao amanhecer, empresários algemados, grampos e vazamentos estratégicos. Era uma rotina estimulante para um público farto da política de sempre. Mas também se revelou um tiro pela culatra”, opina.

INTERNACIONAL

A crise entre Rússia e Estados Unidos por conta da Ucrânia é assunto dos principais jornais do mundo. O New York Times destaca em manchete que Biden reforça palavras sobre a Ucrânia após perturbar parceiros europeus. “Depois que o presidente expôs as divisões sobre a interferência russa na Ucrânia, seu governo se esforçou para entrar na mesma página com os aliados europeus”, relata.

Le Monde noticia que, nas negociações entre Rússia e Estados Unidos, Macron tenta fazer ouvir a voz da Europa. “Conforme prometido, os EUA estão consultando europeus sobre discussões sobre a Ucrânia e a segurança continental. Mas a França quer que a UE desempenhe um papel maior”, informa.

O espanhol El País também dá amplo destaque na manchete principal ao elevado clima de tensão. EUA e Europa multiplicam alertas a Putin para evitar ataque à Ucrânia. “Tensão máxima antes do encontro na Suíça entre Blinken e Lavrov”, resume o jornal.

As manchetes alarmantes dos jornais americanos e europeus contrasta com o tom adotado pela imprensa russa. O diário russo Moskovskij Komsomolets destaca nesta manhã: Blinken disse que os Estados Unidos pretendem resolver pacificamente os problemas com a Rússia. “O secretário de Estado Anthony Blinken disse que os EUA e seus aliados pretendem resolver os problemas com a Rússia por meio do diálogo pacífico”, resume, mas sem deixar de registrar: “Ao mesmo tempo, no caso de uma escalada da situação na Ucrânia, Washington está pronto para dar uma resposta dura”.

NYTimes relembra que, há 80 anos, os nazistas planejaram a ‘solução final’ em reunião. “Enquanto a Alemanha observa o aniversário da Conferência de Wannsee, testemunhas da era nazista estão morrendo e o antissemitismo está ressurgindo na Europa e nos Estados Unidos”, alerta.

No alemão Sueddeutsche Zeitung, a manchete grita: China pode levar a economia global ao abismo. “Por dois anos, a China passou pela pandemia melhor do que muitos outros países. Mas agora o país está ameaçado por uma catástrofe — com consequências possivelmente devastadoras para a Europa e a América do Norte”, alerta.

O chinês Global Times destaca em manchete que a agência disciplinar do PCC renova campanha anticorrupção para combater novos desafios de 'conluio capital-poder’. O documento também disse que o partido lidará ativamente com “os novos desafios e novas situações” da campanha política anticorrupção, incluindo o fortalecimento das investigações e punições por trás da “expansão desordenada do capital” e do monopólio de algumas plataformas online. O Diário do Povo, órgão do Partido Comunista Chinês, vai na mesma linha: Agência disciplinar da China promete manter forte e persistente repressão à corrupção.

AS MANCHETES DO DIA

Focus Brasil: A quarta onda da pandemia. Número de casos explode em todo o país, enquanto o governo Bolsonaro — mais uma vez — recusa-se a coordenar a estratégia de enfrentamento da Covid-19. Não há sequer testes e sistema público de saúde sofre nova pressão, com profissionais da área sobrecarregados

Carta Capital: Entulho neoliberal. A reforma trabalhista de 2017 é uma das causas da tragédia humana e econômica. Se quiser voltar a crescer, o Brasil precisa de um novo contrato social

IstoÉ: A herança. Em três anos de governo, Bolsonaro praticou uma política de desmonte do Estado. Desestruturou a Saúde e a Educação, provocou 14 milhões de desempregados, aumentou a miséria, reviveu a fome, trouxe de volta a inflação de dois dígitos, fez o dólar disparar e levou o desmatamento na Amazônia ao maior nível em 14 anos. Deixará uma bomba fiscal com suas pedaladas. A conta será paga a partir do próximo ano. Esse legado de terra arrasada vai exigir um trabalho inédito de reconstrução

Veja: Na intimidade do clã. Amigo e um dos colaboradores mais próximos de Jair Bolsonaro, o ex-assessor Waldir Ferraz confirma a existência de rachadinha nos gabinetes da família, acusa a ex-mulher do presidente Ana Cristina Valle de ser a mentora do esquema e conta que até hoje o capitão é chantageado por ela

Folha: Anvisa libera coronavac para crianças de 6 a 11 anos

Estadão: Salário médio em estatais vai até R$ 34 mil, mais benefícios

O Globo: Coronavac é aprovada para crianças e vai acelerar vacinação

Valor: Juro maior dobra custo para empresa que emitiu dívida

BBC Brasil: 5 dados que mostram como brasileiros ricos passam bem pela pandemia

UOL: Prefeito do Rio de Janeiro decreta luto de 3 dias pela morte de Elza Soares

G1: Governo de SP admite que registros de casos de Covid estão defasados

R7: Número de afastamentos do trabalho por causa da Covid-19 no Brasil quase triplica em um ano

Luís Nassif: Um memorial para Elza e Mané Garrincha

Tijolaço: No 247, Cieps, Brizola, trabalhismo e alianças

Brasil 247: Nunca houve uma eleição com um favorito tão claro quanto Lula, diz Marcos Coimbra

DCM: Moro trai o Podemos e conversa às escondidas com ex de Bolsonaro