sexta-feira, 30 de julho de 2021

Fogo em galpão da Cinemateca expõe descaso com a cultura

 Um incêndio de grandes proporções atingiu na noite de ontem um galpão da Cinemateca Brasileira na Zona Oeste de São Paulo. Sob responsabilidade do governo federal, o galpão abrigava principalmente documentos relativos a praticamente toda a administração do cinema brasileiro, incluindo arquivos da Embrafilme e de outras agências. O material estava sendo catalogado para digitalização. Havia também películas, mas ainda não se sabe a extensão dos danos e o que foi perdido no fogo. No início do ano passado o prédio já havia sofrido danos com uma enchente. (G1)

Segundo os bombeiros, o incêndio começou durante a manutenção do sistema de ar-condicionado no terceiro andar do galpão, justamente numa das salas do acervo histórico. (Metrópoles)

Assim como no Museu Nacional, o incêndio no galpão da Cinemateca foi uma tragédia anunciada. Mônica Bergamo nos conta que o Ministério Público Federal ajuizou, em julho do ano passado, uma ação civil contra a União por conta dos impasses na gestão do espaço diante da “comprovada aceleração da degradação do acervo e do perigo real de incêndio”. (Folha)

Para o governador de São Paulo, João Doria, o incêndio retrata “o desprezo pela arte e a memória do país”. Autoridades dos mais diversos matizes culparam o descaso do governo federal para tragédia cultural que o incêndio representa. (Poder360)

Entenda como a Cinemateca Brasileira chegou a sua crise atual. (G1)

Numa triste coincidência, o incêndio na Cinemateca acontece dois dias antes de o governo paulista reinaugurar o Museu da Língua Portuguesa, destruído pelo fogo em 2015. (CNN Brasil)

Sérgio Abranches: “Todo o acervo cultural estrangeiro é digitalizado, aqui não, estão jogados em galpões. Se perdeu sobretudo o respeito pela cultura” (CBN)




Jair Bolsonaro passou os últimos anos falando quase diariamente sobre ter provas de fraudes eleitorais nos pleitos de 2014 e 2018, e tudo acabou ontem numa live. O presidente admitiu “não ter como comprovar se eleições foram fraudadas ou não”. Mas isso não o impediu de apresentar uma série de relatos antigos e já desmentidos, boatos e notícias falsas para insistir em sua cruzada pelo voto impresso. E, claro dedicou boa parte de sua live semanal a atacar o TSE e seu presidente, o ministro Luiz Roberto Barroso. (Folha)

O TSE respondeu publicando as checagens de que desmentiam a fala de Bolsonaro, além de indicar seu próprio site com respostas aos boatos sobre a urna eletrônica. (Twitter)

Barroso reagiu à retórica de Bolsonaro sobre fraudes. Na opinião do ministro, “discurso de que ‘se eu perder houve fraude’ é um discurso de quem não aceita a democracia”. Ele lembrou que, em 2014, Aécio Neves, candidato derrotado no segundo turno, pediu uma auditoria na apuração e que seu partido, o PSDB, reconheceu não ter havido indícios de fraude. (G1)

Matheus Leitão: “O presidente Jair Bolsonaro não desiste. Mesmo sem munição, sem fatos novos e sem comprovação alguma, ele continua levantando a hipótese de fraude nas urnas eleitorais e afirma que o Supremo Tribunal Federal (STF) deu mais poderes aos governadores e prefeitos no combate à pandemia do coronavírus. Mesmo que a história não se sustente, Bolsonaro insiste em contar verdades que são só suas e de mais ninguém.” (Veja)




O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse ontem, em depoimento à Polícia Federal, que recebeu um “pedido verbal” do presidente Jair Bolsonaro para apurar denúncias de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. O general disse ainda que encaminhou o caso a seu então secretário-executivo, o coronel Elcio Franco, também verbalmente, e que este negou qualquer ato irregular no contrato. O depoimento vai na linha da versão do Planalto para negar que Bolsonaro tenha ignorado a denúncia dos irmãos Miranda sobre “pressões indevidas” para a compra da Covaxin. (G1)

Apenas lembrando. O coronel Elcio Franco era a pessoa que centralizava a negociação da compra da Covaxin, e, segundo o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, parte das pressões vinham de subordinados dele, também militares levados para a pasta na gestão de Pazuello. (Exame)

Aliás... O Ministério da Saúde cancelou ontem, de forma definitiva, o contrato para compra da Covaxin, intermediado pela Precisa Medicamentos. A decisão aconteceu após a Controladoria-Geral da União (CGU) identificar adulteração em documentos apresentados pela Precisa. (UOL)




Meio em vídeo. Pedro Doria conta uma história que ouviu quando ainda estava no colégio. Uma história que se passou faz um tempo, mas não muito. E que explica tudo sobre o Brasil. Sobre Bolsonaro. Sobre o nazismo. Confira o Ponto de Partida no YouTube.

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