MIDIALTERNATIVA FREE PRESS: Deu na Imprensa

O agravamento da pandemia e seus impactos sobre o SUS continua sendo destaque nos principais jornais brasileiros, que também abrem manchetes para a piora da vida financeira da população e os novos projetos de energia na Amazônia, assim como o impacto da crise climática sobre o agronegócio. Mídia destaca que sete estados têm cenário crítico em UTIs pediátricas para Covid e que o Brasil registra mais de 219 mil casos, novo recorde.

Eis as manchetes do dia — Folha: Efeitos persistentes atingem 43% das crianças com covid. Estadão: Projeto para 3 megausinas na Amazônia avança após 10 anos. O Globo: Endividado, brasileiro já deixa de pagar luz e gás. Valor: Com crise do clima, agro dará contribuição menor ao PIB.

Na mídia independente, Congresso em Foco noticia os rumores de que o ministro Marcelo Queiroga está na mira de Bolsonaro e que sua demissão é questão de tempo. A razão seria a portaria do Secretário de Ciência e Tecnologia, Hélio Angotti Neto, defendendo o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 e desqualificando as vacinas. Queiroga afirmou que a hidroxicloroquina não possui eficácia comprovada. Outra notícia importante é que o STF deu cinco dias para Saúde explicar defesa da cloroquina.

Na economia, um dos destaques do dia é o aumento da dívida pública federal que saltou de R$ 5,6 trilhões e vai alcançar até R$ 6,4 trilhões em 2022. O total vai crescer até 14% frente a 2021 em meio à turbulência do ano eleitoral. Valor noticia a surpresa em prévia da inflação, que leva mais previsões de IPCA a superar 5%. IPCA-15 de janeiro sobe 0,58%.

Na Folha, Vinícius Torres Freire comenta que a inflação alta pode ser amarga para o Planalto. “Bolsonaro e o centrão estão ouriçados para aloprar, baixar impostos e fazer dívida extra de dezenas de bilhões de reais a fim de tentar baixar os preços de gasolina, diesel e a conta de luz (apenas tentar: nem isso pode dar certo)”, observa. “O tiro pode sair pela culatra, nas nossas fuças, porque um aumento de déficit pode ter efeito em taxas de juros e dar um sinal de que o governo pode tentar medidas ainda mais desesperadamente idiotas ou perigosas”.

LULA

Na política, cobertura continua centrada nos movimentos dos candidatos à Presidência, com foco principal em Lula. Valor repercute a declaração de Lula, afastando a participação de Dilma em um eventual governo do PT. Ex-presidente disse que pretende montar um governo com “muita gente nova”. A declaração teve repercussão grande na internet e blogosfera. Ao conceder entrevista ontem de manhã à rádio CBN do Vale do Paraíba, do interior paulista, Lula foi questionado sobre o papel que Dilma Rousseff terá em um eventual governo do PT. “Nós não vamos trabalhar para remontar o governo de 2003, 2004, 2005. O tempo passou, tem muita gente nova no pedaço e eu pretendo montar um governo com muita gente nova”.

Folha noticia que a governabilidade de Lula agita PT e reforça plano por candidatos de peso à Câmara. Legenda resgata nomes experientes e conhecidos e ainda aposta em jovens populares em eleição a deputado federal. O jornal ainda noticia que a Igreja Universal dobra aposta contra esquerda e afasta reconciliação com Lula.

No Tijolaço, Fernando Brito comenta as investidas de Lula para liquidar a eleição no primeiro turno, enxergando nas movimentações do ex-presidente um toque de pragmatismo e atenção à governabilidade. “E é por isso que ele está jogando o jogo da sucessão presidencial sem nenhum lance de imprudência ou concessões à ambição ou à soberba”, observa. “É evidente, para quem não for muito tolo, que Lula joga ali com a governabilidade e o peso que teria um governo de São Paulo hostil ao poder presidencial”.

No Globo, Bela Megale escreve sobre a postura ativa de noiva de Lula na campanha, que está causando ruídos no entorno do petista. A atuação ativa da socióloga Rosangela da Silva, a Janja, na campanha tem gerado ruídos entre alas do pT. “Se Dona Mariza raramente acompanhava o marido em viagens e agendas públicas, a história com Janja é outra”, observa. “A socióloga faz questão de estar presente em todos os eventos e opinar sobre os assuntos que considera relevantes”.

O jornal ainda destaca que o diretório do PT do Rio se reúne com Lula e sela apoio a coligação com PSB, que vai lançar Marcelo Freixo. Vice-presidente do partido, Washington Quaquá anunciou lançamento de André Ceciliano ao Senado.

ELEIÇÕES 2022

Sobre o candidato Sérgio Moro, a cobertura também é crítica, com a Folha destacando que o ex-juiz promete divulgar salário em consultoria nos EUA e fala em abuso do TCU. E o Valor informa as divergências que travaram a migração de Moro para o União Brasil. Partidos também discordam sobre qual sigla deveria ser contemplada com a candidatura à Vice-Presidência.

O advogado Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, critica o Moro, lembrando que ex-ministro revelará vencimentos para se antecipar à decisão judicial.

O Globo informa que Moro aposta no MBL para turbinar sua campanha digital. “Distante de Lula e Bolsonaro, ex-juiz busca aumentar engajamento”, resume. “Guinada digital também inclui apostar em postura descontraída”.

Valor noticia que Simone Tebet discute com Michel Temer rumos da campanha. Pré-candidata do MDB deve ter encontro com governador do Rio Grande do Sul nos próximos dias.

BRASIL NA GRINGA

Reuters distribui texto em que noticia que o Brasil registra alta recorde de 224.567 casos de coronavírus, quebrando o recorde anterior do país de infecções diárias, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

O New York Times noticia a morte do astrólogo Olavo de Carvalho, “guru de extrema-direita de Bolsonaro”, aos 74 anos. “Ele foi o líder intelectual do movimento de extrema direita do Brasil e um teórico da conspiração que zombou da pandemia. Ele morreu dias depois de anunciar que tinha Covid”, relata.

O espanhol El País diz que a América Latina enfrenta os limites de sua capacidade de teste. “A chegada da ômicron forçou os países da região a recalibrar suas estratégias de realização de testes”, destaca. O jornal faz um tour pelo acesso e disponibilidade de testes em diferentes pontos da região. O Brasil é apontado como um dos países em que falta testagem em massa.

INTERNACIONAL

New York Times dá destaque no alto da primeira página que o juiz Stephen Breyer vai se aposentar da Suprema Corte. “A decisão dá ao presidente Joe Biden uma janela para cumprir uma promessa de campanha de nomear uma mulher negra para o tribunal”, informa. “A promessa do presidente destaca um grupo que tem lutado para se tornar parte do pequeno grupo de juízes de elite nos tribunais federais superiores do país”.

Washington Post e Wall Street Journal também dão a aposentadoria de Breyer na manchete, ressaltando que Biden tem foco em juíza negra como escolha em potencial. O Post diz que será um caminho político duro à frente para uma luta pela nomeação da Corte em um Senado dividido e em pleno ano eleitoral.

Com grande destaque na capa, o NYT alerta que as Forças Armadas da Rússia, uma vez ruidosas, são modernas e letais. “Um exército significativamente atualizado emergiu como uma ferramenta-chave da política externa de Vladimir Putin, à medida que ele flexiona seu poder ao redor do mundo e, mais ameaçadoramente, na fronteira com a Ucrânia”, resume o jornal.

Já o Financial Times informa, na manchete de sua edição para o Reino Unido, que o Banco Central da Europa alerta credores europeus sobre risco de sanções à Rússia. O alerta do BCE, que supervisiona 115 dos maiores bancos da zona do euro, vem como os EUA ameaçando a Rússia com “consequências massivas” se enviar tropas para a Ucrânia.

As sanções levantariam riscos significativos para os bancos internacionais com grandes exposição russa, incluindo o Citi, a Société Générale da França, a Raiffeisen e UniCredit da Itália. O jornal ainda alardeia que o Ocidente avisou à Rússia que está comprometido em manter a Otan aberta a novos membros.

WSJ ressalta na primeira página que o Fed decide aumentar a taxa de juros em março. “O banco central dos EUA manteve as taxas de juros de curto prazo estáveis enquanto sinalizava intenções de aumentá-las em meados de março, o último passo para remover o estímulo para moderar a inflação elevada”, aponta.

Na imprensa inglesa, o primeiro-ministro continua sob fogo cruzado. The Guardian destaca que Boris Johnson é acusado de mentir porque e-mails sugerem que ele aprovou resgate de cachorro afegão que estava em instituição britânica em Cabul. O primeiro-ministro chamou as alegações de que ele interviria para ajudar a evacuação de animal de ‘completamente nonsense’.

A manchete do Times informa que os limites para o número de visitantes em casas de repouso na Inglaterra terminarão na próxima semana. No entanto, supermercados e operadoras de trens continuarão pedindo às pessoas que usem máscaras depois que a exigência legal para elas terminar. Varejistas devem ignorar o levantamento de restrições.

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Efeitos persistentes atingem 43% das crianças com covid

Estadão: Projeto para 3 megausinas na Amazônia avança após 10 anos

O Globo: Endividado, brasileiro já deixa de pagar luz e gás

Valor: Com crise do clima, agro dará contribuição menor ao PIB

BBC Brasil: A crise de saúde mental em Santa Maria após incêndio na boate Kiss

UOL: Rio tem quase metade dos leitos para covid ocupados por não vacinados

G1: Especialistas criticam recomendação do governo para procurar médico antes de vacinar crianças

R7: INSS paga 36 milhões de benefícios, mas só 778 recebem o teto de R$ 7.087,22

Luís Nassif: Análise da decisão de Gebran sobre a suspeição da juíza Hardt

Tijolaço: Lula avança por eleição em 1° turno

Brasil 247: É preciso investigar também o que Moro recebeu fora do Brasil. Pode ter sido um golpe de mestre, diz Joaquim de Carvalho