segunda-feira, 19 de abril de 2021

CPI se articula para cerco ao governo

Pelo menos 15 integrantes do governo, no cargo ou exonerados, devem ser convocados a depor na CPI da Covid no Senado, que começa a funcionar esta semana. Além dos três ex-ministros da Saúde, estão na lista o ex-chanceler Ernesto Araújo e até o ministro da Economia, Paulo Guedes. Entre os temas que vão ser abordados primeiro estão a compra de vacinas e prescrição de tratamento ineficazes. Os senadores também requisitaram o relatório do Tribunal de Contas da União sobre o desempenho do Executivo diante da Covid. (Globo)

E o documento do TCU é pau puro. O tribunal acusa o governo de abuso de poder, ineficácia e omissão. Entre outros erros do Ministério da Saúde, o relatório aponta o envio de quantidades iguais de “kits intubação” para estados com demandas diferentes, provocando falta em alguns e excesso em outros. (UOL)

Passado o feriado da próxima quarta-feira, dia de Tiradentes, os integrantes da CPI devem escolher o presidente, o vice e o relator da comissão. Há um acordo para que Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) assumam a presidência e o cargo de vice. (Veja)

Embora seja identificado como aliado do Planalto, Aziz chega falando grosso. Disse que o governo “não fez nada para impedir a entrada do vírus” e confirmou que vai indicar Renan Calheiros para a relatoria. (Globo)

No Twitter, apoiadores de Bolsonaro fazem campanha pesadamente para evitar que Renan seja o relator. Com a hashtag #RenanSuspeito, eles lembram as investigações e processos contra o senador. (Poder360)

Além da CPI, a atuação do governo durante a pandemia está despertando críticas no grupo até aqui mais fechado com Bolsonaro, os evangélicos. Alguns pastores influentes que votaram nele em 2018 já falam em “terceira via”, enquanto outros defendem a manutenção do apoio ao presidente contra “a volta do PT”. (Globo)

Então... A ordem do ministro do STF Luiz Roberto Barroso para que a CPI da Covid fosse instalada ainda está entalada na garganta dos senadores. Cresce na Casa a pressão para acelerar projetos como a limitação de decisões monocráticas dos ministros e a instalação de uma “CPI da Toga” para investigar denúncias contra o Judiciário. (Folha)




“Curar as feridas da polarização política” para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. Essa foi a tônica do debate virtual que cinco possíveis candidatos fizeram na noite de sábado, no encerramento da Brazil Conference at Harvard & MIT. Em clima cordial, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), os governadores João Doria (PSDB-SP), Eduardo Leite (PSDB-RS), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o apresentador Luciano Huck (sem partido) discutiram temas como pandemia, meio ambiente, violência e geração de empregos, entre outros. Em comum, as críticas a praticamente tudo feito por Bolsonaro. Confira a íntegra no YouTube. (Estadão)

No que depender de Ciro, o manifesto de seis presidenciáveis no mês passado defendendo a democracia não virará uma aliança eleitoral. “O centro do colapso está na economia, emprego, dívida pública, sistema tributário. E há um conjunto de respostas diferentes nas cabeças (dos signatários).” Ciro descarta uma aliança com o PT, justifica sua viagem a Paris durante o segundo turno em 2018 e vê um cenário para o ano que vem sem Bolsonaro na reta final das eleições. (Globo)




O STF não cumpriu adequadamente seu papel no decorrer da Operação Lava-Jato, avalia o ministro Gilmar Mendes. Ele, porém, defende o Supremo dizendo que, pela “estrutura hierárquica do Judiciário”, a Corte é a última a se manifestar. Gilmar também ressalta que a anulação dos processos contra o ex-presidente Lula não significa absolvição.  (Estadão)

Elio Gaspari: “Quem entende de Supremo Tribunal Federal arrisca: com a anulação das sentenças que Curitiba impôs a Lula, algo como dez réus de Sergio Moro, em condições similares, pedirão o mesmo benefício. Para negá-lo, será necessária inédita criatividade.” (Folha e Globo)




Nos dias 22 e 23 deste mês, diante (virtualmente) de 40 líderes mundiais, Jair Bolsonaro vai ter duas tarefas praticamente impossíveis: convencer o mundo de que seu governo trabalha para proteger a floresta amazônica e conseguir dinheiro para isso. Ele vai participar da Cúpula do Clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden. Na sexta, um grupo de senadores dos EUA enviou a Biden criticando duramente a política ambiental brasileira. (Veja)

Míriam Leitão: “Na reunião de cúpula esta semana sobre clima, o presidente do Brasil vai mentir. No mesmo dia em que prometeu reduzir o desmatamento, o governo fez o oposto. Baixou, na quinta-feira, uma instrução normativa que constrange mais ainda a fiscalização ambiental.” (Globo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário