quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O "momento mais sombrio" da gigante chinesa Evergrande

 


A gigante imobiliária chinesa Evergrande “sairá de seu momento mais sombrio em breve”,  prometeu seu fundador, Xu Jiayin, em carta enviada nesta terça-feira aos seus 200.000 funcionários. É o que esperam os mercados pelo mundo, especialmente na América Latina. De Pequim, a correspondente Macarena Vidal Liy conta que a carta foi divulgada apenas dois dias antes de a Evergrande ter de enfrentar, na quinta-feira, um vencimento de juros no valor de 80 milhões de dólares de sua dívida, que beira os 300 bilhões de dólares. A maioria dos analistas acredita que a empresa não conseguirá pagar no prazo, mas o grupo tem um período de carência de um mês para saldar essa parcela do débito. Nesta edição, contamos como a crise em uma das principais imobiliárias da China, com ativos equivalentes a 2,2% do PIB do gigante asiático, mantém a economia mundial em suspense. Uma das incógnitas que preocupam os investidores é se o Governo chinês intervirá para resgatar a imobiliária, por ser “grande demais para falir”, ou se, ao contrário, a deixará resolver o problema sozinha.

Em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro prometeu levar “a verdade” para a abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU. “Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões”, afirmou ao iniciar seu discurso, como relata Felipe Betim. Como é habitual nessas ocasiões, contudo, o mandatário acabou levando para o encontro de chefes de Estado e de Governo a sua verdade. A expectativa de um discurso mais moderado não se confirmou, e o presidente mentiu diante do mundo sobre corrupção, economia, geração de emprego, e sobre o cuidado com o meio ambiente. Ao fim do dia, a comitiva brasileira ainda passaria por um último constrangimento, com a confirmação de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, contraiu o coronavírus, como conta Lucas Berti.

O drama humanitário do êxodo de haitianos segue, desta vez na fronteira dos EUA. É lá, num acampamento entre Cidade Acuña, no Estado mexicano de Coahuila, e a cidade texana de Del Rio, que cerca de 15.000 cidadãos do país caribenho tentam cruzar ilegalmente as fronteiras para chegar aos Estados Unidos. A travessia final é incerta e o percurso até o topo da América, passando pelas selvas que separam a Colômbia do Panamá, conta com toda a sorte de imprevistos, como sol, os riscos de roubo e a violência. "Às vezes a gente ia tomar água e via um morto rio acima, então já não tomava", conta uma haitiana, que também teme ser vítima de violência sexual, relata Constanza Lambertucci.

Na Espanha, as atenções continuam voltadas para a erupção do vulcão de La Palma, nas Ilhas Canárias. A lava do gigante está a ponto de chegar ao mar, sua saída natural. A chegada do magma ao oceano é um fenômeno que preocupa as autoridades, por causa das nuvens tóxicas exaladas no momento em que a massa quente toca a água salgada, conta Javier Salas. A Defesa Civil local alerta que “poderá haver explosões e emissão de gases nocivos”. Até o momento, a erupção do vulcão no município canário de El Paso não deixou mortos nem feridos, mas obrigou quase 6.000 pessoas a deixarem suas casas.


Fundador da Evergrande: imobiliária “sairá logo do momento mais sombrio”
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