segunda-feira, 24 de maio de 2021

Pazuello viola hierarquia militar em ato pró-Bolsonaro

  


O presidente Jair Bolsonaro reuniu alguns milhares de apoiadores para uma ‘motocada’ do Parque Olímpico ao Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, com direito a discursos em cima de carro de som, aglomeração e nenhum respeito às regras de distanciamento social. E o evento tem o potencial de abrir uma crise militar, devido à participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele é general de divisão da ativa e violou o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército ao participar de ato político público. O Comando do Exército deve analisar ainda hoje o caso. (Estadão)

Segundo militares, vai crescer ainda mais a pressão para que o ex-ministro passe à reserva. Na avaliação deles, os atos políticos e a investigação da CPI da Pandemia sobre Pazuello arranham e imagem do Exército. (Globo)

Malu Gaspar: “A participação de Pazuello na manifestação de apoio a Bolsonaro coloca o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, diante de uma escolha delicada. Como oficiais da ativa são proibidos de participar de manifestações políticas coletivas, pelo menos em tese o comando do Exército deve puni-lo. Mas, se o fizer, corre o risco de o presidente da República revogar a punição. O ato de Pazuello causa preocupação no Exército porque cria um precedente e pode levar a outros oficiais da ativa a julgar que podem se manifestar livremente em atos políticos.” (Globo)

Aliás... O senador Otto Alencar (PSD-BA), integrante da CPI, disse ontem que, ao participar da ‘motocada’ com o presidente, Pazuello “pediu para ser reconvocado a depor e será”. De fato, deve ser votado na quarta-feira um requerimento para que o general deponha novamente. (CNN Brasil)

E políticos da oposição criticaram duramente a participação do general, ainda mais sem máscara, na aglomeração de Bolsonaro no Rio. (Poder360)

Enquanto os bolsonaristas passavam, moradores fizeram panelaços em protesto contra o evento. (UOL)

Coluna do Estadão: “O clã Bolsonaro tenta deixar claro que o presidente ainda mantém apoio popular. Teme um efeito manada rumo ao ‘derretimento’ dele. Armamentistas, caminhoneiros, policiais, ruralistas e, agora, motoqueiros. Com perda de apoio popular, Jair Bolsonaro está virando um presidente de ‘categorias’.” (Estadão)




Radar: “Ainda que a PGR não esteja motivada a tocar investigações contra integrantes da CPI da Pandemia nesse período que antecede a possível recondução de Augusto Aras ao cargo, no Planalto, a esperança dos ministros de Bolsonaro é de que a PF cumpra esse papel. Com a janela aberta pela ação contra Ricardo Salles, que ignorou a PGR na etapa atual, os governistas desejam que as investigações contra adversários avancem da mesma forma.” (Veja)

Enquanto isso... Os senadores querem ouvir o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. (Poder 360)

Vídeos indicam que Arthur coordenava o “ministério paralelo” denunciado por Henrique Mandetta. Segundo o ex-ministro da Saúde, Bolsonaro recebia “assessoramento externo” no sentido contrário às orientações do ministério. (Metrópoles)

Outra que deve ser ouvida pela CPI é a infectologista Luana Araújo, que deixou o cargo de secretária de Enfrentamento à Covid-19 neste fim de semana, apenas dez dias depois de ser nomeada. O Ministério da Saúde não informou o motivo da demissão, mas, segundo fontes, ela discordava da condução pelo governo do combate à pandemia. (Globo)




A eleição de 2022 já está no radar da equipe econômica. Entrevistado pela Folha, o ministro Paulo Guedes sugere a criação de um fundo social alimentado por privatizações e dividendos de empresas públicas para “devolver as estatais ao povo brasileiro”. Embora admita que “liberais sempre foram politicamente inábeis”, discorda de quem acredita que reformas afastem eleitores. Ainda assim, admite que é chamado às falas por Bolsonaro. “Vocês não percebem que existe política?”, indaga o presidente, segundo Guedes. (Folha)

Então… Não há muito otimismo entre empresários sobre reformas. Ex-presidente da Fiesp e acionista da Klabin, Horácio Lafer Piva é pessimista. “As reformas não andam por conflitos entre Executivo e Legislativo e dentro do Congresso. Temas como tamanho do Estado, que poderiam trazer investimento, não andam. Com CPI e eleições no ano que vem, não sei se vão andar. Se não houver reformas, a economia tende a entrar em uma nova baixa em pouco tempo. Você não retoma a economia com 14 milhões de desempregados.” (Globo)




“Ele foi muito guerreiro.” Foi assim que Tomás Covas, de 15 anos descreveu os últimos dias do pai, o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas, que morreu de câncer no último dia 16. Em entrevista, o rapaz nega que o pai tenha se desesperado em algum momento e fala da própria experiência ao acompanhar Covas até o fim. (Fantástico)




Bandeira do bolsonarismo, o sistema de voto impresso não seria utilizado na eleição de 2022, mesmo que aprovado pelo Congresso, segundo indicações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o órgão, a mudança no sistema exigiria um longo processo de licitações, desenvolvimento de tecnologia e treinamento de pessoal. Em uso desde 1996, as urnas eletrônicas nunca tiveram um caso comprovado de fraude. (Folha)

E por falar... O Estado do Rio lidera o ranking de inquéritos por crimes eleitorais no país. Foram 3.487 investigações entre 2013 e 2020. Segundo a Justiça Eleitoral, um dos motivos é a ação de grupos criminosos, como milícias e facções do tráfico, nas eleições. (Estadão)




Considerado “o último ditador da Europa”, Alexander Lukashenko, presidente de Belarus mostrou ontem que faz jus à alcunha. Por ordem sua, um voo comercial que ia da Grécia para a Lituânia foi interceptado quando atravessava o território bielorrusso e forçado a pousar em Minsk. O objetivo, não admitido, foi prender o jornalista e opositor Roman Protasevich, que estava a bordo e vivia exilado na Lituânia desde o ano passado. Após a prisão, o avião foi liberado. (G1)

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