quinta-feira, 22 de julho de 2021

Guerra política na igreja da paz

 


O EL PAÍS celebra um dos prêmios mais importantes do jornalismo para a colunista Eliane Brum. Ela foi uma das vencedoras do prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, um enorme reconhecimento para a trajetória e o talento desta gaúcha incansável no trabalho de jogar luz na escuridão do Brasil. E na coluna desta semana, Brum escreve numa carta ao menino Eduardo, filho do líder camponês Erasmo Theofilo, como seu pai ativista, assim como a Amazônia, está ameaçado de morte. "Não é o que eu gostaria de dizer a você, Eduardo, mas é o que preciso dizer a você, uma criança amazônica: Eduardo, você nasceu exilado em teu próprio país (…) Se é triste ter que deixar o próprio país para se abrigar em terra longe, Eduardo, mais triste é ter que se exilar dentro do próprio país porque as instituições e a lei não protegem teus direitos garantidos pela Constituição. Isso, Eduardo, se chama ditadura, e a de Bolsonaro corrói o Brasil desde dentro, fantasiada de democracia”, escreve.

E do Ceará, Beatriz Jucá relata a história do padre Lino Allegri, que vive uma intimidação orquestrada por seguidores do presidente.  Foi na fatídica missa do 4 de julho, na Paróquia da Paz em Fortaleza, que Allegri teceu críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. Tão logo acabou a celebração, virou alvo de ameaças. Adepto da Teologia da Libertação e leal à visão de que é papel da igreja adaptar o Evangelho à realidade atual em defesa dos pobres, o padre que nasceu na Itália viu formar-se contra si uma patrulha bolsonarista de seus sermões. O religioso conversou com o EL PAÍS e relatou as hostilidades que o levaram a pedir ajuda ao programa estadual de proteção a defensores dos direitos humanos."Quero seguir o que Jesus Cristo nos ensinou. Se for para ter um Deus como o dele, prefiro ser ateu. Bolsonaro contraria tudo o que Jesus nos ensinou”, declara Allegri.

Já o Japão se prepara para a abertura oficial da Olimpíada de Tóquio, que acontece nesta sexta, enquanto a capital japonesa vive um cenário paradoxal. A maior festividade esportiva, a grande festa popular dos atletas e o ponto de encontro para torcedores de todo o mundo, transcorrerá em meio ao vazio e à ausência. Assim, asséptico, anômalo. O correspondente Alejandro Ciriza escreve sobre os impactos da falta do apoio do torcedor durante o evento, marcado pela pandemia. E nesta quinta, a seleção masculina de futebol repete o duelo da final olímpica de 2016 com a Alemanha. Com Daniel Alves e uma nova geração de atletas, a equipe canarinha chega como a favorita para conquistar o outro outra vez depois da Olimpíada do Rio, conta o repórter Diogo Magri. Acompanhe a cobertura olímpica no EL PAÍS.

Ainda nesta edição, a realidade virtual chega à esfera íntima e o futuro do sexo passa pela tecnologia em um mercado que, em 2019, movimentou 146 bilhões de reais e não para de crescer. Amantes-robô, vibradores-despertador, sutiã que mede a frequência cardíaca... Isabel Rubio escreve sobre essa nova leva de robôs e brinquedos sexuais cuja utilização abre inúmeras questões no campo ético.


Guerra política na igreja da paz: a perseguição por criticar Bolsonaro
Guerra política na igreja da paz: a perseguição por criticar Bolsonaro
Padre Lino Allegri, 82 anos, foi ameaçado e hostilizado por fiéis bolsonaristas, entre eles militares reformados, ao lamentar gestão da pandemia


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