quinta-feira, 13 de maio de 2021

Wajngarten mente à CPI e é ameaçado de prisão

 Mentiras, gravações, ameaças de prisão e até xingamentos para desviar a atenção. Houve de tudo na sessão da CPI da Pandemia que ouviu Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto. Bem longe do tom incisivo de sua entrevista a Veja, Wajngarten foi evasivo e procurou o tempo todo poupar Jair Bolsonaro. Ele negou ingerência do presidente e de seus filhos sobre a comunicação e que tenha havido campanhas negacionistas – apenas para ver as peças expostas pelos senadores. Diante das contradições do ex-chefe da Secom, o relator Renan Calheiros (MDB-AM) disse que ia pedir a gravações da entrevista, o que fez Veja divulgar o áudio, confirmando que Wajngarten atribuíra a demora na compra de vacinas à “incompetência no Ministério da Saúde”, à época comandado pelo general Eduardo Pazuello. Renan chegou a pedir que o depoente fosse preso por mentir à comissão, o que foi negado pelo presidente Omar Aziz (PSD-AM). (UOL)

Confira a campanha contra o isolamento que Wajngarten negou existir. (Congresso em Foco)

Wajngarten confirmou, porém, que uma carta da Pfizer oferecendo vacinas ao Brasil foi enviada a diversas autoridades do Executivo em setembro do ano passado e ficou pelo menos dois meses sem resposta. Ele contou ainda que se reuniu três vezes com representantes do laboratório para tratar da compra de vacinas. (G1)

Entenda o motivo para a vacina da Pfizer ter demorado tanto a chegar ao Brasil. (Globo)

No fim da sessão, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que não integra a comissão, pediu a palavra e xingou Renan de “vagabundo”. O relator respondeu que vagabundo era Flávio, “que roubou dinheiro de pessoal do seu gabinete”. Quando o filho Zero Um partiu para os palavrões, Aziz encerrou a sessão. Mais tarde, o próprio Jair Bolsonaro alimentou a polêmica. “Com mais de 10 inquéritos no STF, Renan tem moral para querer prender alguém?”, indagou no Twitter. (Poder360)

Veja a troca de ofensas entre Flávio e Renan. (G1)

E já está na mesa do advogado-geral da União, André Mendonça, o pedido de habeas corpus a ser apresentado ao STF requerendo que o general Eduardo deponha no dia 19 como investigado, com direito de ficar em silêncio ou mesmo mentir sem o risco de ser preso. (Globo)

Míriam Leitão: “O que houve foi o seguinte. Numa briga interna do governo, Wajngarten desentendeu-se com o marqueteiro do general Pazuello, conhecido como Markinhos Show. Pazuello, ao sair, insinuou que houve gente querendo ‘pixulé’ na compra de vacinas. Wajngarten então deu a entrevista à Veja atacando o Ministério da Saúde. Chamado à CPI, foi com a missão de blindar o presidente e sem compromisso de dizer a verdade, apesar da obrigação legal de fazê-lo. O que seria um dia a favor do governo acabou virando contra pelo volume das falsidades. Por isso o senador Flávio Bolsonaro desembarcou na comissão. Para criar conflito. Foi quando chamou Renan de ‘vagabundo’. O depoimento foi enviado ao Ministério Público.” (Globo)




Se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Lula (PT) venceria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por 55% a 32% dos votos totais. É o que aponta a pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha. Segundo o levantamento, Lula e Bolsonaro chegariam na frente no primeiro turno, com 41% e 23% respectivamente. Mais distantes aparecem Sérgio Moro (sem partido), com 7%, Ciro Gomes (PDT), com 6%, Luciano Huck (sem partido), com 4%, João Doria (PSDB), com 3%, e Henrique Mandetta (DEM) e João Amoêdo (Novo), ambos com 2%. (Folha)

O DataFolha mostra ainda que a aprovação a Bolsonaro caiu de 30% para 24%, a menor de seu governo, enquanto a rejeição subiu um ponto, chegando a 45%. Mulheres, jovens, negros e nordestinos são os que mais reprovam o presidente. (Folha)

Também liberada ontem, a pesquisa eleitoral do PoderData confirma a vantagem de Lula sobre Bolsonaro num segundo turno, porém com outros números, 50% a 35%. Nesse levantamento, Luciano Huck também venceria o presidente (46% a 38%). Bolsonaro ficaria em vantagem, mas dentro da margem de erro, contra Moro (38% a 37%), Ciro (41% a 38%) e Mandetta (40% a 37%) e venceria João Doria (42% a 32%). (Poder360)

Ainda… Nova pesquisa Atlas, em São Paulo, mostra que Guilherme Boulos (PSOL) teria 26,3% das intenções de voto para governador contra 17,9% de Paulo Skaf (MDB) e 13,3% de João Doria (PSDB). Num outro cenário, sem Boulos mas com Fernando Haddad (PT), o petista teria 25,3% das intenções, Skaf, 13,5% e 12,2% para Doria. (El País)




O ministro do STF Edson Fachin marcou para o dia 21 o julgamento no Plenário da homologação da delação premiada do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. É com base nela que a Polícia Federal quer investigar o também ministro Dias Toffoli por venda de sentenças. A Procuradoria-Geral da República contesta a competência da PF para homologar delações. Geralmente alvo de investigações, parlamentares cobraram do STF que o caso seja apurado. A avaliação de analistas é que, mesmo que não seja autorizado, o pedido para investigar Toffoli já enfraquece o Supremo. (Folha)

Toffoli mudou seu voto em um julgamento do TSE, em 2015, em um dos processos citados por Cabral, revela o Painel. Em abril, ele acompanhou a relatora Maria Thereza de Assis Moura para manter por 4 a 3 a cassação do prefeito de Volta Redonda, Francisco Neto. Em maio, julgando um embargo de declaração – no qual, em tese, não se analisa o mérito –, Toffoli mudou seu voto e manteve o mandato de Neto. (Folha)




A Câmara aprovou ontem, por 337 votos a 110, o projeto de resolução que altera o regimento interno e acaba com a maioria das ferramentas da oposição para obstruir sessões e projetos. (Folha)

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