quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Dupla derrota para Bolsonaro, Senado e STF sepultam MP das Fake News

 O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), devolveu ontem ao Executivo a medida provisória que alterava o Marco Civil da Internet. Editada na véspera dos atos de 7 de setembro e apelidada de MP das Fake News, ela proibia redes sociais e provedores de retirarem do ar conteúdos como discurso de ódio e notícias falsas. Pacheco argumentou o tema já tramita em projetos no Congresso. Com isso, todos os efeitos da MP ficam anulados. (G1)

Ao mesmo tempo em que Pacheco fechava a fatura, a ministra do STF Rosa Weber seguiu o parecer do procurador-geral da República, Augusto Aras, e suspendeu a MP da Fake News, em ação proposta pelo PSB. Nos bastidores, a versão é que o presidente editou a MP para inflamar a militância no 7 de setembro, já sabendo que a medida teria vida curta, daí a recomendação de Aras. (Poder360)

Antes da dupla derrota, Bolsonaro minimizou o peso das notícias falsas: “Fake news faz (sic) parte de nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Não precisamos regular”, disse. (UOL)




Durou menos de uma semana a lua de mel entre Jair Bolsonaro e seu antecessor, Michel Temer, chamado às pressas para apagar o incêndio das falas golpistas do presidente no 7 de setembro. Primeiro, o Planalto não gostou de Temer ter usado a situação para se promover, soltando vídeos com todo o ar de campanha eleitoral. Mas o pior foi o vazamento da gravação de um jantar em que o ex-presidente e seus comensais riram de rachar de uma imitação, digamos, pouco gentil de Bolsonaro. (Poder360)

O convescote aconteceu em São Paulo, na casa do investidor Naji Nahas, e, para Bolsonaro, a lista de convidados adicionou insulto à injúria. O imitador era o influenciador digital André Marinho, e a seu lado estava o pai, o empresário carioca Paulo Marinho. Bolsonarista de primeira hora e suplente de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) no Senado, Paulo rompeu com o clã em 2019 e hoje são inimigos jurados. Também riu a valer Gilberto Kassab, presidente do PSD e defensor da terceira via nas eleições de 2022. (UOL)

Mônica Bergamo: “Temer telefonou nesta terça para Jair Bolsonaro e explicou a sátira que André Marinho fez dele na casa de Naji Nahas. Ele disse ao presidente que Marinho também o imitou e que ninguém no encontro estava tirando sarro de Bolsonaro. ‘Não esquenta a cabeça’, respondeu Bolsonaro.” (Folha)

Mas a irritação do Planalto vai muito além das piadas sobre “as perucas do Fux”, como conta Malu Gaspar. Temer cometeu uma série de inconfidências à mesa. Por exemplo, contou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) acompanhou quase toda a reunião dele com o pai, saindo apenas quando o presidente conversou com o ministro do STF Alexandre Moraes. A conversa, aliás, revelou Temer, foi tensa. (Globo)

E, claro, o Twitter foi à loucura. (Poder360)




Sem confiança que o Senado mantenha a volta das coligações proporcionais e com a cláusula de desempenho nos calcanhares, partidos com pouca representação no Congresso batalham pela derrubada do veto de Bolsonaro às federações partidárias. O mecanismo permite a legendas pequenas atuarem em conjunto para escapar da cláusula de barreira, e sem ele, partidos como Rede, PCdoB e Cidadania temem uma debandada de seus parlamentares. (Estadão)




De um lado, a cúpula da CPI da Pandemia acredita já ter farto material para acusar Bolsonaro de crime de responsabilidade. De outro, sabe que o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), não moverá uma palha para iniciar um processo de impeachment. Por isso, o relator da Comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que vai propor mudanças na lei estabelecendo um tempo máximo para que os pedidos de afastamento sejam analisados. Se o presidente da câmara não o fizesse no prazo, a denúncia iria para o plenário. (Estadão)

Hoje a CPI ouviu advogado Marcos Tolentino, apontado como sócio oculto da Fib Bank, que teria avalizado a negociação suspeita entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para importação da Covaxin. Ele negou as acusações, mas encarou uma saia justa. Com base em documentos oficiais da Receita Federal, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acusou Tolentino de ter seis registros de CPF, sendo dois ativos, o que é ilegal. O advogado negou, ao que o senador perguntou se ele acusava a Receita de má-fé. Tolentino não respondeu. (Metrópoles)




A economista Elena Landau defendeu, ontem, uma visão de Estado “progressista, inclusivo socialmente, com mobilidade social”. O difícil, para ela, é encontrar um caminho de convergência. “Nem a esquerda tem o monopólio do social, nem a direita da capacidade de fazer políticas modernizantes.” Ela falou no primeiro seminário sobre o papel do Estado promovido pelo grupo apartidário Derrubando Muros, co-produzido pelo Meio e pelo Jota. Também falou, no segundo painel, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. “Quase 80% dos nossos recursos são gastos com folha de pagamento e previdência”, ele lembrou. “Esse número supera em uns 20% o topo dos demais países.” Para Armínio, será preciso rever o RH do Estado. Os dois paineis, com Elena e Carlos Ari Sunfeld um, e Armínio o outro, podem ser assistidos no YouTube.

Hoje continua com os dois pais do Plano Real. Às 17h falará Pérsio Arida (YouTube). E, às 18h30, será a vez de André Lara Resende (YouTube). Amanhã será a vez de Nelson Marconi, da equipe de Ciro Gomes, e Fernando Haddad, candidato à presidência pelo PT.

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