quarta-feira, 7 de abril de 2021

"...hoje, no ponto em que chegamos no Brasil, a obviedade é um ótimo sinal,"

 Um grupo de deputados evangélicos tentou com o presidente do STF, Luiz Fux, o adiamento da votação, marcada para hoje, do direito ou não de governos locais determinarem a suspensão de cultos presenciais. Fux disse que dependeria do relator, ministro Gilmar Mendes, que manteve o tema na pauta. (UOL)

O veto a cultos presenciais, parte das medidas de isolamento contra a Covid-19, pesa no bolso de todas as religiões. Mas a defesa da volta às aglomerações não é unânime. Para o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil, “não tem cabimento neste momento haver atividade em templos”. Já a CNBB fica em cima do muro, deixando a decisão de abrir as igrejas a cargo das dioceses e paróquias. (Globo)




Força de segurança pública “tem que se fazer presente garantindo a todos um ir e vir sereno e pacífico”. A afirmação do novo ministro da Justiça, Anderson Torres, em seu discurso de posse mostrou alinhamento completo com o presidente Jair Bolsonaro, crítico contumaz das medidas de restrição impostas por governadores. Também fazendo coro ao chefe, Torres disse que “precisamos trazer de volta a economia deste país, precisa colocar as pessoas para trabalhar”, a despeito de mais um recorde de mortes diárias por Covid-19. (Folha)

Nem bem assumiu o cargo, Torres disse a que veio e mudou o comando da Polícia Federal, para o qual vai o delegado Paulo Maiurino. Ele substitui Rolando de Souza, que estava no cargo desde maio do ano passado, um mês depois de o então ministro Sérgio Moro se demitir por conta de pressões para a troca do diretor-geral da PF. Torres anunciou ainda Silvinei Vasques como novo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. (G1)

A mudança nos comandos das duas corporações foi vista com apreensão pelos ministros do STF. Nos bastidores, os integrantes da Corte temem que as polícias estejam sendo cooptadas pelo bolsonarismo. A preocupação é compartilhada por governadores. Para eles, policiais vinculados ao governo federal podem agir contra medidas de distanciamento. (CNN Brasil)

Natuza Nery: “Segundo delegados dentro da PF, Paulo Maiurino sempre teve acesso a figuras de poder. Foi secretário de Esportes de Geraldo Alckmin em São Paulo indicado por um partido do Centrão. É uma pessoa experiente, mas não tem um perfil técnico, e sim político, o que foge ao perfil dos últimos diretores-gerais da PF.” (GloboNews)




A deputada Flávia Arruda (PL-DF) tomou posse da forma mais discreta possível na Secretaria de Governo. A formalização da entrada do Centrão na coordenação política do governo aconteceu a portas fechadas, sem presença da imprensa, sem transmissão pelos canais oficiais e com pouquíssimos convidados. Um deles foi o presidente do partido da secretária (que tem status de ministra), Valdemar Costa Neto, condenado pelo STF em 2012 pela participação no mensalão durante o governo Lula. (Estadão)

Thiago Prado: “Terminada a reforma ministerial do início do ano três de Jair Bolsonaro, a fome do Centrão por posições relevantes no governo federal segue insaciável. Se Arthur Lira (PP-AL) tem agora uma aliada fiel dentro do Palácio do Planalto — Flávia Arruda —, há deputados que o ajudaram a chegar ao comando da Câmara incomodados porque os espaços prometidos ainda não chegaram. Desta vez, a fonte da frustração está dentro do próprio PP de Lira.” (Globo)




No Itamaraty, sai o estilo belicoso e ideológico de Ernesto Araújo e entra o tom apaziguador de Carlos Alberto Franco França, que tomou posse ontem, também em cerimônia fechada. Combate à pandemia de Covid-19 foi o mote de seu discurso, prometendo uma “verdadeira diplomacia da saúde” “sem preferências desta ou daquela natureza”. Ele mencionou ainda atenção às questões climáticas, cuja política brasileira é alvo de críticas generalizadas. (Estadão)

Míriam Leitão: “O discurso de posse do novo chanceler resgata a tradicional diplomacia brasileira e realinha a política externa como deve ser. Ele salientou a necessidade da cooperação internacional para as três urgências que temos atualmente: a pandemia, a economia e a mudança climática. Parece óbvio. Mas hoje, no ponto em que chegamos no Brasil, a obviedade é um ótimo sinal.” (Globo)




Meio em vídeo. Qual o papel das Forças Armadas na política brasileira? O que poderá acontecer se Jair Bolsonaro perder a reeleição e forçar a sua continuidade no poder em 2022? Estas e outras perguntas são respondidas no Conversas com o Meio desta semana pelo cientista político e professor da Escola Brasileira de Administração Pública da FGV, Octavio Amorim Neto, um especialista quando o assunto é o meio militar. Confira no YouTube.

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