MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

Um noticiário sortido nesta quinta-feira, com temas nas manchetes que variam da nova folga orçamentária para o Planalto, o novo recorde de emergências no país e a explosão de novos casos de ômicron. Na política, a entrevista de Lula à mídia independente, com o ex-presidente defendendo uma eventual aliança com Alckmin e colocando a redução da desigualdade como prioridade, repercute na imprensa nacional e estrangeira.

As manchetes mostram um cenário preocupante. Estadão: Brasil tem o maior número de emergências em cinco anos. O Globo: Mesmo com poucos testes, país bate recorde de casos de Covid. Valor: Juro alto e cenário incerto afetam novatas na bolsa. Folha: Correção no teto vai dar R$ 1,8 bi extra ao governo.

A entrevista do ex-presidente Lula ganha repercussão internacional, com a Reuters noticiando a declaração do ex-presidente apontando que a redução da pobreza é prioridade do Brasil, não a política fiscal. “O ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de opinião antes das eleições de outubro, disse nesta quarta-feira que reduzir a pobreza e a desigualdade deve ser a prioridade do Brasil sobre a disciplina fiscal”, informa.

Valor destaca que a defesa da aliança por Lula levou o mercado a reagir bem, com o dólar sendo negociado abaixo dos R$ 5,50 pela primeira vez em dois meses. “Às vezes, a gente pensa no que a pessoa foi e tem medo de pensar no que a pessoa vai ser. O ser humano é mutante, ele vai se transformando”, disse Lula, sugerindo que Alckmin mudou. O nome do tucano tem forte resistência em parte do PT.

Painel da Folha diz que PT exaltou reação do mercado à fala de Lula e diz que efeito Alckmin já se faz presente. Em outra nota, a coluna do diário paulista noticia que Lula diz que Pazuello nunca poderia ser general, mas ex-ministro foi promovido ao posto por Dilma.

Despacho da France Presse repercute em outros países, mostrando que no, Brasil, o centro está quebrado e é inexistente contra o duelo Lula-Bolsonaro. “Em um país extremamente polarizado, nada parece impedir um duelo titânico entre Lula e Jair Bolsonaro na eleição presidencial de outubro, com os candidatos do centro parecendo incapazes de seduzir a multidão ou se unir”, diz a reportagem. Lula, que ainda não anunciou oficialmente sua candidatura, sai bem à frente, com 48% nas pesquisas. O material foi publicado no Jornal de Quebec, no Canadá.

Na Folha, Vinícius Torres Freire escreve que o PT que bate em Alckmin não quer pensar em reformas civilizadas. “Partido tem seus motivos políticos, mas dá sinal também de que não quer mudar”, opina o jornalista. “Inventar coalizões que tentem preservar a democracia a partir de 2023 é o mínimo que se espera dos candidatos do universo da razão e da decência elementares”.

No GGN, Luis Nassif comenta que a entrevista do ex-presidente permite vislumbrar como será a campanha eleitoral e seu governo. “Lula declarou que é PT, mas o governo não será PT, ou seja, apenas PT”, observa. “É nessa estratégia que se insere o fator Geraldo Alckmin. Seria a prova maior de seu propósito de convocar uma grande frente nacional com vistas ao desafio da reconstrução do país”.

“Não adianta ser eleito, criar expectativas e não ter força política para implementar as mudanças, disse Lula”, comenta Nassif. “Só se conseguem as mudanças se houver uma base política forte no parlamento e nos estados. E seu governo terá dois grandes desafios, diz ele: colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.

Sobre o acordo entre PT e PSB, O Globo faz alarde com reportagem mostrando que apesar da vontade das duas direções partidárias, as candidaturas em cinco estados representam impasses. “Direção petista quer manter Haddad em São Paulo em troca de retirar nomes em Pernambuco, Rio, Rio Grande do Sul e Espírito Santo; apoio dos socialistas a Lula também está na pauta”, relata. E Malu Gaspar informa que Freixo dá razão a PT preferir Haddad a Márcio França em São Paulo.

ELEIÇÕES 2022

Estadão noticia, com amplo destaque, que os julgamentos que atingem Bolsonaro, Moro e Dallagnol põem TCU na briga eleitoral. Nos próximos meses, o tribunal analisará atos de pré-candidatos, como o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol – ambos do Podemos –, além de medidas tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro, que concorre ao segundo mandato, e por aliados do governo.

Ainda no Estadão, outra reportagem diz que a aliança com MBL vira trunfo do Podemos na pré-campanha de Moro. Aliados do ex-juiz apostam na parceria como trunfo para melhorar a mobilização online em torno do pré-candidato, até agora avaliada como aquém do esperado. A expectativa de que o “exército” do MBL fortaleça o engajamento e ajude Moro a se consolidar na briga por vaga no segundo turno tem sido até usada como argumento nas negociações para possível aliança com o União Brasil, onde cresce o sonho de atrair Moro para seu lado do balcão.

Estadão destaca outra notícia: Bolsonaro cogita Damares para Senado e diz que não vai ‘queimar largada’ com anúncio de vice. “O convite foi feito, o Tarcísio gostou dessa possibilidade, conversei com a Damares e ela ainda não se decidiu”, afirmou o presidente. Valor informa que a União Brasil acena com estrutura e palanques estaduais para atrair Moro. Acordo poderia levar a deputada Renata Abreu, presidente do Podemos, para a vaga de vice na chapa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.

BRIZOLA

Na Folha, reportagem lembra os 100 anos do nascimento de Leonel Brizola, que estaria contra Bolsonaro e ao lado da ciência se estivesse vivo, avaliam aliados. Familiares e líderes políticos, incluindo FHC, Tarso Genro e Olívio Dutra, avaliam qual seria hoje papel de ex-governador.

MEIO AMBIENTE

Folha abre o primeiro caderno com a notícia de que advogado de Bolsonaro consegue na Justiça liberar madeira apreendida pela PF no caso Salles. Frederick Wassef cuida dos interesses da MDP Transportes, aponta o jornal, lembrando que a liberação foi dada pelo desembargador federal Ney Bello (TRF1), cotado ao STJ. A pedido de Wassef, Bello concedeu decisão liminar em dezembro para restituir material recolhido na ação policial a uma das empresas investigadas.

BRASIL NA GRINGA

Reuters reporta que o Brasil registrou novo recorde de casos diários de Covid. O país teve 204.854 novos casos confirmados de coronavírus nas últimas 24 horas, quebrando o recorde anterior do país pelo segundo dia consecutivo, informou o Ministério da Saúde.

Jornais europeus, como o espanhol El País e o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, repercutem a decisão da Justiça italiana, confirmando a pena de nove anos de prisão de Robinho por estuprar uma mulher. “O jogador de futebol esgota todos os recursos judiciais enquanto permanece no Brasil, que não extradita seus cidadãos”, informa.

Despacho da Associated Press também repercute em todo o mundo, informando que a sentença de 9 anos de estupro de Robinho é confirmada pelo tribunal superior da Itália. “Robinho corre o risco de ser preso se viajar ao exterior para um país que tem acordo com a Itália – cerca de 70 nações, incluindo Estados Unidos, Argentina e qualquer lugar da União Europeia — e a Itália emite um mandado de prisão internacional”, relata.

INTERNACIONAL

A manchete do New York Times é para a derrota de Donald Trump na Justiça: em repreensão ao ex-presidente, a Suprema Corte permite a liberação de arquivos de 6 de janeiro. “O comitê da Câmara que investiga o tumulto recebeu centenas de páginas de documentos da Casa Branca do ex-presidente horas depois da decisão”, resume. O Washington Post dá chamada na primeira página.

Washington Post destaca em manchete principal a derrota do governo Biden no Congresso dos EUA. Em confronto final, projeto de lei sobre direito ao voto é rejeitado pelo Senado. E o presidente critica os Republicanos, dizendo que eles não querem uma agenda real.

Outro assunto em destaque no NYT é sobre a crise na Ucrânia. O presidente Joe Biden prevê que Putin ordenará a invasão do país, mas ameaça: ‘ele se arrependerá de ter feito isso’. Os comentários foram muito além das avaliações formais de inteligência descritas por funcionários da Casa Branca, que concluem que o presidente da Rússia ainda não decidiu se deve invadir. WP também destaca as críticas de Biden: Presidente prevê que Putin se mudará para a Ucrânia.

O diário russo Moskovskij Komsomolets destaca em manchete de primeira página que o Kremlin alerta para as consequências da declaração de Biden sobre o “bloqueio” dos bancos russos. O secretário de imprensa do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, comentou a declaração de Biden, de que os bancos russos serão impedidos de fazer transações com o dólar americano em caso de agravamento na Ucrânia. “Todas essas declarações podem contribuir para a desestabilização da situação”, alertou Peskov. Ele observou que isso pode infundir esperanças errôneas nas cabeças quentes de alguns representantes da liderança ucraniana, que decidirão pelo uso da força com a ajuda e a deflagração de uma nova guerra civil no país.

O jornal russo The Moscow Times também repercute a reação do Kremlin: Ameaças de sanções de Biden são 'desestabilizadoras'. Na quarta-feira, Biden ameaçou uma série de “graves consequências econômicas” para Moscou em caso de ação militar na Ucrânia.

O jornal chinês Global Times faz um balanço do primeiro ano do governo de Joe Biden: decepções no combate ao COVID-19, curando a sociedade dividida, consertando a diplomacia e impulsionando a economia. O texto bate duro na administração do democrata: “Há um ano, quando Joe Biden se tornou o novo presidente dos EUA, muitos americanos e aliados dos EUA, bem como os ‘concorrentes’ ou ‘rivais’ aos olhos de políticos americanos, como China e Rússia, esperavam que seu governo pudesse resolver os problemas que seu governo antecessor Donald Trump havia deixado os EUA e o mundo. Mas agora, a maioria deles descobriu que o desempenho de Biden também é decepcionante”.

Já o Diário do Povo, órgão do Partido Comunista da China, alardeia na manchete principal como a propaganda ocidental contra a China criou uma catástrofe do Covid-19. “Há pouca dúvida de que a mídia ocidental está se engajando em uma guerra de propaganda em grande escala contra a China. Há uma enxurrada ininterrupta de mentiras armadas para minar as realizações e a posição global da China, deslegitimar seu sistema de governança, manchar seu povo e suas políticas e, finalmente, fabricar consentimento para uma guerra fria – e possivelmente quente – contra a China”, diz o texto.

De volta aos jornais americanos, outro destaque no NYT é revelação de vídeo recém-desclassificado, que mostra a morte de 10 civis em ataque de drone feito pelos EUA. O jornal obteve imagens do ataque fracassado em Cabul, cujas vítimas incluíam sete crianças, por meio de um processo da Lei de Liberdade de Informação.

Wall Street Journal destaca em manchete que acordo da Activision Blizzard com a Microsoft deve impulsionar as aspirações da gigante de informática na ‘Netflix de jogos’. “Com seu acordo de US$ 75 bilhões para a Activision Blizzard, a Microsoft pretende agitar a indústria de jogos construindo sua biblioteca de sucessos de bilheteria e reforçando seus esforços para atrair consumidores para seu serviço de jogos em nuvem”, relata.

A imprensa inglesa dá amplo destaque nas manchetes à crise política que engolfou o primeiro-ministro Boris Johnson. Os principais jornais britânicos ressoam a briga dentro do partido conservador e a pressão para que ele renuncie ao cargo.

Financial Times diz que Johnson ganha tempo enquanto conservadores se reúnem atrás de líder em apuros. O Guardian é dramático na manchete: “Em nome de Deus, vá embora”: a raiva dos conservadores aumenta à medida que o primeiro-ministro se agarra ao cargo. E o sisudo Times: Primeiro-ministro luta enquanto os conspiradores recuam é a manchete do impresso, mas a versão online noticia que Johnson é acusado de chantagear parlamentares para permanecer à frente do governo.

O alemão Suedeutsche Zeitung destaca nesta manhã as acusações contra o Papa Emérito Bento 16 por má conduta em quatro casos de abuso. “A investigação sobre agressões sexualizadas também inclui o mandato do cardeal Ratzinger como arcebispo em Munique e nomeia pelo menos 497 vítimas entre 1945 e 2019”, resume.

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Correção no teto vai dar R$ 1,8 bi extra ao governo

Estadão: Brasil tem o maior número de emergências em cinco anos

O Globo: Mesmo com poucos testes, país bate recorde de casos de Covid

Valor: Juro alto e cenário incerto afetam novatas na bolsa

BBC Brasil: 1 ano de Biden: os altos e baixos do presidente dos EUA até agora

UOL: Pandemia: 43% dos brasileiros veem perdas irrecuperáveis na educação

G1: Governo confirma aumento do teto de aposentadoria do INSS para R$ 7.087

R7: Gasto do governo federal com Auxílio Brasil deve chegar a R$ 89 bilhões em 2022

Luís Nassif: Lula mostra como será a campanha eleitoral e seu governo

Tijolaço: Covid: 205 mil casos/dia. E sem autotestes

Brasil 247: MST declara apoio à chapa Lula-Alckmin em 2022