quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Deu na Imprensa - 16/09

Nas manchetes dos principais jornais brasileiros a crise na saúde. Folha destaca as declarações desencontradas do ministro da Saúde: Queiroga vê ‘excesso de vacinas’, e estados, faltaEstadãoProdução nacional de remédio contra câncer corre risco de apagãoE no GloboAdesão à vacina reduz contágio, internação e mortes

Já o Valor Econômico coloca a repercussão do aumento das tarifas de diesel sobre a economia: Combustível já pressiona o frete de mercadorias. Na edição brasileira do El País, a crise argentina ganha destaque central: Ministros ligados a Cristina Kirchner pedem demissão e instalam crise no Governo argentino.

Na política, duas notícias ruim para o presidente da República: aprovada a convocação da ex-mulher de Bolsonaro pela CPI da Covid e a decisão do TSE de investigar os atos promovidos em 7 de setembro. A primeira pode ter profunda repercussão política e legal para o presidente. CPI teria provas de que Ana Cristina Valle tentou emplacar nomes apadrinhados para cargos no Ministério da Saúde. A outra também abre novo flanco contra o Planalto: o corregedor-geral da Justça Eleitoral quer apurar quem financiou manifestações e se houve propaganda eleitoral antecipada a favor de Bolsonaro. 

Vale a leitura da coluna de Maria Cristina Fernandes, no Valor, sobre o jantar de Temer com empresários em que debocham da figura do presidente da República“Com jantar, Bolsonaro recupera possibilidade de se fazer vítima das elites e manter base de direita que manifestação do dia 12 não foi capaz de atrair”, pondera, mas adianta: “O fôlego que a política lhe devolve, a inépcia de seu governo lhe tira”A íntegra está ao final do briefing.

Folha destaca que a oposição avança em diálogo por atos conjuntos pelo impeachment de Bolsonaro e acena ao MBL. Nove partidos — incluindo o PT — fecham acordo por manifestação ampla no dia 2, mas falta apoio de siglas que podem destravar processo na Câmara. Dirigentes de PT, PSOL, PC do B, PSB, PDT, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade se reuniram em Brasília e fecharam acordo pela convocação unificada de atos nos dias 2 de outubro e 15 de novembro. Movimentos e políticos que foram às ruas no domingo passado também serão convidados. 

O Globo informa que o ato da oposição em maio superou o engajamento bolsonarista em manifestação de 7 de setembro. Segundo a Bites, a hashtag #29MForaBolsonaro registrou 1,7 milhão de tuítes com críticas à gestão federal, contra 1,2 milhão de postagens em apoio ao Planalto na última semana.

ELEIÇÕES 2022

Painel da Folha registra que Fernando Haddad lidera a preferência para o governo de São Paulo, com 20,7%. Levantamento do Instituto Badra realizada coloca o ex-governador Márcio França (PSB) com 17,6% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Haddad. Guilherme Boulos (PSOL) vem a seguir com 10%, enquanto Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, aparece com 9,8%. Rodrigo Garcia (PSDB), que deve assumir o cargo no ano que vem e disputar a reeleição, tem 1,3%. 

ECONOMIA

As notícias mais importantes do dia, contudo, estão na economia, com sinais graves de piora da conjuntura. Valor informa que o Brasil perderá R$ 1,3 trilhão com pandemia, diz Unctad. PIB da América Latina e Caribe caiu 7,1% em 2020 e a agência da ONU projeta crescimento de apenas 5,5% em 2021. O Brasil sofrerá perda de renda de US$ 240 bilhões entre 2020 e 2025 por causa dos efeitos da pandemia. Globalmente, a entidade calcula que os países em desenvolvimento estarão US$ 12 trilhões mais pobres até 2025 em razão dos efeitos da pandemia sobre a economia.

Em outra reportagem, Valor noticia que PIB brasileiro tem 3º pior desempenho entre países do G-20 no 2º tri. A queda de 0,1% só não ficou abaixo dos resultados de Índia e Canadá. O PIB nas economias do G-20 cresceu 0,4% no segundo trimestre, recuperando-se da redução de 0,9% nos três meses anteriores. No entanto, há fortes diferenças no desempenho entre os países.

A pressão sobre o Chicaco Boy é crescente. O ministro Paulo Guedes voltou a falar sobre a necessidade de conter o “barulho político” para melhorar o quadro econômico. “Temos de reduzir alíquotas de importação, conseguir tranquilidade no front político [para baixar inflação]. Já deveria [estar baixando], porque estamos com superávit comercial muito forte e fundamentos consolidados”, disse. “Essa guerra política perturba o funcionamento da economia”.

Guedes aposta na benevolência do STF. Segundo Valor, a bênção do Judiciário a qualquer solução para os precatórios passou a ser item prioritário na agenda do ministro. Para não expor o governo ao risco de responder por crime de responsabilidade, ele quer o aval do Supremo para parcelar o pagamento de R$ 89 bilhões devidos em 2022. Mas a insistência do ministro virou novo ponto de atrito com a corte: o presidente do tribunal, ministro Luiz Fux, disse a auxiliares sentir-se pressionado e insatisfeito com a postura de Guedes.

Mas a crença da equipe econômica parece movida apenas pelos desejos. Valor destaca que, na contramão do mercado, Sachsida prevê PIB acima de 2%. Dados concretos não refletem as recentes estimativas de alta inferior a 1% em 2022, diz secretário. O cenário para 2022 seria de um crescimento acima de 2%, a despeito da série de revisões para baixo nas projeções de analistas do mercado. “Os dados fiscais continuam mostrando melhora, as reformas continuam avançando em parceria ao Congresso Nacional, novas concessões avançam, em especial o 5G, novos investimentos continuam sendo anunciados em decorrência dos novos marcos legais (principalmente do saneamento básico)”, delira.

Ainda na economia, vale a leitura da coluna de Cristiano Romero, no Valor Econômico — o país que envelheceu antes de ficar rico —, alertando para o aumento da desigualdade no Brasil. Ele diz que os programas sociais já não reduzem pobreza nem as  desigualdades. “Nos últimos cinco anos, a taxa média de crescimento da economia brasileira deve ficar em torno de 0,5% ao ano. Trata-se de ritmo inferior ao da média mundial (2,1%)”, aponta. “Como nossa população cresce a uma taxa de 0,8% ao ano, o que estamos vendo com o passar dos anos é uma tragédia anunciada - a queda da renda per capita”Leia a íntegra ao final deste briefing.

LULA

Jornais repercutem a indicação de Luiza Trajano na lista da revista Time de pessoas mais influentes do ano, em texto assinado por Lula. Empresária é a única brasileira entre os 100 nomes de 2021 eleitos pela semanal americana. Ela é a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. "Em um mundo corporativo ainda dominado por homens, uma mulher brasileira, Luiza Trajano, conseguiu transformar o Magazine Luiza, que começou como uma única loja em 1957, em um gigante do varejo avaliada em dezenas de bilhões. É uma enorme conquista —uma entre muitas”, escreve o ex-presidente.

Folha traz coluna crítica de Thiago Amparo sobre Lula e a questão racial“Ao flertar com vitimismo, colocando sobre negros o fardo de uma imaginária involução, Lula erra feio. O fato de outros já terem errado ainda mais —um é racista (Bolsonaro), outro confunde igualdade com ‘interesses identitários’ (Ciro) e outro já mandou a polícia atirar pra matar (Doria)— não exime Lula de crítica”, aponta.

“Que o Lula de hoje escute o de 1981. ‘Devemos apoiar a organização dos negros, ainda que isso venha a descobrir a luz do sol o racismo que carregamos nas entranhas’. Ou veem negros como sujeitos políticos plenos, e a questão racial como estrutural, ou a esquerda branca ficará presa ao mito narcísico que inventou sobre sua própria benevolência”.

TERRA INDÍGENA

Jornais destacam que o ministro Kassio Nunes, do STF, defendeu o marco temporal de terras indígenas, mas o exame do caso ainda não foi concluído pela Suprema Corte. O ministro Alexandre de Moraes pediu vista e o julgamento foi suspenso. Indicado de Bolsonaro se alinha ao Planalto e diverge do relator, ministro Luís Edson Fachin, que votou contra a tese nas demarcações.

BRASIL NA GRINGA

Financial Times noticia que 'Base hiper-radicalizada' de Jair Bolsonaro desperta inquietação no Brasil“Observadores temem que o presidente de direita perca o controle da maioria dos apoiadores radicais à medida que as eleições se aproximam”, destaca. O jornal traz análise de Esther Solano, cientista política: “Os protestos [pró-governo] mostram que ele tem uma base hiper-radicalizada, muito mobilizada e muito dinâmica, que não se pode subestimar. É uma base radicalizada que clama por um golpe de forma pública”.

Reuters relata que o Tribunal Superior eleitoral do Brasil investigará comícios de Bolsonaro“Corte vai apurar o financiamento dos comícios da semana passada em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, bem como a suposta campanha eleitoral fora do prazo legal estipulado”, relata. A notícia repercute em mais de 1,2 mil sites e veículos noticiosos em todo o planeta.

New York Times noticia que malogrou o esforço de Bolsonaro de proibir a remoção de postagens nas redes sociais. A medida foi derrubada no Brasil. “O presidente Jair Bolsonaro emitiu regras proibindo as redes sociais de remover muitas postagens que os sites consideravam desinformação. Na terça-feira, o Senado e o tribunal superior do Brasil acabaram com a política”, destaca na página 10.

Washington Post reproduz despacho da Associated Press informando a Suprema Corte do Brasil suspendeu votação sobre direitos às terras indígenas“Um juiz do Supremo Tribunal Federal solicitou nesta quarta-feira mais tempo para analisar uma polêmica decisão que pode afrouxar a proteção às terras indígenas, o que pode, na prática, deixar a decisão para o Congresso”, relata. O despacho da AP é replicado em outros 3,6 mil portais noticiosos na mídia internacional.

INTERNACIONAL

Imprensa argentina destaca a crise no governo de Alberto Fernández. A vice Cristina Kirchner retirou seus ministros, expondo a divisão na Casa Rosada. Segundo o Clarín“o presidente foi isolado com seu núcleo íntimo, após as renúncias de Wado, de Pedro e uma dezena de funcionários que respondem ao duro kirchnerismo”. A mídia fala em “crise institucional” no país vizinho. 

O peronista Página 12 aponta “tensão na Casa Rosada”, e admite que os dois líderes políticos bateram de frente. “Os bastidores da crise desencadeada no partido no poder pela derrota no PASO”, diz na primeira página. “Desde as renúncias ministeriais postas à disposição do presidente Alberto Fernández ao tempo de espera aberto por Cristina Kirchner com seu telefonema a Martín Guzmán. O papel de governadores, sindicalistas e movimentos sociais”.

Na manchete do New York Times, questões internas da política americana: Newsom superou o recall, agora vem a parte difícil: governar a Califórnia. “O governador Gavin Newsom está enfrentando várias crises. Noventa por cento da Califórnia vive uma seca extrema. O preço médio de uma casa ultrapassou US$ 800.000. Cerca de 100.000 pessoas estão dormindo ao ar livre ou em seus carros”, reporta

De com o jornal, a estratégia de recall anti-Trump de Newsom oferece aos republicanos um aviso para 2022“Os democratas da Califórnia conseguiram nacionalizar o voto — graças a uma avalanche de dinheiro, disciplina partidária e, acima de tudo, um oponente facilmente demonizado”, informa.Washington Post destaca na primeira página que Newson mudou de patamar na política americana depois da vitória.

E o Wall Street Journal continua focado nos abusos cometidos pelo Facebook. Pelo terceiro dia seguido, destaca na capa denúncias sonre o funcionamento da plataforma. O Facebook tentou tornar sua plataforma um lugar mais saudável. Em vez disso, tornou-o um paraíso para os irritados“Uma grande mudança no algoritmo de 2018 foi projetada para incentivar a interação positiva com amigos e familiares”, destaca. “Documentos da empresa mostram como isso teve o efeito contrário, recompensando a indignação e o sensacionalismo. O CEO Mark Zuckerberg resistiu às correções propostas se isso significasse prejudicar o negócio”.

Financial Times destaca a mudança no governo do Reino Unido: Boris Johnson demite ministros e promove uma grande sacudida no gabineteThe Guardian também traz a mudança ministerial feita por Johnson: A remodelação implacável do primeiro-ministro abre terreno para a próxima eleição. E no The Times: Johnson empunha machado na remodelação do gabinete 

A imprensa mundial repercute a revelação de Bob Woodward em novo livro de que o chefe do Estado-Maior dos EUA receou que Trump provocasse uma guerra com a China. O general Mark Milley prometeu ao homólogo chinês que o avisaria com antecedência se o presidente norte-americano ordenasse um ataque, segundo o veterano jornalista, um dos responsáveis pelas revelações do Caso Watergate, em 1973. O livro se chama “Peril”, escrito por Woodward e Robert Costa, ambos do Washington Post.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Queiroga vê ‘excesso de vacinas’, e estados, falta

Estadão: Produção nacional de remédio contra câncer corre risco de apagão

O Globo: Adesão à vacina reduz contágio, internação e mortes

Valor: Combustível já pressiona o frete de mercadorias

El País (Brasil): Ministros ligados a Cristina Kirchner pedem demissão e instalam crise no Governo argentino

BBC Brasil: Comida, gasolina, conta de luz: por que está tudo tão caro no Brasil?

UOL: Deputados resgatam quarentena eleitoral para juiz, militar e policial

G1: Por que o preço do gás de cozinha subiu 5 vezes mais do que a inflação do ano

R7: Número de profissionais afastados do trabalho por causa do coronavírus dobra em 2021

Luis Nassif: Padilha pede dados sobre entidade suspeita que receberá R$ 4,2 mi do governo Bolsonaro para projeto gamer

Tijolaço: Guedes não esconde que Bolsonaro só pensa nos precatórios

Brasil 247: “A imprensa falhou ao não investigar a fakeada”, diz Joaquim de Carvalho

DCM: Haddad lidera em SP e Alckmin cai para a 4ª posição, diz pesquisa

Rede Brasil Atual: Relatório da CCJ sobre reforma eleitoral barra volta das coligações. Votação é adiada

Brasil de Fato: Governo colocou para “adoção” de empresas 5 milhões de hectares sobrepostos a terras indígenas

Ópera Mundi: ‘Leniência com crimes da ditadura fabricou Bolsonaro’, diz Janaína Teles

Fórum: Moraes compartilha com CPI dados de investigação sobre fake news

Poder 360: Nota de recuo de Bolsonaro tem apoio de 55%; entre apoiadores, taxa vai a 65%

Vi o Mundo: Impeachment: 9 partidos formam comitê e unificam convocação para atos Fora Bolsonaro de 2 de outubro

New York Times: Depois de rejeitar o recall, Newsom gira para enfrentar muitas crises na Califórnia

Washington Post: Newsom aumenta perfil com vitória

WSJ: Canadian Pacific alcança negócio de US$ 27 bilhões para comprar Kansas City Southern

Financial Times: Boris Johnson reformula governo com grande sacudida no gabinete

The Guardian: A remodelação implacável do primeiro-ministro abre terreno para a próxima eleição

The Times: Johnson empunha machado na remodelação do gabinete

Le Monde: Segurança: Macron cuida da polícia e ocupa terreno

Libération: Vacinação. 50 milhões (ou quase)

El País: Sánchez e Aragonès blindam o diálogo, apesar do desacordo

El Mundo: Aragonès exige de Sánchez “avanços” em conversas “discretas”

Clarín: Desafio de Cristina por resistência de Fernández: retirou seus ministros

Página 12: De frente

Granma: Todos os direitos para todas as famílias

Diário de Notícias: Ministério Público alerta: não se sabe quem controla a base de dados do SEF

Público: Governo vai manter máscaras obrigatórias em espaços fechados

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Para sempre conectado

Moskovskij Komsomolets: O departamento de polícia de Liski começou a atirar na vizinha Rossosh

The Moscow Times: Putin diz que dezenas de pessoas no círculo interno do Kremlin estão com Covid

Global Times: A abertura dos jogos nacionais brilha em Xi'an

Diário do Povo: Xi participará da cúpula SCO, cúpula conjunta SCO-CSTO

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